I Am Fire / Diego Hargreeves / The Umbrella Academy

Felizes para sempre?

Fôlego. Algo natural e inerente às nossas vidas. Você provavelmente não estava se dando conta de que está respirando, e agora que mencionei isso... Parece estranho para você perceber algo que está na sua vida vinte e quatro horas por dia, mas você nem nota. Fôlego era tudo que meu corpo se contraia por inteiro enquanto buscava.

Esse foi o primeiro sentido do qual me dei conta. Antes de qualquer coisa, eu precisava de ar. De repente ouvi ao fundo alguém chamar meu nome. Uma voz familiar, trazia uma espécie de conforto... Então lembrei que podia abrir os olhos.

- V-você acordou! - Ele falava, vindo em minha direção. Não sabia dizer se sorria, chorava, ou os dois ao mesmo tempo.

Em um flash todo o meu corpo voltou a funcionar e eu era eu mesma de novo. Tudo foi real, tudo aconteceu. Ainda estamos vivos, o mundo ainda está aqui.

Um calor percorreu meu corpo quando Diego depositou um beijo suave em minha testa. Tentei me levantar e logo senti uma pontada forte no peito, então lembrei dos últimos acontecimentos.

- Onde estão todos? O que aconteceu comigo?

- E-eu... Eu fiquei com você de novo. D-dessa vez você demorou mais... Para acordar. Se passou um dia e meio. - Diego falou e logo tentei levantar olhando ao redor. Estava no meu quarto. - C-calma, você não pode...

- Meus gatos! Como eles estão? O que aconteceu comigo? E com Vanya? - Diego depositou um dedo em meus lábios e susurrou suavemente um "shh".

- Eu vou te contar tudo, vamos sentar. - Apesar do cuidado para lidar comigo, dava para notar os impulsos emocionais de Diego. Era muito para lidar.

Diego me ajudou a sentar, então percebi Lennon entrando no quarto e se aninhando no tapete. Ametista subiu na cama e deitou ao meu lado, cheirando o curativo e ronronando. "Gatos tem poder curativo" lembrei da mamãe dizendo... Olhei para Diego e peguei em sua mão. Ele se sentava em uma cadeira ao lado da minha cama.

- Pode falar... - Disse a ele, esperando uma resposta ansiosamente.

- B-bom... Naquele dia, você estava saindo da casa com Vanya. Jogou ela em meus braços e-e... E caiu... No chão. - Diego respirou fundo e começou a falar com mais calma. -  Deixei Vanya nos braços de Klaus e Cinco, então corri para socorrer você. Ao voltar para a frente da casa... - Diego parou, parecia se forçar a não chorar. - E-eu vi... M-mamãe. Ela e Pogo... N-na Janela... Do meu quarto. - Diego deixou escapar uma lágrima.

Não podia vê-lo assim. Sentei na cama, de frente para ele em sua cadeira, e o abracei.

- Eu sinto muito... Sinto muito que tenha sido assim... Eu sei como isso dói. - Falei, deixando escapar algumas lágrimas também.

Passamos uns segundos assim até que Diego se recuperou e voltou a explicar o ocorrido.

- B-bom...  Peguei você, e levei correndo para meu carro, enquanto Klaus e Cinco colocaram Vanya no seu. Entreguei as chaves para Alisson, que veio dirigindo. Trouxe você em meu carro e nos encontramos aqui. Tentamos assimilar tudo que ocorreu, mas Cinco pode explicar melhor. Por fim, fiquei aqui com Klaus esperando você, enquanto os outros foram para o apartamento de Vanya esperá-la. - Diego pausou, parecendo escolher as palavras. - Os casos de vocês foram diferentes. Parece que Vanya apenas "hibernou" pelos traumas em série e a descarga de poder. Já você... V-você quase... M-mo-m-mor... - Diego não aguentou, e começou a segurar as lágrimas. - E- eu pensei... Que ia p-perder v-você... - e soltou aquela respiradinha novamente. Fôlego. Eu finalmente entendi que isso era buscar fôlego, quando seu corpo ansiava pelo ar que você precisava para encarar uma situação. E dessa vez ele não fez por vergonha ou por uma situação embaraçosa. Foi por medo.

- Diego, eu... Eu voltei, ok? E eu prometo que não irei embora assim... Você não vai se livrar de mim tão cedo... Ok? - falei, o abraçando e dando um longo beijo suave em sua boca.

- B-bom, pelo que Cinco explicou, se não tivéssemos impedido Vanya, ela seria o apocalipse. Pois a primeira coisa a desmoronar foi a casa, mas dessa vez nossos corpos não estavam lá. O que significa que conseguimos! - Diego falou, tentando pensar no lado bom das coisas.

- Então agora... Somos eu, você, minha casa e... - Diego sorriu e me abraçou, então ele entrou.

- Sinto muito ter que atrapalhar os anjinhos

- B-ben?... - Consegui soltar como um sopro. Qualquer outra palavra me faltou de repente.

- Você consegue vê-lo? - Diego perguntou ao mesmo tempo que Klaus.

Comecei a chorar, então corri para abraçar o Hargreeves que há tanto tempo não via. Qual não foi minha surpresa ao passar direto por ele...

- O-oi, Thessa... Eu também estava com saudades! - Ben falou sorrindo. - Infelizmente não pertenço a esse mundo, então não consigo encostar em você... Mas você me vê, e isso é ótimo!

- Espera. Como eu consigo fazer isso? - Questionei, analisando a situação. - Espera... Eu quase morri... De verdade?!

Todos na sala se encaravam, confusos pela situação, exceto por Diego, que não conseguia ver Ben. Então ecarava a mim e Klaus.

- K-klaus... Me p-perdoe.... Todos esses anos duvidamos de você... E você estava certo sobre Ben.

- Sem problemas, já estou acostumado a não ser levado a sério - Klaus fez uma pose excessivamente dramática e então desfez o fingimento, rindo logo em seguida.

- B-Ben... - Diego começou, olhando para os lados, e logo após se atendo ao vazio. - Por todas as vezes que esteve com a gente, que quis falar, M-mas... N-não pôde ser ouvido.. P-por todas as vezes que nos apoiou, mesmo que não víssemos. Por tudo que passou tendo apenas um babaca viciado pra conversar. -  Diego riu, apesar de emocionado, e Klaus fez uma breve expresso de falsamente ofendido, mas logo voltamos a escutar. - Por tudo, irmão... Desculpa e obrigado.

Ben, emocionado, foi até Diego e pôs a mão em seu ombro. No mesmo instante Diego agiu como se sentisse um calafrio, e olhou para o lado. Todos nós nos surpreendemos.

- Você sentiu! - Eu falei, quase gritando. - Oh, meu Deus! Diego, nós estamos fazendo conexão com o Ben! - Todos começaram a sorrir, e deixar algumas lágrimas de emoção escaparem. Até que o telefone toca.

Klaus, que estava na porta do quarto, correu para o corredor para atender. Após uma série de "aham's" e "oh, não's" Klaus voltou ao quarto.

- Boa notícia, Vanya acordou. - Todos sorrimos, mas então logo desfizemos as expressões quando Klaus fez uma cara nada contente. - Má notícia, Luther relatou ver Thessália levando Vanya para longe dali. Disse que apenas deixou pois ela seria um perigo para os outros quando tivesse acordada. E ele realmente acreditou que era você. Mas logo disse a ele que podia ser engano, você estava conosco, desacordada. Luther disse que tinha certeza, pois "você" até falou com ele.

- Daniel... - Eu e Diego dissemos ao mesmo tempo.

Notas:

Meninas, desculpem os dias sem postar 😭

Tive vários problemas essa semana, mas voltei!! ❤️

OMG! O que será que o traste vai fazer?