Nosso amor em Paris

1 - Todo começo é igual

   Toda boa história de amor termina com um "E viveram felizes para sempre" e normalmente começa com um "Era uma vez"... Então, como essa é uma boa história de amor, vamos começar bem lá do comecinho mesmo...

   Era uma vez...uma jovem linda chamada Marinette. Linda porque no auge dos seus vinte e dois anos ela tinha os cabelos azulados da cor da noite e os olhos azuis como o oceano. Sua pele levemente rosada e corpo pequeno faziam aquela miúda se destacar na multidão.
E não tinha só beleza: tinha um coração enorme! Era preocupada com o próximo, amorosa com os pais, delicada como uma flor e forte como uma rocha! Seu sonho? Sair da China para estudar moda em Paris.
   Seus pais, donos de uma padaria, pouparam durante muito tempo para dar um futuro melhor para a menina. E então chegou o dia! Eles chamaram Marinette e perguntaram se ela gostaria de fazer um curso em Paris, estudar moda na capital da moda. A menina quase desmaiou:

Mari: —Mãe, mas custaria muito caro! Não temos dinheiro pra isso...

Mãe: —Filha, nós poupamos a vida toda para esse momento. Temos o suficiente para as passagens de ida e volta, para aluguel e comida por um ano. Mas lá vc vai ter que arrumar um emprego para bancar o seu curso. O que vc acha? Acha que consegue se virar lá sem a gente?

Mari: —Ô mãezinha, nem sei como agradecer a vc e ao papai! Claro que consigo, ou não me chamo Marinette Dupain Cheng! Vou morrer de saudades, mas um ano passa rápido e quem sabe eu volte como uma grande estilista?!

   Então Marinette arrumou suas coisas e foi, cheia de sonhos, de esperanças e com uma vontade enorme de dar uma guinada na sua vida!
   Chegou a Paris e logo seguiu para o endereço que já tinha pesquisado na internet. O anúncio era para dividir um apartamento com uma moça e lá foi ela. Quando chegou, uma bela ruiva de óculos abriu a porta e foi logo falando:

Alya: —Você deve ser a Marinette, certo? Seja bem vinda! Fala meu idioma?

Mari: —Olá, falo sim! Minha mãe é chinesa mas meu pai é francês, então falo os dois fluentemente!

Alya: —Que bom! Vem, vou te mostrar o ap. Temos dois quartos, um meu e um seu. Um banheiro só, cozinha e uma varandinha particular subindo aquela escadinha que dá no telhado. E lá de cima, uma bela vista de Paris! Estamos perto do parque, da torre Eiffel, do mercado...podemos fazer quase tudo a pé. Eu não tenho carro, mas meu namorado tem caso precise ir mais longe.
Mari: —Nossa, tá perfeito! Eu amei tudo! E vc é muito comunicativa, acho que vamos nos dar muito bem!

Alya: —Vc falou no e-mail que quer estudar, né? Eu faço faculdade de jornalismo, deu pra perceber que falo muito, né?

Mari: —Sim, quero fazer um curso de designer ou estilista. Quero trabalhar com moda, desenhar e confeccionar roupas, tenho um ano para conseguir algo aqui. E também preciso de um emprego para ajudar com as minhas despesas.

Alya: —Olha, tem uma cafeteria a dois quarteirões daqui que está precisando de atendente para a noite. E vc poderia estudar de manhã, o que acha?

Mari: —Nossa, Alya, isso seria perfeito! Vc pode me levar lá? Quero tentar isso hoje mesmo!

Alya: —Claro, mas vc não está cansada da viagem, não prefere descansar?

Mari: —Não amiga, não posso perder essa chance, o descanso fica pra depois!

Alya:—Ok, então pega sua bolsa e vamos lá.

   As meninas saem e vão em direção à cafeteria. Marinette faz a entrevista e é contratada. A sua experiência na padaria dos pais a ajudou bastante! E combinaram dela começar na noite seguinte. Elas voltaram pra casa, Mari desfez as malas, tomou um banho e foi dormir. Alya ia sair com Nino, seu namorado, chamou Mari para ir junto mas a mestiça preferiu descansar. No outro dia iria procurar um curso pela manhã.
   Assim o fez. Acordou cedo com Alya chegando em casa. Esperou a amiga tomar banho e fez café e panquecas. Alya adorou: Marinette cozinhava muito bem...Alya teria que se cuidar pra não ganhar uns quilinhos extras com tantas gostosuras.
   Mari perguntou onde ela acharia um curso na área que procurava e Alya lembrou que na faculdade dela tinha algo do tipo. E foram juntas até lá.

Alya: —Amiga, vou te apresentar para o nosso diretor, o senhor Fu. Ele é chinês igual a você! Quem sabe ele não vai com a tua cara e te dá uma bolsa de estudos?

Mari: —Sério isso? Seria um sonho! Vamos lá então!

   As duas vão até a sala do diretor, batem à porta e entram.

Alya: —Olá diretor, o senhor tem um minuto?

Sr Fu: —Claro Alya, o que deseja?

Alya: —Vim apresentar minha amiga Marinette. Ela chegou ontem da China e está procurando um curso de estilista ou algo relacionado a moda. Temos algo assim aqui na faculdade?

Sr Fu:— Olá, Marinette. É um grande prazer conhecê-la. Seja bem vinda a Paris! Temos um curso aqui que é exatamente o que vc quer.

Mari: —O prazer é todo meu senhor Fu. Ficaria honrada em fazê-lo, mas arrumei um emprego para começar amanhã à noite e ainda não tenho dinheiro para pagar um curso caro.

Sr Fu:— Entendo. Façamos o seguinte então: vc começa amanhã de manhã e eu não lhe cobro o primeiro mês. Depois, se suas notas e seu desempenho forem realmente bons, eu lhe dou um bom desconto nas mensalidades. Combinado?

Mari:—Nossa, isso é um sonho! Muito obrigada senhor Fu! Pode ter certeza que serei a melhor da turma! Não irei desperdiçar essa oportunidade de ouro!

Alya:— Muito obrigada, diretor, o senhor é o melhor!

   Alya dá um beijo na bochecha do velho e as duas saem pulando e gritando de felicidade!
   Como elas teriam a tarde livre, Alya levou a mestiça para conhecer a cidade. Foram a vários lugares famosos, mas faltou a torre Eiffel. Mari precisava ir pra casa se arrumar para seu primeiro dia de trabalho. E assim o fez. Chegou na cafeteria no horário combinado, colocou o uniforme e começou a atender as mesas. Sempre com um sorriso sincero e bom humor, foi cativando os clientes e em uma semana o dono já percebia um aumento do movimento no turno da noite. Trabalhava com Rose, uma loirinha muito simpática e logo se tornaram amigas. Mari também já tinha começado na faculdade e estava amando cada aula, aprendendo e absorvendo tudo o que podia. Saía da última aula às 14h e entrava no trabalho às 18h. Tinha poucas horas nesse intervalo pra dar conta de fazer o almoço (combinaram assim: ela cozinhava e Alya arrumava a cozinha) estudar, fazer seus trabalhos e seus desenhos. Alya tinha um blog e fazia estágio em uma revista. Passava as tardes editando matérias e estagiava à noite. Sábado não tinham aula, só trabalho e domingo era folga das duas. E assim Marinette passou seu primeiro mês em Paris, ocupada, feliz e realizada com a sua nova vida.