Crise

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Os dias foram passando e nossas vidas voltaram ao normal, papai estava 100% melhor, já estava de volta ao trabalho, apenas tomando suas medicações diariamente.
Eu e Rafa estávamos indo muito bem, era difícil dormirmos separadas. Ou eu estava na casa dela ou ela na minha. Nosso relacionamento ficava cada vez mais sólido então decidi que estava na hora de abrirmos mais nossa bolha perfeita.

Era de noite e estávamos em minha casa. Rafa sentada no sofá enquanto eu estava com a cabeça em seu colo, recebendo carinho.

- Rafa?
- Oi, amor. – Outra coisa que havia elovuído nos últimos dias. A gente começou a se chamar de amor. A primeira fui eu, sempre emocionada, mas saiu tão sem querer, tão sem pensar... Rafa reagiu até bem, só ficou meio chocada, mas depois de alguns dias já tava acostumada e começou a usar o apelido também.
- A Manu chamou a gente pra uma reuniãozinha na casa dela. Vai umas amigas nossas... Vamos?
Me virei para cima para ver sua reação com o pedido.
- Vamos ué. Quando vai ser?
- Amanhã. Ela disse pra chegar lá umas 10 horas. Vai ter pizza e vinho no tapete.

Combinamos de ir na casa de Rafa amanhã para ela pegar uma roupa. Era sábado e Rafa não pegava mais plantões no fim de semana para termos mais tempos juntas, o que eu amava, já que durante a semana nossos trabalhos nos consumiam.


- Caramba, Rafa, quer me matar? – Minha namorada estava usando um jeans claro e um cropped branco, por cima colocou um blazer azul marinho e completou o visual com um tênis também branco.
- To bonita? – perguntou enquanto dava uma volta me mostrando suas costas.
- Uma deusa, como sempre – me aproximei dando um beijo na mulher
- Você tá linda também. Eu usava jeans mais escuro, com um cropped bege que tinha uma especie de cinto no final e decote em V, coloquei uma sandalia de salto lilás pra dar uma cor no visual.

- Quantas pessoas vão?
Já estávamos no carro à caminho de Manu, o apartamento da minha amiga ficava à uns 20 minutos de distância e percebi Rafaella ficando um pouco ansiosa enquanto chegávamos mais perto.
- Bom, tirando nós 3, acho que umas 4. A Thelminha, que é médica também, aliás, a Taís e a Letícia, que são advogadas e a Gabi, que é compositora.
- Vocês se conhecem há muito tempo?
- Taís e Letícia conhecemos na faculdade. Thelminha, a Manu conheceu na faculdade e me apresentou. Gabi é a que conheçemos a mais tempo, ela foi minha primeira namorada mais séria. A gente estudou junto no terceiro ano e começamos a sair, mas na época eu não era assumida ainda. Quando eu tava com 20 anos, a gente brigou feio porque ela não aguentava mais se esconder então ela terminou comigo. Eu acabei me assumindo pro meu pai e a gente ainda namorou por uns meses, mas acabamos terminando e virando amigas só.
- Você é amiga da sua ex? – ela falou em um tom quase acusatório.
- Sim, ué. Mas não tem nada a ver Rafa, faz anos que nós terminamos. A gente realmente é só amiga. Não precisa ter ciúmes.
- Não to com ciúmes, não seja ridícula, Gizelly.

Eu conhecia minha namorada o suficiente pra saber que ela estava se segurando pra não falar mais. Então seguimos o resto do caminho em silêncio.

Quando chegamos em Manu, todas as meninas já estavam lá. Achava que Rafa ia permanecer emburrada, mas ela foi super simpática, comprimentando à todos inclusive Gabi, que segundos antes, tinha se jogado em meus braços, me abraçando forte pois fazia alguns meses que não nos víamos, já que ela vivia em Goiânia por causa do trabalho.

- Nossa, Gi, acho que a gente nunca ficou tanto tempo sem se ver né? – Gabi me puxou para sentar no tapete, segurei a mão de Rafa para que ela vinhesse comigo e começamos um papo animado na sala.
- Sim, você tá cada vez menos morando em SP e mais em Goiânia, logo, logo, vai esquecer de nós, meros mortais e só vai querer andar com esses sertanejos.
- Jamaaaaaaaais. Vocês são insubstituíveis.

Recomeço - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora