08 | padrão de mulher.

6.1K 526 848
                                    

Noah.

Acordei sentindo aquele emaranhado de cabelos tocar o meu rosto e me perguntei quem era.

Ao sair daquela festa tediosa, fui direto para um bar que eu costumava frequentar perto de casa, encontrei uma garota bonita e a trouxe para casa. Não lembrava sequer o seu nome. Minha mente não conseguiu se concentrar em muita coisa a não ser naquela do rosto angelical que se escondia atrás de uma roupa formal. Sina Deinert havia conseguido tirar a minha concentração.

Eu tinha um padrão de mulher: gostosas, peitudas, da boca grande e com atitude. Mulheres que entendessem com um simples olhar o que eu queria, e principalmente mulheres que não se negassem a mim. Sina fugia completamente desse padrão.

Aquele seu jeito tão inocente e sereno fazia minhas entranhas doerem. O jeito que ela se comportava como uma criança perto do pai e longe dele até falava palavrões me deixava nervoso. Eu nunca me interessava em conhecer o interior das mulheres, a não ser o interior de suas partes. Mas Sina me fazia querer conhecê-la melhor, despertava curiosidade em mim. Ela me fazia sentir necessidade de descobrir se era daquele jeito perto de todo mundo.

Ouvi meu celular despertar, me lembrando de que eu tinha treino.

— Ei. — Disse tentando tirar aquela mulher de cima do meu corpo. — Você pode sair? Tenho que ir treinar.

— Mas já? — Ela resmungou. — Mais cinco minutinhos, por favor. — Segurei em seus cotovelos e delicadamente fiz ela se sentar na cama.

— Adoraria, mas tenho treino em alguns minutos. — Falei impaciente e marchei para o banheiro. A mulher tentou me seguir, mas eu segurei em seu ombro e a proibi de passar. — Desculpa, mas não. Pode, por favor, se vestir e sair? Deixei claro que era só uma transa. — Passei a chave na porta e entrei no box, ligando o chuveiro e deixando a água gelada cair em meu corpo. Aproveitei que já estava ali e fiz xixi. Foda-se que iria ficar com o cheiro horrível, a mulher da limpeza daria um trato.

Quando saí do banheiro, a mulher não estava mais no ambiente. Agradeci a Deus por ela não ter insistido mais e caminhei até o closet, pegando uma roupa qualquer e vestindo rapidamente. Desci para a cozinha e preparei uma xícara de cappuccino, em seguida enviei uma mensagem para Sebastian, confirmando o almoço em sua casa.

Não sabia o porquê, mas fiquei ansioso que chegasse essa hora para que eu encontrasse a pequena e inocente Deinert.

Peguei a chave do carro e o celular e desci para a garagem, entrando no carro e dando partida. Agradeci por meu carro ser uma máquina de velocidade, ou teria chegado atrasado.
Em poucos minutos estacionei e corri para dentro do vestiário, trocando de roupa e indo até os meus amigos e o treinador.

— Por pouco, Urrea. — O técnico disse. — Por muito pouco.

— Perdão, prometo que não irá se repetir. — Cocei a cabeça envergonhado e o vi os meus amigos Ryan e Samuel rirem de mim.

— Qual foi, seus pés no saco? — Me aproximei deles e os cumprimentei com um soquinho no ombro.

— Não me diga que a festa ontem estava tão divertida que fez com que você perdesse a hora. — Samuel zombou enquanto se alongava.

— O quê? Não! A porra da mulher que eu peguei ontem queria "mais cinco minutinhos". — Disse imitando a mulher de hoje mais cedo e meus amigos caíram na risada. — Foi só isso mesmo.

— Tem certeza? Está parecendo que foi muito mais que isso. — Ryan levantou a sobrancelha e eu mostrei o dedo do meio para ele.

— Certo, talvez tenha alguém me deixando intrigado. — Admiti. — A filha do Sebastian.

DADDY'S DARLING ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora