100 | uma carta.

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Noah.

Mesmo sem vontade, me levantei da cama e fui para o banheiro tomar um banho e fazer a barba. Eu não podia ficar para sempre dentro desse quarto me sentindo um lixo e pensando em algo que eu sabia que no final não iria dar certo. Amava muito a Sina, mas a minha vida não podia parar. Eu sabia que o destino juntamente com o tempo iria dar um jeito nisso tudo e nos unir novamente.

Mas era impossível não pensar nela. Desde que saiu daqui, Sina não atendia as minhas ligações, não respondia as minhas mensagens e nem usava as redes sociais. Eu não fazia ideia do que podia ter acontecido e as milhares de possibilidades me deixavam ainda mais eufórico.

Eu não conhecia o lado pai do Sebastian e não sabia do que ele era e seria capaz de fazer com a Sina. Não sabia se eles iriam conversar e chegariam em um acordo, não sabia se ele iria proibir nosso relacionamento ou se iria mandá-la para outro país. Eu não sabia de absolutamente nada pois ele me deixou completamente de fora de tudo isso e sobrecarregou apenas a Sina.

E era essa incerteza e esse silêncio que estavam me destruindo.

Troquei de roupa e desci para a cozinha para esperar por minhas primas que queriam me trazer algo hoje, por isso iríamos tomar café juntos.

Linsey e Haley eram minhas primas maternas. Linsey perdeu seus pais quando tinha apenas dois meses, por isso meus pais criaram ela. A considerava como uma irmã, apesar de nos últimos anos nosso contato ter reduzido por ela estar sempre ocupada com a faculdade.

Nesses três meses, me reaproximei de toda a minha família depois que eu fui contratado pelo LA Rams, pois queria ajudá-los de algum jeito. Apesar de todo mundo morar longe um do outro, sempre tentava manter contato com a minha família por telefone. Eu não podia esquecer das minhas origens, quem estava comigo desde o começo.

Durante essas últimas conversas com as minhas primas, elas acabaram falando o nome da faculdade em que estudavam e o tão sonhado curso de música, e eu me lembrei de que Sina estudava lá. Foi o meu último momento de esperança para ter algum contato com a mulher que eu amo.

Elas fizeram esse favor para mim. Procuraram por Sina, explicaram toda a situação à ela e hoje trariam algo para mim feito pela mesma. Algo especial e importante, devo acrescentar.

Eu não sabia o que esperar dessa "coisa especial". Podia ser o fim do que tínhamos, podia ser uma segunda chance, uma esperança.

Estava fritando ovos quando ouvi a campainha tocar. Pedi que a governanta atendesse enquanto eu finalizava o nosso café.

— Bom dia, meninas. — Caminhei até a mesa com os ovos e os servi no prato.

— Bom dia, Jacob. — Beijei o topo da cabeça de Haley.

— Bom dia, mano. Como você está? — Fiz o mesmo com Linsey e me sentei ao seu lado.

— Estou bem, na medida do possível. — Suspirei. — Mas e aí, o que vocês trouxeram para mim?

— Calma mocinho, uma coisa de cada vez. — Ri. — Vamos comer e depois eu te entrego.

— Fazer o que, né? — Dei de ombros e me servi com um pouco de ovos e um pão, já era o suficiente.

Em dias de jogos, o nosso médico recomendou que, para um bom desempenho, nós deveríamos comer bastante no café da manhã e moderar durante o resto do dia, mas eu simplesmente não iria conseguir isso hoje. Não tinha ânimo nem vontade para comer.

Comi tudo em silêncio, com o meu coração quase rasgando o peito de tanta ansiedade. Levei a louça para a pia e arrumei toda a bagunça, indo para a sala em seguida, onde as meninas agora me esperavam.

DADDY'S DARLING ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora