74 | muito perto.

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Noah.

Era aniversário da Sina e eu estava completamente nervoso. Ela era muito especial para mim e eu preparei algo para a mesma, e tinha medo de que não gostasse. Fui convidado para passar o final de semana com ela e os amigos em uma cabana na cidade vizinha, e ela pediu para que eu chamasse os meus amigos também. Não vou mentir, estava com medo do que poderia acontecer nesses dois dias.

Esse fim de semana poderia ser um divisor de águas em minha vida. Sina ainda era muito apaixonada por Even, isso era visível, e se ele fosse mútuo, poderia pedi-la em namoro facilmente e acabar com as minhas chances.

Conheci Sina na semana mais especial da minha vida, e lembro exatamente do momento que a vi em minha frente pela primeira vez.

Ela estava completamente tímida, sua expressão facial não negava. Usava um vestido social que realçava sua pele; seus cabelos loiros estavam soltos e caíam em cascatas por seus ombros, e seus olhos eram tão lindos que sequer consegui prestar atenção na maquiagem que usava. Quando bati os olhos nela, algo despertou dentro de mim. Sina exalava serenidade e seu olhar tinha uma inocência jamais vista por mim. Eu senti uma necessidade inexplicável de estar com ela, de tê-la para mim.

Não vou mentir, fui um completo babaca com ela na primeira vez em que nos falamos. Aquele era o meu jeito e acabou saindo naturalmente. Mas, eu percebi que, para ter a amizade da mesma ou algo mais, eu teria que mudar. Me esforcei para não mudar somente com ela, mas com todo mundo. Eu era um escroto por tratar todos daquele jeito.

Por isso Sina era especial na minha vida. Ela me fez ver beleza nas coisas mais simples, me mostrou que com arrogância nós não conquistamos nada, que a vida não gira em torno de futilidades. Foi um processo árduo, mas de extrema necessidade e hoje eu conseguia ver essa mudança de forma positiva.

Eu era uma pessoa estúpida, até conhecer Sina Deinert.

Coloquei o último par de roupa na mala e guardei o presente com todo o cuidado do mundo dentro da mesma. Passei a mão gelada na testa e tirei a fina camada de suor que havia se formado. Eu estava tão nervosa que mal sabia como agir. Me sentia como um adolescente indo para o primeiro passeio escolar, onde sabia que daria o primeiro beijo.

Fechei as cortinas do quarto e coloquei a mala no chão, arrastando-a para fora dali e levando até o carro. Voltei para casa apenas para fechar a porta e entrei no veículo. Mandei uma mensagem para Any pedindo que ficasse na frente de casa e outra para Lamar, avisando que em trinta minutos passaria em sua casa para irmos juntos para a cabana que Sina tinha alugado. O resto do meu grupo iria com Lamar, eles odiavam andar de carro comigo, pois eu gostava de adrenalina e eles eram uns chatos. Como Any morava perto de mim, acabou sobrando para ela a missão de estar no banco do passageiro.

Dirigi tranquilamente até o bairro da garota e encontrei a mesma sentada na calçada de sua casa distraída com o celular. Buzinei e parei o carro, tirando a mesma do transe. A cacheada jogou a mala — que parecia mais que ela iria fugir de casa, pelo tamanho — no banco traseiro e pulou para o do passageiro.

— E aí. — Falei assim que ela fechou a porta.

— E aí apaixonado, como está o seu coração? — Meus amigos estavam se divertindo com o meu sofrimento, e com Any não era diferente. — Ele está preparado para passar um final de semana com a dona sem o papai dela por perto?

Dei partida no carro e a olhei de canto.

— Favor, não tocar nesse assunto de amor. Eu não faço ideia de que como serão esses dois dias lá.

— Por quê? — Any colocou o cinto e me encarou com a testa enrugada.

— Porque eu tenho quase certeza de que o outro lá vai estar. — Tentei ser indiferente, mas o ciúme em minha voz era quase palpável. — E as chances dele são bem maiores que as minhas.

DADDY'S DARLING ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora