DADDY'S DARLING ↯ noart

108 | meu lar.

Noah.

Sempre fui persistente e nunca desisti do que queria. Foi assim com a minha carreira, era assim com os meus sonhos e iria ser assim com a Sina.

Depois daquela minha agradável conversa com o Sebastian depois do jogo, passei a noite toda pensando no que ele havia me falado. Esse imbecil tinha submetido a própria filha a um casamento com um desconhecido, sem necessidade alguma.

O que aquele homem fazia com Sina era desumano e não era de hoje que acontecia. Desde a primeira vez em que a vi ao lado de seu pai soube que ele a controlava, desde a roupa que vestia até com quem a mesma devia se relacionar. Isso estava longe de ser um relacionamento saudável, aquela família era extremamente tóxica. Entendia o seu lado protetor, mas tudo nessa vida tem limites.

Quando os meus amigos vieram para a minha casa e tivemos uma longa conversa, algumas coisas clarearam minha mente e quando Josh deu a ideia de ir até o Sebastian e acabar com tudo isso de uma vez eu pensei, por que não?

Parecia loucura, mas fazia sentido. Eu não podia passar o resto da minha vida esperando ele tomar um posicionamento e ter uma conversa comigo de sua própria vontade, isso jamais iria acontecer. Ele iria passar o resto da vida aprisionando Sina? Eu tinha certeza de que ela tentava e se esforçava, mas nesse momento estava vulnerável e a mercê dos pais. Então eu mesmo iria fazer algo, minha paciência tinha acabado.

No momento em que cheguei na casa de Sina e vi aquele homem a segurando pelo pescoço, simplesmente perdi a cabeça. Já fui muito filho da puta em algumas coisas, mas jamais tratei uma mulher mal, tinha a consciência tranquila em relação a isso.

E agora, eu e Sebastian nos encarávamos de uma forma nem um pouco amigável. Pelo seu olhar me fuzilando e o modo que nos flagrou, pude perceber que minha presença ali não era bem vinda.

— Noah, você poderia sair da minha casa, por gentileza? — Ri desacreditado. Ele iria mesmo continuar jogando tudo para debaixo do tapete e fingir que nada aconteceu?

— Não. — Respondi, seco.

— Não é o momento para isso. — Sebastian segurou a filha pelo braço. — Vamos, Sina. Temos algumas coisas para resolver lá dentro.

— Vai continuar fugindo, Sebastian? — Levantei a sobrancelha e ele fingiu não entender nada.

— Não sei do que você está falando, Noah. — Ele não conseguia manter seu olhar no meu.

— Não minta para mim. — Aumentei o tom de voz. — Sina me contou tudo.
— Sebastian semicerrou os olhos e olhou para Sina, que estava encolhida, ainda assustada. — Eu posso não estar a par exatamente sobre tudo que você vem fazendo com ela, mas eu sei que você a deixou de castigo, e sei também da regra. — Meu empresário me olhou assustado. — Saiba que ficar escondendo ela de mim e toda a situação não vai adiantar de nada. Eu vou continuar insistindo até você conversar comigo.

— Mathew — O cara que estava machucando a Sina o olhou assustado
—, peça aos seus pais para voltarem depois, tenho algumas coisas para resolver no momento. — Sebastian passou as mãos pelos cabelos e eu sorri vitorioso. — Você não quer conversar de homem para homem? Então vamos ter essa conversa.

Ele começou a andar em direção para a parte de dentro de casa e eu e Sina o acompanhamos. Fomos para a sala e nos sentamos no sofá, mas Sebastian preferiu ficar na poltrona ao meu lado.

— Ótimo. — Cruzei os braços e sorri para Sina. — Pode começar me explicando isso tudo que você vem fazendo com a sua própria filha?

Soltou o ar pesadamente e finalmente olhou em meus olhos.