epílogo, parte dois.

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Sina.

Me mexia impaciente no banco com aquele pedaço de pano cobrindo os meus olhos.

Noah chegou no meu apartamento e simplesmente disse: "Vista-se com roupas quentes e confortáveis e me diga onde estão os seus documentos". Meio receosa, aceitei. Eu confiava no meu namorado o suficiente para saber que ele não iria me matar ou me jogar de uma montanha. Bom, pelo menos isso é o que acho.

Já haviam se passado oito horas segundo Noah, e eu continuava com essa droga em meus olhos derretendo a minha maquiagem. Pelo que percebi, ele me colocou dentro de um carro, me levou para algum lugar, me colocou em um avião e agora estávamos dentro de um carro novamente. Eu tentava a todo custo arrancar o cetim e ele mordia a minha mão, dizendo que iria me castigar na cama por ser tão teimosa.

Eu vivia o melhor momento da minha vida, sem sombra de dúvidas.

Me lembro que fiquei um tanto quanfo receosa e em alerta por causa do meu pai e o medo dele tentar fazer algo, mas ele realmente respeitou o meu espaço e hoje temos relação estável. Não digo que os odeio pois odiar é uma palavra muito forte, mas não morro de amores por eles. Meus pais mudaram, eu consegui fazê-los mudar com o meu amor. Sempre acreditei que o amor poderia mudar as pessoas e o mundo.

Eu e Noah estávamos bem, profissionalmente falando. Ele era o queridinho do mundo do futebol americano, o quarterback dos sonhos de qualquer equipe, o melhor jogador do Patriots. Eu consegui me formar e agora trabalhava para em breve abrir a minha própria empresa e ser cem por cento independente.

Nosso amor só cresceu a cada ano, e sempre que eu pensava que iria acordar amando Noah menos do que o dia anterior, eu me enganava e acordava com o peito transbordando de amor por ele.

— Pode me dizer agora onde diabos nós estamos? — Perguntei impaciente e ouvi a risada de Noah ao fundo.

— Calma Little Deinert, estamos chegando. — Ele plantou um beijo em meu ombro e eu o empurrei com o cotovelo.

Senti o carro inclinar de leve e o meu coração foi até a boca e voltou. Noah estava brincando com fogo me colocando nessas situações. Quando eu saísse daqui iria encher a cara dele de soco, nem jogando ele teria apanhado tanto.

Estava quase dormindo outra vez quando o carro parou. Noah soltou o meu cinto e segurou em minha mão.

— Chegamos. — Soprou em meu ouvido e meu corpo se arrepiou por inteiro. Desci do veículo com a sua ajuda e ele me arrastou por alguns metros, parando em seguida. — Agora vou tirar a sua venda.

— Finalmente. — Choraminguei.

Ele veio para trás de mim e seus dedos deslizaram por minhas mãos, abraçando os meus dedos mas os soltando rapidamente. A ponta deles deixou um rastro de fogo mesmo naquele frio em minha pele e subiu até os meus ombros.

— Eu te amo. — Noah beijou a curva do meu pescoço e finalmente suas mãos foram até a minha cabeça, desatando o nó do pano e liberando os meus olhos.

Quando abri os olhos, não consegui segurar um suspiro e a surpresa tomou conta do meu rosto. A vista em minha frente era perfeita. Olhei ao redor e em seguida nos olhos de Noah, que me analisava atentamente com um sorriso no canto dos lábios.

— Meu amor... — Não consegui terminar de falar. Puxei o seu corpo para o meu em um abraço apertado.

— Você disse que sempre quis viajar para a Noruega, mas nós nunca tivemos tempo para fazer isso, e quando surgiu a oportunidade, eu não poderia deixá-la passar. — Noah explicou.

— Eu pensei que você tinha esquecido. — Fiz biquinho.

— Jamais irei esquecer qualquer coisa em relação a você. — Assim como ele costumava fazer comigo, enchi seu rosto de beijinhos.

De mãos dadas, andamos até a ponta da montanha e ficamos alguns segundos admirando a vista em nossa frente. Tínhamos a visão perfeita de toda a região. Como era inverno, as montanhas eram cobertas pelo gelo e o rio que ali corria estava congelado. Mesmo assim, era tudo tão lindo e encantador. Porra, estávamos na Noruega!

Noah soltou a minha mão e quando olhei para o lado, vi ele tirar a caixinha do bolso e se ajoelhar na minha frente. Girei meu corpo em sua direção e as minhas pernas ameaçaram fraquejar.

— Noah... — Minha voz saiu como um fio por causa do nervosismo e do frio.

— Eu pensei que a mulher perfeita não existia nesse mundo, mas ela existe sim, e está na minha frente. — Ele levantou a cabeça e olhou em meus olhos. — A mulher que está em minha frente é linda, inteligente, dona de si, tem um coração gigante, é bem humorada e irradia luz. A mulher que está em minha frente é a mulher que eu mais amei e amo na vida, e quero tê-la ao meu lado para sempre. — Nesse momento, minhas mãos tremiam mais do que tudo e meu rosto já estava coberto de lágrimas. —
A mulher que está em minha frente enxergava um Noah dentro de mim que eu nem sabia que existia e fez ele nascer. — Ele abriu a caixinha e dentro dela tinha um lindo anel com uma discreta pedrinha lilás, minha cor favorita. — A mulher que está em minha frente é a pessoa que mais ama se entupir com pirulitos e bolinho de queijo. — Cobri a boca para não rir. —
É a mulher que me proporciona os melhores momentos da minha vida e que me dá forças para viver. Eu poderia passar o dia todo aqui rasgando elogios para ela, mas ainda seriam poucos e eu preciso sair daqui pois meu saco está dolorido de frio. —
Dessa vez eu não consegui segurar o riso. — Então, eu só preciso que essa mulher que está aqui na minha frente, que é o sangue que corre em minhas veias e faz o meu coração bater aceite o meu pedido de casamento e me prove que eu posso ser ainda mais.

Entre lágrimas e soluços, consegui falar: — S-sim meu amor, sim um milhão de vezes, sim para sempre.

Noah se levantou e colocou o anel em meu dedo, beijando a região em seguida. Puxei o seu rosto contra o meu e iniciei o beijo mais intenso de toda a minha vida. Nossas línguas se abraçavam e conseguimos transmitir ali todos os 'eu te amo' possíveis. Aquele beijo falava por si só toda a gratidão por tudo que passamos juntos para chegar fortalecidos e nos amando ainda mais até aqui.

— Você me trouxe para a Noruega para me pedir em casamento. — Falei baixinho. Noah segurou a ponta do meu queixo e eu olhei dentro de seus olhos.

— Eu vim para a Noruega com três missões, na verdade. — Sorriu de lado. — Te pedir em casamento, fazer um filho e ver a aurora boreal. — Me arrepiei por inteira.

— Um filho? — Enruguei a testa.

— Está mais do que na hora de colocarmos no mundo algum serzinho fruto do nosso amor. — Cocei a sobrancelha. — O que foi? Você não quer?

— Claro que sim, meu amor. Muito. — Deslizei meus dedos por sua mandíbula. — Sinto que agora estamos preparados para darmos esse passo, e não vejo a hora de sentir uma vida dentro de mim e segurá-la em meus braços. — Os olhos de Noah brilharam.

Ele me puxou para me aninhar em seus braços e eu deitei minha cabeça em seu peito, ouvindo seu coração bater por mim.

— Nós já passamos por muitas coisas juntos e vamos continuar passando porque assim é a vida, mas assim como dois anos atrás, eu estarei ao seu lado segurando sua mão e te dizendo que é só uma fase. — Fechei os olhos ao sentir seus lábios tocarem os meus cabelos.

— Tudo o que passamos só serviu para nos tornar ainda mais fortes e nos mostrar que o nosso amor vence qualquer coisa.

Virei meu rosto em direção às montanhas outra vez e passei a refletir. A vida podia ser cruel o quanto fosse, mas isso passava. Tudo nessa vida, as coisas boas e ruins, bastava nos esforçarmos e lutarmos para aquilo se manter ou passar. Eu lutei até o fim e consegui me livrar da relação tóxica que eu vivia com os meus pais, mas eu lutaria até o fim para o meu amor por Noah e o dele por mim permanecer eternamente, até o nosso último suspiro.

Tudo o que passamos até aqui e o que vivemos era apenas parte da nossa história, ainda temos muitas coisas incríveis para passarmos juntos, eu tenho certeza.

— Sina? — Levantei minha cabeça e olhei em seus olhos. — Eu te amo. — Ele abaixou a cabeça, encostou nossas testas, mantendo nossos olhares fixos e entrelaçou nossos dedos.

— Eu te amo, Noah. Muito.

DADDY'S DARLING ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora