32 | em alerta.

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Sina.

O filme já estava perto de acabar e eu realmente estava interessada em assistir, quando senti a mão de Noah tocar a minha perna. Olhei para ele com o canto dos olhos, que prestava atenção na televisão e tentei fazer o mesmo outra vez, quando senti sua mão subir mais um pouco e um de seus dedos sumirem perigosamente por baixo da minha saia.

Rapidamente meu corpo entrou em alerta. Ele não seria capaz de fazer algo perigoso sabendo que seus amigos estavam ali ao nosso lado. Tentei continuar prestando atenção no filme mas nesse momento a vontade de saber o que iria acontecer no final foi para o espaço. Comecei a respirar aceleradamente ao sentir a mão dele depositar uma certa força na minha perna, enquanto os olhos deles se mantinham presos na cena do filme.

Eu sabia que isso iria completamente contra as regras do meu pai e com certeza ele me mataria por isso, mas nesse momento eu queria beijar Noah. Imaginava nós dois a sós enquanto ele apertava toda a carne do meu corpo e me puxava para sentar em seu colo.

Balancei a cabeça afastando esses pensamentos errados e segurei em sua mão, afastando-a para bem longe de mim. Mordi o lábio inferior aliviada, mas minha paz rapidamente desapareceu.

Senti Noah empurrar seu braço por trás de mim e seus dedos agarrarem minha cintura. Bebi um pouco de refrigerante para acalmar e diminuir o calor que subia por todo o meu corpo e fazia minha intimidade formigar. Seu indicador empurrou minha blusa um pouco para cima e depois desceu para a pele exposta, apertando a carne.

Abaixei a cabeça e bebi mais um pouco daquele refrigerante sem graça. Pelo pouco que consegui prestar atenção na televisão, o filme já estava acabando mas isso pouco me importava no momento. Tentei agir normalmente enquanto Noah esmagava a carne da minha cintura em seus dedos e nesse momento todo mundo ali já tinha percebido o que estava acontecendo.

Puxei um pirulito do bolso da jaqueta e tirei o plástico, colocando-o na tigela de pipoca vazia e empurrando o doce na minha boca em seguida. Usei o pirulito como de — muita tensão — e quase quebrei o mesmo com os dentes.

— Você sabe o que aconteceu da última vez que você chupou um pirulito na minha frente. — Me assustei ao ouvi-lo sussurrar em meu ouvido. Virei o rosto em sua direção e analisei sua feição. — Pare de olhar para mim com essa cara de anjo.

— Eu só tenho essa cara. — Respondi e pulei do sofá ao ver que o filme tinha acabado. Todos os amigos de Noah olhavam para nós dois e eu tentei disfarçar a minha vergonha, mas a essa altura do campeonato eu tinha certeza de que era impossível, pois eu sabia que o meu rosto estava mais vermelho que um tomate. Puxei minha saia para o lugar, já que Noah tinha afastado a mesma. — Obrigada pela noite pessoal, mas eu tenho que ir, meu pai deve estar uma fera comigo. — Engoli em seco ao ver Any segurar um risinho. Merda, todo mundo tinha mesmo visto.

— Vem, eu vou te levar. — Noah disse quase em um sussurro e eu gelei. Abracei todos os seus amigos e caminhei até seu carro.

O trajeto de volta para a minha casa foi uma verdadeira torta de climão. Sempre era assim: provocávamos um ao outro e depois fingíamos que nada tinha acontecido. Não tive coragem de pedir para ligar o som e nem ele se deu ao trabalho de ligar, por isso os únicos sons dentro do automóvel eram os das nossas respirações e de Noah batucando os dedos incontrolavelmente no volante.

Senti um nó se formar em minha garganta e se eu não chegasse em casa nos próximos dez minutos não me responsabilizaria pelo o que iria acontecer. O ar ficava cada vez mais pesado e eu estava inquieta.

Tudo isso era tão errado de tantas maneira que eu não sabia explicar. Noah era um galinha e com certeza me via como mais uma, eu não deveria me envolver com ele, e claro, o mais importante: a regra do meu pai. Claro que eu já tinha achado alguns dos seus clientes bonitos, mas nunca passou disso, eu nunca dei mais um passo como fiz com Noah. E daí que sequer chegamos a nos beijar? Essa coisa de provocações e tensão sexual que pairava sobre nós não deveria existir e eu precisava colocar um ponto final urgente nisso.

— Desculpa. — Noah disse assim que parou o carro na frente da minha casa. Tirei o cinto e o olhei sem entender o que estava querendo dizer. — Eu sei que o primeiro beijo tem que ser com alguém especial e eu quase te beij...

Revirei os olhos e o interrompi.

— De novo com isso? Quantas vezes eu tenho que te falar que já beijei? — Levei minhas mãos até a cabeça e puxei alguns fios.

Noah soltou o seu cinto também e virou de lado, levando sua mão direita até o meu ombro e apertando a região. Vi ele analisar todo o meu rosto e aquilo me incomodou.

— Não precisa mentir para mim, Little Deinert. Eu não vou rir de você, prometo.

Encarei Noah e segurei o palito do pirulito nos dedos. Rodei o doce na língua e fiz barulhos propositais, vendo o punho dele se fechar ao meu lado. Me curvei para mais perto e vi Noah congelar enquanto assistia tudo o que eu fazia. Levei minha mão livre até o seu rosto e apertei as laterais da sua bochecha, fazendo sua boca abrir.
Puxei o pirulito para fora e passei a língua nele uma última vez antes de colocá-lo na boca de Noah. Colei meu rosto no seu ouvido e sussurrei:

— Quando eu te falar uma coisa, acredite, pois estou sendo sincera. — Beijei o seu rosto e desci do carro, desfilando até a porta de casa, abrindo a mesma e entrando.

Agora, mais do que nunca, eu queria que Noah descobrisse que Sina Deinert não era o que ele pensava.

DADDY'S DARLING ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora