DADDY'S DARLING ↯ noart

16 | nota mental.

Sina.

Abri minha bolsa e tirei um pirulito de dentro, jogando o plástico que vinha por cima no lixo. Um fato sobre mim: amo pirulitos. Quando estava com um pirulito na boca, o usava como ponto de tensão, então sempre que tinha um na boca, relaxava. Minha dentista já chamou minha atenção diversas vezes mas eu falei que era mais forte do que eu, por isso ela tratou de descobrir um pirulito feito apenas para tirar o mau hálito, sem açúcar, e era esse que não saía da minha boca.

Me sentei na cadeira e abri a folha em branco sobre a mesa, em seguida separei os lápis e as réguas. Agora só faltava Noah.

— Voltei. — Ele disse aparecendo devidamente vestido. — Podemos começar?

— Claro, deixa só eu te explicar como vai ser e como vamos dividir essa tarefa e eu te dou sua parte. — Me levantei e comecei a explicar para Noah o que era um projeto e como ele deveria ser. No começo o moreno parecia não entender nada, mas aos poucos e com minhas explicações mais didáticas ele passou a entender o que eu falava. Pedi que ele me ajudasse com o esboço que a parte final eu faria.

Rapidamente Noah pegou jeito com a coisa e até que sua ajuda estava sendo boa. Até pedi para colocar uma música para tocar de fundo e ele permitiu, o que deixou o clima ainda melhor.

Não sabia exatamente que horas já eram, mas ao sentir minha barriga roncar de fome deduzi que já de passavam das 15h. Noah ouviu o barulho da minha barriga e parou de rabiscar.

— Quer fazer um lanche? — Perguntou olhando para mim.

— Sim. — Respondi e Noah passou pela porta e eu o acompanhei. Seguimos até a cozinha e me sentei em um dos banquinhos que ficavam na ilha.

— O que você quer comer? — Noah mexeu no armário e tirou algumas coisas de dentro, espalhando pelo mármore da ilha. — Tem biscoito recheado, algumas pipocas, iogurtes, uns salgadinhos velhos de queijo e...

— Espera. — O interrompi. — Você acha que eu sou criança para comer essas coisas? — Cruzei os braços e cerrei os olhos indignada.

— Não me leve a mal, mas meninas como você devem comer esse tipo de coisa. — Ele gesticulou tentando se explicar.

Revirei os olhos e desci do banquinho, dando a volta na ilha e abrindo a geladeira, procurando as frutas. Peguei algumas e as levei até a pia. Lavei todas e comecei a cortar em cubinhos. Noah estava parado me observando sem entender nada.

— Onde tem tigela? — Me virei para ele e ele apontou para o armário. Fui até lá, pegando duas e colocando as frutas. Depois, abri a geladeira e coloquei um pouco de leite condensado por cima. — Pronto, fiz uma salada de frutas.

— Uau. Imaginei que você quisesse comer aquelas coisas. — Noah me olhou boquiaberto.

— Eu não como essas porcarias, e pare de achar que eu sou uma criança. Agora come tudo que temos que terminar a droga do projeto ou eu reprovo, e eu não estou afim de reprovar.

Enquanto comíamos, conversamos sobre comidas que gostávamos e quando percebi já estávamos tomando sorvete. Noah estava demonstrando ser até um pouco legal, agindo como uma pessoa normal sem dizer aquelas coisas chatas de ensinar a viver a vida e tudo o mais, mas queria ver até quando isso iria durar.

— Vamos? — Perguntei depois de colocar a sujeira que tinha feito dentro da pia.

— Vamos. — O acompanhei e subimos as escadas. — Esse trabalho já está acabando? — Noah virou para trás e me olhou.

— A sua parte, a minha ainda tem muita coisa. — Falei, sem ânimo.

— Que droga. — Ele resmungou e voltou a se sentar na cadeira que estava. — Já sei que não iria aguentar nem um mês na faculdade, estudar é um saco.