53 | garoto problema.

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Noah.

Como eu fui idiota em acreditar que Sina estava apaixonada por mim. No dia que eu liguei para ela, o tal do Even estava em sua casa, e por isso ela estava "ocupada". Se ela não queria nada comigo, por que então ficar inventando desculpas ao invés de falar logo a verdade? Será que ela tinha se esquecido de que eu tenho sentimentos?

Eu sabia de que era um garoto problema quando o assunto era vida pessoal, mas eu estava mudando e mudaria ainda mais por ela.

Desde a primeira vez que a vi, algo nela mexeu comigo e eu nunca soube explicar. Aquela coisa de querer protegê-la... talvez fosse amor. Mas agora eu iria seguir em frente, com Sina eu sabia que não iria dar certo e nem ela queria.

Dirigi em silêncio até o treino, não estava com clima para nada hoje. Entrei no vestiário e vi os meus amigos reunidos em frente ao armário. Suspirei e passei entre eles.

— Bom dia, beijoqueiro! — Ryan disse me puxando pelo braço, mas eu o ignorei.

— Ih, ele acordou do lado errado da cama. — Olhei para Collin e sorri sem humor.

— Me deixem, por favor. Não estou em um bom dia. — Abri meu armário e tirei meu uniforme de dentro. Meus amigos me olharam assustados sem entender nada.

— Que bicho te mordeu? — Samuel perguntou.

— Qual é caras, nunca tiveram um dia ruim na vida? — Disse impaciente. Tirei a minha roupa e vesti os protetores e em seguida o uniforme.

— Desculpa aí, maninho. — Samuel respondeu baixo.

— O que aconteceu, Noah? Quer conversar? — Ryan se aproximou de mim e me puxou pelos ombros.

— Tenho medo de contar e vocês ficarem falando aquele monte de coisa chata. — Admiti.

— Prometo que dessa vez vou levar a sério, vi que a situação está séria mesmo. — Collin cruzou os dedos e os beijou.

Suspirei e me sentei no banco com eles.

— Depois do beijo com a Sina, eu me senti estranho, sabe? Como se algo tivesse mexido comigo. Pedi o número dela ao pai e liguei, queria chamar ela para sair, sei lá, mas ela disse que estava "ocupada". — Fiz aspas com as mãos quando falei a palavra. — E imaginei que fosse algo da faculdade. — Levei minhas até as têmporas e as massageei. — Conversei com os meus outros amigos sobre tudo isso e eles disseram que eu estava apaixonado. Tudo bem, aceitei que talvez estivesse nutrindo sentimentos pela Deinert. Enfim, abri o Instagram dela hoje e me deparei com ela e a sua "ocupação".

Meus amigos me olharam com pena é eu detestava isso. Eles passaram alguns segundos processando toda a informação, até que Samuel resolveu falar:

— Cara, eu entendo você estar apaixonado por ela e tudo o mais, mas ainda não entendi a parte da tal "ocupação". — Me imitou. — Tipo, ela é solteira e faz o que quiser da vida.

— É que no momento do beijo eu senti algo diferente, como se ela estivesse colocando algo para fora que estava guardado. No dia em que conversamos pelo telefone, ela parecia tão leve por estar falando comigo, estava tão diferente do que costumamos a nos tratar, então eu imaginei que ela pudesse estar sentindo algo por mim também.

— Complicado, muito complicado. — Collin levantou e caminhou de um lado para o outro com as mãos no bolso. — E o que você pretende fazer agora? Vai conversar com ela?

— Pretendo esquecê-la. — Falei rapidamente. — Sempre soube que essa coisa de amor era furada. Lá em casa hoje a noite iremos começar o projeto. — Esfreguei as mãos uma na outra e meus amigos se entreolharam.

DADDY'S DARLING ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora