Vanya levantou de sobressalto. Estava com os olhos completamente brancos, uma palidez maior que o comum e uma espécie de aura luminosa saía do seu corpo. Não era o tipo de luz quente que lhe acolhia, mas sim um cintilar quase metálico.
- Vanya, amiga... - Eu não soube o que dizer, então Vanya seguiu andando, derrubando o bunker em que estávamos. Tudo que pude fazer foi recuar e me proteger daquela onda, enquanto Diego fazia o mesmo, me segurando pela cintura.
Eu e Diego apenas encarávamos a situação, sem entender nada, com medo do que viria.
- P-precisamos... Fazer algo...
Eu estava em choque, e os pontos que Grace havia dado no meu peito começavam a doer e sangrar. A medida que Vanya subia, eu podia escutar o barulho de coisas quebrando e os gritos da família.
Reunindo toda a força que tinha, segui em frente para alcançar Vanya, com Diego vindo logo atrás de mim.
Ao chegar nos andares de cima, encontrei vários escombros e todos tentando fugir. Vanya jogava Luther contra a parede no momento. Estava completamente fora de si. Pude ouvir Klaus gritar de algum lugar, e decidi correr para ajudar, junto com Diego. Não vi Pogo ou Grace, que já deviam estar do lado de fora da casa, se protegendo. Esperava que esse fosse o destino de todos.
Ai chegar, encontrei Klaus com uma das pernas presas nos escombros, e Alisson tanta do ajudar.
- O-o que? - Diego perguntava, sem entender o que Alisson queria explicar, tentando acompanhar os lábios da mesma.
Alisson começou a ter um pequeno ataque por não conseguir explicar seu plano, e chorar. Todos tentávamos puxar os escombros, até que uma força invisível pareceu nos ajudar.
- B-Ben?! - Klaus sussurou, com um olhar misto de alegria e incredulidade. - Pessoal, o Ben... Ele...
Todos nós olhamos ao redor de forma automática.
- B-Ben...? - Diego falou, e então começou a procurar. Ao entender que se tratava do espírito que Klaus sempre falou e ninguém acreditou, Diego virou para o irmão que agora tentava se recuperar, e o abraçou. - D-desculpe... Por todos esses anos...
- Bem... - Klaus falou com seu sorriso e sua expressão que sempre tentava não levar as coisas a sério para não se machucar. - Eu já estou acostumado a ser o rato da casa, querido. - Klaus falou retribuindo o abraço rapidamente e em seguida se virando a mim e Alisson.
A número três chorava copiosamente, tentava dizer ao espírito do irmão o quanto sentia sua falta, mas não conseguia. Klaus chegou a abraçando, então um tremor muito forte se fez pela casa.
- Temos que sair daqui, vamos! - Diego gritou, escoltando todos nós entre os pedaços de concreto que caíam.
- Pessoal! - Luther gritou. - Me ajudem, precisamos fugir daqui! - Seguimos até a sala de entrada da casa, onde Luther era arremessado mais uma vez por Vanya.
- A minha vontade, seu imbecil. - Falei, seguindo até Vanya enquanto os outros se aproximavam. - É deixar você sofrer! Mas não sou tão ruim ao ponto de abandonar um cunhado, ou irmão, como você f z. - Disse, fazendo sinal para Klaus escoltar Alisson dali, pois infelizmente seriam mais dois correndo risco no momento.
Irônico como todos nós sempre desconsideramos Vanya e agora os dois seriam tratados como sempre tratamos ela, como pesos difíceis de carregar em um perigo. E curiosamente, o perigo era Vanya.
- Diego! - Falei, vendo que ele puxava uma de suas facas. - Não usaremos isso aqui. Você vai até Luther e some com o brutamontes daqui. - Diego fez cara feia por não querer lidar com o irmão, mas sabia que era necessário.
- O-ok, entendi. - Diego disse e seguiu enquanto me virei para Vanya
- O que você quer? - A voz da pequena soava diferente, quase como se algo tomasse o controle dela.
- Vanya, Amiga... Por favor. Nós sabemos que você não é assim... AAH - Gritei com o solavanco de Vanya me jogando ao chão.
- Fique fora disso, saia daqui, por favor. Você não tem nada a ver com minha vingança. - Vanya falou, começando a fazer a casa ruir e seguindo os irmãos.
Eu precisava pensar em algo. Parei para analisá-la e lembrei que seu poder era totalmente influenciável pelo som. No momento as ondas que seu corpo emitia pareciam se mover em um determinado ritmo.
Tu... Tum. Tutum. Tutum. Tutum.
Era o ritmo de seu próprio coração! Isso! A câmara era a prova de sons externos. Uma criança não saberia lidar com essa fonte de poder de forma fácil, então seria tranquilo enfraquecê-la lá dentro.
Mas para Vanya não foi o bastante. Entendi o que devia fazer. No mesmo instante corri até a sala do bar, e peguei uma bandeja e o garto de pontas mais finas que pude achar. Segui com passos firmes e rápidos até Vanya, que já estava explodindo a porta da frente pelos ares, e comecei a raspar a faca na bandeja com absolutamente toda a minha força e rapidez.
O som era pertubador, Vanya começou a brilhar intensamente até que uma onda intensa e luminosa explodiu de seu corpo, pondo a casa abaixo de vez. Vanya desmaiou, então peguei seu corpo e corri o mais rápido que pude para tentar alcançar a porta da frente. O caminho parecia não ter fim, principalmente por precisar desviar de todos os pedaços de concreto possíveis que caíam junto com todo o resto da casa. Finalmente ao chegar na porta só consegui jogar Vanya nós braços de Diego e cair no chão, quando tudo começou a ficar cada vez mais embaçado e preto.
- Thessa, não! - Ouvi uma voz gritar... Parecia Diego.
- Ela está sangrando muito! Busquem ajuda! - Outra voz veio de longe, como de uma criança.
- Pogo?! Grace?! Cadê vocês? - Todos os sons começavam a parecer distantes
- Querida, aguente firme, não pode ir agora! - Parecia ser Klaus...
- P-por favor... N-não... Não vá...
De repente o mundo começou a ficar escuro, e nada fazia mais sentido que o profundo silêncio absoluto.
Notas:
Ueeepaaa momento tenso
Onde será que Pogo e Grace estão?
E Thessa? Será que ficará tudo bem com ela? O que vai acontecer com Vanya?
Aiai, muitas perguntas kkkkMais uma vez, perdão pela demora meninas... Era pra ter saído ontem 😔
VOCÊ ESTÁ LENDO
I Am Fire / Diego Hargreeves / The Umbrella Academy
FanfictionApós o consternado luto pelo Sr. Hargreeves, os cinco irmãos precisam lidar com um estranho fenômeno que traz o apocalipse e, consigo, um pequeno grande conhecido. Ela foi criada nas ruas do Brasil, mas por um motivo que não consegue compreender fo...