I Am Fire / Diego Hargreeves / The Umbrella Academy

Até logo e Adeus.

- Precisamos salvar a burra, Diego. Ela foi só. - Falei. Eu não nutria muitos amores por Eudora, mas era um ser humano, mesmo que idiota. Não ia deixá-la correr perigo e não contar nada.

- Thessália, vou buscar meus equipamentos no carro. Coloca uma roupa pra lutar e vamos, certo?

Eu tentei colocar a melhor roupa para lutar com aqueles caras. Não sabia se precisaria pegar fogo, então coloquei uma muda de roupa numa bolsa para vestir depois. Infelizmente tenho esse porém. Se eu pego fogo 100%, eu queimo as roupas que estou. Prendi o cabelo e fui para sala. Diego terminava de abotoar a calça, e ainda precisava por a blusa. Apesar da gravidade do dia, não pude deixar de notar o quão forte ele era.

- Vem cá, eu te ajudo. - Falei enquanto Diego terminou com o cinto e começou a colocar a blusa.

Ajustei o colete em suas costas e verifiquei as facas enquanto ele afivelava tudo pra ir mais rápido.

- Diego, acho melhor eu dirigir. Estou no maior controle aqui, e posso dirigir mais rápido com menos riscos. - ele apenas assentiu, calado.

E foi assim todo o caminho até o motel. O percurso era longo, e não sabíamos quando Eudora havia ligado para Al. E quanto tempo ele havia enrolado para nos ligar.

Diego começava a ficar nervoso, e eu também não deixei de ficar.

Finalmente chegamos ao motel e quando Diego viu uma porta aberta, sem nenhum movimento aparente, me cutucou e apontou. Aquilo me dava um mal pressentimento. Não havia sinal de luta, ou negociação. E com certeza Patch já devia ter chegado.

Diego subiu as escadas correndo, e eu fui atrás. Caminhamos com cuidado até a porta, então Diego armou as facas, pronto para atirar e entrou de vez. No mesmo instante, caiu de joelhos no chão.

O cheiro de sangue fresco entorpecia meus sentidos. Um frio percorreu minha espinha. O máximo que consegui foi me abaixar ao lado de Diego, abraçá-lo e chorar junto com ele. Em todos esses anos, mesmo nos momentos mais tristes, nunca vi Diego chorar assim. Primeiro sua mãe e agora Patch, assim.

- A culpa é minha... - Diego soluçava. O soltei para que ele pudesse ir até Eudora. - Por que você veio sozinha? Por que? - Diego chorava compulsivamente. Estando prestes a tocar no corpo, precisei puxá-lo.

Diego se soltou dos meus braços pra abraçar Eudora, e eu tentei puxá-lo novamente. Diego me afastou, então precisei tomar a medida mais drástica. Dei um tapa na cara dele, para que ele recobrasse a consciência.

- Diego, isso é a cena de um crime! Você não pode deixar suas digitais por toda a parte assim! Acorda!

As sirenes de polícia faziam som ao longe. Ainda em lágrimas, puxei Diego que também chorava, pelo corredor, para que pudéssemos ir embora logo. Diego me acompanhou, então o coloquei dentro do carro e dirigi.

- Hoje você vai pra minha casa, certo? - Disse e ele concordou, em choque.

Dirigi o caminho todo em silêncio. O clima lá fora era frio e chuvoso. Apesar da umidade do tempo, dei o meu máximo para aquecer o interior do carro. Precisava deixar o clima no mínimo aconchegante. Eu não conseguia ver Diego assim. Estava começando a ficar fraca pelo esforço em usar meus poderes em tempo úmido, mas consegui chegar em casa a tempo.

Ao sair do carro comecei a fraquejar. Só então, ao notar a diferença de clima e minha situação, Diego entendeu o que eu estava fazendo e correu pra me ajudar. Me levou para dentro no colo rapidamente, murmurando algo que não entendi sobre "não fazer errado e não poder perder dessa vez". Não consegui entender sobre o que ele estava falando, pois estava quase desmaiada.

☂️

Comecei a recobrar a consciência. Me encontrava sentada literalmente no meio do fogão, com todas as bocas ligadas. Essa foi a cena mais inusitada da minha vida. Digo me segurava pelos ombros, olhando pro teto e eu estava... Sem roupa?!

- AH! - Gritei, sem entender o que acontecia.

- Meu deus! Você queima?!- Diego gritou, me puxando do fogão, tentando não olhar pra mim- t-,tem... Uma toalha, no balcão da pia. - Diego disse rápido, se virando.

- Desculpa... - Eu disse. Após raciocinar um pouco entendi o que ele quis fazer, e foi bastante inteligente. - Eu me assustei por estar nua na sua frente, mas não. Eu não queimo, você acertou. Na verdade eu costumava dormir em frente a lareira em dias chuvosos, mas esses últimos dias esqueci de arrumar lenha...

- Por isso... Coloquei você lá. Foi totalmente estranho, e eu não tive certeza se ia dar certo, mas você estava desmaiando por causa do esforço, e eu lembro que você me disse que... - Diego parou, como quem pensava na palavra certa. - Não queima.

Logo percebi que ele lembrou do incêndio na academia, mas também fingi não lembrar disso.

- Bom, muito obrigada, Diego. Agora vou me  vestir e conferir a secretária eletrônica. - Falei, e sai andando.

Foi realmente estranho para nós dois essa situação do fogão. Mas não posso julgar as consequências de uma mente perturbada por um dia caótico e cheio de luto e outra mente... Desmaiada. O que importa é que funcionou, e ele não estava olhando pra mim. Dei play na secretária do telefone enquanto me vestia.

- Ah, oi... Thessa... É Vanya. Liguei pra contar que consegui o ensaio de primeiro violino, e estou com os testes marcados! Ah, lembra aquele cara do violino? O Leonard... Bom, ele é um cara legal, e um cara como eu. Ele me entende e me deixa extremamente confortável para ser eu. Acho que estamos... Nos conhecendo melhor. Era isso. Você deve estar ocupada. Tchau.

Bom, eu pensei em ligar pra ela, mas preciso me recuperar e ainda tenho Diego pra cuidar. E não teria problema não me preocupar com Vanya por uma noite. Ela é adulta e agora não está mais sozinha. Fico feliz por ela.

- Ah... Thessália! Acho que você precisa ver isso! - Diego falou, da sala.

Ao chegar lá o encontrei vendo o noticiário, havia acontecido uma explosão numa fábrica de próteses no centro, e Diego começou a ligar os pontos.

- Isso tem a ver com o Cinco! Aqueles desgraçados na verdade estavam o procurando, Thessa. Eles disseram algo sobre só querer o garoto, e esse lidar é o MediTech, uma fábrica que vi cinco entrar tempos atrás com Klaus. Ele tem a ver com tudo isso! - Diego falou, batendo na mesa da sala, e eu me sentei, me sentindo mal. Era muita novidade.

- Diego, eu sei que você perdeu pessoas demais hoje. Mas você precisa... Descansar... - Minha tontura estava voltando. Eu precisava controlar meus poderes melhor. Não podia me deixar levar assim.

Notas:
Ih meu povo, o cabaré tá começando kkkk
Bom, infelizmente a Chatative se foi e o casal não tem paz, como vcs já sabem né kkkk Aguardem os próximos capítulos!