60 | abrindo os olhos.

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Sina.

Abri os olhos vagarosamente e senti uma mão em meu quadril. Levantei o rosto e vi Even dormindo como um bebê ao meu lado. Sorri ao lembrar da noite passada, ou melhor, do final dela.

Eu fui uma idiota por ter ido até a casa do Noah sem avisá-lo, foi errado da minha parte, mas a imagem dele transando com outra mulher não saía da minha mente. Eu sabia que ele era solteiro, assim como eu, mas cheguei a pensar na possibilidade de estar apaixonada por ele.

Acabei chamando Even para dormir comigo, precisava me distrair um pouco. Finalmente pudemos terminar algo que Noah tinha atrapalhado duas vezes. A noite foi incrível e eu nunca me senti tão bem.

Ergui minha cabeça e comecei a distribuir beijos na extensão do ombro dele e vi o mesmo se mexer na cama, acordando. Even abriu os olhos preguiçosamente e sorriu quando me viu.

— Bom dia, neném. — Sua voz estava rouca e aquilo arrepiou meu corpo por inteiro. Beijei seu queixo e suas mãos me puxaram pelas pernas para sentar em seu colo.

— Dormiu bem? — Sussurrei e voltei a beijar seus ombros. Ele soltou um gemido manhoso e eu sorri.

— Praticamente não dormimos, Sina, mas sim, as horinhas que eu dormi foram suficientes. — Seus dedos fizeram desenhos nas minhas coxas e me afastei para poder admirar o seu rosto. Seus olhos estavam inchados, suas bochechas coradas e seus cabelos bagunçados. Poderia ficar olhando Even pelo resto da minha vida.

— Obrigada, Even. — Disse baixinho. Ele olhou em meus olhos e enrugou o nariz.

— Obrigado pelo quê? — Perguntou, analisando o meu rosto. Eu com certeza estava descabelada e com a cara amassada.

— Por ter vindo quando te chamei. Tive um dia bem complicado, ainda mais depois daquela confusão na sala que me tirou o sono, e você veio por mim, veio me ajudar. — Ele umedeceu os lábios e subiu suas mãos para a minha cintura, fazendo um carinho na região.

— Eu sempre estarei aqui por você, Sina. Saiba disso. — Fechei os olhos e suspirei. Tudo isso ainda parecia um sonho.

— Sabe — Me curvei sobre ele e aproximei os nossos rostos. —, quando entrei naquela sala pela primeira vez e te vi no canto da parede usando aquele moletom preto, senti meu coração bater mais forte. — Dei um selinho em seus lábios. — Eu sempre te achei bonito, inteligente, sempre coeso no que falava e tudo isso mexeu comigo. Mas sempre ficou só na minha mente, você sempre foi fechado e aceitei que não teria chance. — Ele sorriu e puxou meu rosto e colamos nossos lábios novamente, dessa vez em um beijo carinhoso.

— Confesso que entrei ali focado em apenas estudar, por isso acabei não me enturmando muito. Mas com o tempo, você foi ganhando destaque ali, sempre madura e sensata e foi aí que eu comecei a te notar. — Mordi o lábio inferior e ele puxou com os dedos. — Não tem nenhuma mulher naquela faculdade que chegue aos seus pés, Sina Deinert. Você se destaca apenas por ser você.

Senti as borboletas em meu estômago darem piruetas e meu coração bater acelerado. Nunca me senti tão feliz.

Peguei meu celular na cabeceira e olhei a hora. 6h. Meu pai iria acordar em breve. Saí de cima de Even e ele me olhou sem entender nada.

— Você tem que ir, o meu pai vai acordar. — Disse tentando ser breve sem soar grosseiramente.

— E qual o problema? — Ele perguntou, sentando na cama e passando as mãos nos cabelos.

— O meu pai é o problema. — Apanhei suas roupas no chão e entreguei a ele. — Olha, a noite foi ótima mas o meu pai não pode nem sonhar que você está aqui. Ele é chato e isso não vai pegar bem para mim. — Gesticulei e Even ainda estava processando a informação. Cocei a cabeça já impaciente. Se o meu pai visse o Even saindo do meu quarto eu estaria muito ferrada. Não sabia o que ele seria capaz de fazer.

DADDY'S DARLING ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora