10 | diferente.

5K 529 83
                                    

Noah.

— Perdão pela Sina, ela age sem pensar às vezes. — Sebastian disse e eu engoli em seco. Ele realmente achava que a filha era uma boneca e que tinha que agir perfeitamente. — Ainda vai ficar para o jantar?

— Tudo bem, de verdade. Tenho praticamente a idade da sua filha e sei como é, relaxa. A Sina só não estava tendo um dia bom. — Disse e dei de ombros. — E eu lembrei agora que marquei de jantar com a minha mãe, desculpa. — Menti e vi Sebastian analisar minha feição. Se ele acreditou ou não eu não sabia, mas disse um "tudo bem" e eu me despedi dele e de sua esposa.

Saí pela porta da frente me arrastando até o lado de fora. O tempo estava frio e eu sentia meus pêlos do braço se eriçarem a cada rajada de vento que me chicoteava. Enquanto caminhava em direção ao carro, observei um barulho de música e olhei para cima.

A luz estava apagada, mas por causa da pouca claridade que ainda tinha pude ver Sina sentada na varanda de seu quarto, mexendo no celular e cantarolando no ritmo da música. Ela estava distraída e balançava os pés e jogava a cabeça para trás rindo. Aquele jeito simples dela exalava algo angelical que eu não sabia explicar o que era. Imaginei que para ela, "aproveitar a vida" era ouvir uma música e encontrar os amigos na faculdade. Sina era linda, e ver aquela pobre menina presa num brinquedo de porcelana era uma desperdício. Mordi o lábio inferior imaginando como seria vê-la usando uma saia jeans apertada e um cropped com uma jaqueta de couro por cima. Imaginei Sina sendo como das mulheres com quem eu saía. Não, esperava. Sina jamais seria como elas, pois a loira, diferentemente das minhas parceiras sexuais, tinha conteúdo. E era tão errado imaginar alguém beijando aqueles lábios ou tirando sua roupa. Sina era muito mais do que isso e eu pude ver em poucas horas de convivência.

Ela jamais seria só mais uma na vida de alguém.

Percebi que já estava ali parado a observando há alguns minutos e que a qualquer momento ela poderia me ver. Apressei o passo e entrei no carro, saindo dali o mais rápido possível. Passei em um Drive Thru e pedi um combo de hambúrguer, batata frita e refrigerante e dirigi até chegar em casa.

Meu bairro, diferente do bairro que a família Deinert morava, era menos etilizado, mas era tranquilo e as pessoas que moravam ali simplesmente cagavam para o fato de eu ser uma celebridade, o que era bom, para falar a verdade. Sem incômodos, sem perturbação.

O segurança abriu o portão e eu entrei. Coloquei o carro na garagem e desci, trazendo comigo a comida que eu havia comprado e a bolsa que estava no banco traseiro.

Abri a porta da sala e entrei, gemendo de satisfação ao sentir a temperatura quente que estava ali dentro. Coloquei a sacola de comida no sofá e subi para o quarto, jogando a bolsa com minhas coisas no chão e entrando no banheiro. Tomei um banho rápido e vesti apenas minha calça moletom e desci para a sala novamente, ligando a televisão em algum filme e abrindo a sacola com a comida.

Tentei comer enquanto assistia ao filme, mas minha cabeça tinha ficado naquela casa. Aquele jeito da Little Deinert havia me intrigado de uma maneira que eu não tinha gostado. Algo naquela menina me deixava com desejo de conhecer cada centímetro dela, de ajudá-la a deixar de ser uma menina e virar uma mulher. Ninguém nunca havia causado essa sensação em mim.

Sina Deinert definitivamente era diferente.

DADDY'S DARLING ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora