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🐰

– Emma, o que faz aqui? – Ela correu, me abraçando.

– Estava chorando? – Passou os polegares pelos caminhos que as lágrimas fizeram. – Precisamos ir, Tzuyu. – Sua mão segurou em meu pulso, me arrastando.

– Para onde? O que está fazendo? – Desfiz o contato. – Emma, eu não vou sair daqui, o túmulo da-

– Esquece esse túmulo, só vamos. Estamos perdendo o voo. – Fite-a com o cenho franzindo.

– Não vou sair daqui, não vou deixar Minatozaki, não vou para viagem alguma.

– Olha, Tzuyu. – Ela respirou fundo. – Estou aqui por ordens, me ajuda a te ajudar. – Com mais força, ela agarrou meu pulso.

– Estamos indo para onde?

– Tente adivinhar, para onde estava querendo fugir com Minatozaki? – Sorriu de ladinho.

– Como você sabe?

– Bom, sei de muitas coisas. – Ela abriu a porta do carro para eu entrar, entrei e fiquei esperando ela entrar também.

– O que sabe? – Saímos com o carro, as pressas. – Emma!

– Não tenho autorizações para responder suas perguntas, Tzuyu. Sinto muito.

– Quem está ordenando tudo isso? Se você sabe de tudo, onde está Dahyun e Momo? – Franzi uma sobrancelha.

– Elas estão esperando você no aeroporto, é para lá que estamos indo. – Trinquei a mandíbula, eu finalmente iria encontrar elas. – Não pense em querer fazer algo, elas só seguiram ordens.

– Porra, quem está ordenado?! – Emma me olhou, suspirou e assentiu.

– Você saberá, só... tenha paciência. – Pôs a mão por cima da minha que estava sobre minha coxa. – Como você está?

– Eu estou péssima. Não dormi desde o velório e enterro da Sana. – Virei minha mão, para segurar a sua. – Minha vida está em uma grande escuridão.

– Não fique assim, você vai ficar bem.

– Minatozaki também dizia isso, agora nem aqui ela está.

– Você gosta bastante dela, com certeza ela está bastante feliz por saber disso. – Acenei a cabeça, concordando.

– De onde você conhece ela? – Ela sorriu.

– Quem não conhece?

– Por que está fazendo isso?

– Henrique está querendo sua cabeça, ele acha que foi você a culpada pela morte de Minatozaki.

– Ele está certo. – Encostei a cabeça no banco. – Por minha culpa que ela está morta.

– Você não tem culpa de nada.

Eu não disse mais nada, eu estava tonta, com dor de cabeça, dor em meu corpo todo, mas nada disso chega aos pés da dor que eu estava sentindo no peito.

Cada vez íamos nos aproximando do aeroporto, fechei os olhos, me sentindo completamente exausta. Estava com vontade de chorar, mas decidi não fazer isso, a única que me viu chorando em toda vida foi Sana.

Ao sentir o movimento do carro parando, abri os olhos, já estávamos na frente do aeroporto. Saí do carro, procurando as duas por todo canto.

– Elas estão perto nos esperando, o voo está preste a sair. – Olhei para ela, concordei e a acompanhei.

♤Duas mulheres e um segredo♤ 》Satzu《Onde histórias criam vida. Descubra agora