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Dois meses e vinte e um dias

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Tomei o fôlego antes de bater na porta do escritório de Minatozaki, depois do que aconteceu no dia anterior, me senti culpada por ter feito com que ela ficasse o resto da noite no quarto, o que me preocupou, decidi ir para o meu apartamento, onde graças a Deus, nem Dahyun e nem Momo estavam presentes. Foi uma noite que fiquei sem dormir, veja bem, eu havia acabado de descobrir onde o colar estava, o que era para ser uma única missão, acabou tornando um desafio. De um lado tinha a Dahyun, a qual me ajudou no momento em que mais precisei, outro lado tinha Minatozaki, a cretina que me faz ficar sem fôlego a cada momento que a vejo, a mulher que está fazendo o meu peito criar sentimentos na qual nunca em toda a minha vida, desenvolvi por ninguém.

"Ain, Tzuyu, você está ao lado dela apenas dois meses!"

Foda-se, a demônia fez pacto.

Criando coragem, bati na porta da maneira mais fraca que pude, não queria enfrentá-la. Desde quando você se tornou tão covarde? Ellen havia me dito que hoje ela estava querendo matar quem estivesse à sua frente, claro, eu sabia muito bem quem a fez ficar assim.

Ao ouvi-la dando a permissão, meu coração acelerou. Porra, porra, porra, mil vezes porra. Entrei, tendo a visão de encontrar Minatozaki com uma blusa social branca, com um decote extremamente chamativo, por cima, estava usando um blazer da mesma cor, tenho certeza que estava de saia preta social, para acabar com a minha vida, ela estava usando óculos de grau, a deixando totalmente sexy com aquele ar de superioridade.

- Minatozaki, está ocupada? - Lentamente, seu olhar desviou da tela do computador, parando a mim. - Podemos conversar? - Seu cenho se franziu, a fazendo ficar com uma feição irritada.

- Depende, se for algo urgente. Não estou com muito tempo para conversas que me faça perder tempo.

Ai! Doeu. Merecido, eu sei.

- Podemos conversar sobre o ocorrido de ontem? - Seu olhar voltou para a tela, arqueando a sobrancelha, ela ergueu a cabeça, dando-me atenção.

- Ontem? Hmm... - Ela levantou, rodeando a mesa, apoiando-se exatamente no centro, suas mãos pararam em cada lado do seu corpo, segurando na borda da mesa. - Sente-se. - Sua cabeça abaixou o suficiente para olhar poltrona em sua frente, com uma piscadela lenta, seus olhos se direcionaram por cima dos óculos, diretamente em meus olhos. Novamente, a escuridão sombria havia nascido sobre eles. Oh, aquele olhar, o olhar que me estremeceu enquanto me dava uns dos melhores prazeres de toda a minha vida.

Droga! Eu estou ficando quente.

Andei e sentei onde havia ordenado, mais que pedido. Minha atenção focou totalmente em suas pernas, para depois subirem até seu decote, onde aí sim, ficou presa. Aposto que ela não estava usando nada por baixo daquela blusa. Só de imaginar... Céus!

- Senhorita Chou, pensei que tivesse vindo aqui para conversar comigo, mas se veio ter uma conversa com os meus seios, posso muito bem tirar minha blusa para que... a senhorita fique mais à vontade. - O seu tom de deboche, me obrigou a olhá-la nos olhos.

- Minatozaki... - As palavras não saiam, mesmo que eu quisesse. Um sorriso irônico, nasceu em seus lábios.

- Está arrependida do que pediu, ontem? - Agora, ela estava séria. Assenti, de seus lábios, saiu uma risada baixa, sem um pingo de humor. Minatozaki aproximou-se tão rápido, que levei um grande susto, suas mãos agarram nas laterais da pequena poltrona, com a força do cão, ela puxou para frente, o que me fez ficar perto do seu rosto. Meu coração está tão acelerado que, se acelerar mais um pouco, perfura o meu peito. - Não assinta, responda, você tem língua para isso, creio eu. - Sentia a sua respiração pesada bater sobre meu rosto. Para ser mais franca, Minatozaki estava do mesmo jeito que o dia, em que me pegou ajudando Ellen.

- Minatozaki, eu... Me desculpe. - Tentei pegar em seu rosto, mas ela recuou.

- Não é isso que eu quero ouvir, Chou. Sabe que eu odeio quando não responde minha-

- Estou arrependida, tá legal? - Suspirei, tentando de algum jeito acalmar meu coração. - Agi feito uma criança... Tente me entender, Sana.

- Entender o quê? Pensei que depois da minha declaração, e depois que ouvi de você, não precisasse de tempo.

- Em nenhum momento eu pedi, você levou a essa conclusão sozinha! - Vi quando sua mandíbula foi apertada.

- Eu passei a noite pensando em algo que pudesse ter feito você gritar comigo, ou até mesmo que quisesse me manter longe por um tempo...

- Não te pedi isso.

- Pediu!! - Seu tom aumentou, aquela voz doce e aguda, sumiu, deixando lugar para uma que nem mesmo eu consegui decifrar. Pode que ser que Sana seja satanista? Talvez. - Não em palavras, aliás, não precisou, o seu silêncio foi uma resposta!

- Quer o quê? Que eu te peça desculpas de joelhos? Eu errei, eu assumo, mas você está exagerando, exagerando tanto, que não estou a reconhecendo. - De um momento para outro, Sana sorriu, um sorriso suave e doce.

- Oh, Tzuyu... Realmente não me conhece, se me conhecesse, saberia que eu odeio que me façam de brinquedo, e foi isso que você me fez sentir... um brinquedo. Eu disse que me afastaria contra a minha vontade, mesmo assim, você não falou nada, o que fez crer que realmente eu estava certa. Agora, vem me dizer que eu precipitei as coisas? - Sua voz estava tão suave, que chegou a me assustar.

- Está certo, fui uma completa idiota. - Se você pelo menos soubesse o motivo do desespero, saberia que agi feito idiota, por medo de te perder. Fiquei olhando para as minhas mãos que, estavam em meu colo, apenas aguentando a vontade de não ser uma fraca e chorar, não estou me reconhecendo, e a droga da sensação de aperto em meu peito, não passa. - Nossa conversa termina aqui?

- Me diz você.

- Eu... não quero que termine assim. - Não pude evitar, minha visão começou a ficar embaçada. Desde quando me tornei tão sensível? Ainda continuei a focar em minhas mãos.

- Terminar o que? O nada? - Não pude evitar o sorriso, pelo menos a ignorância, me dizia que de alguma maneira, vamos terminar bem. - Tzuyu... Me faça um oral. - Toda a tensão foi embora no mesmo instante, ergui a cabeça para lhe observar, sorri e, sem perda de tempo, levantei, atacando seus lábios.

- Me desculpe, Sana. - Afastei-me, para pedir. Olhei no fundo dos seus olhos, voltei a falar. - Você me faz parecer uma mulher de bandido, apanha, mas não larga. - Seus lábios se apertaram, com certeza evitando o riso. - Se você... - Antes mesmo que eu terminasse, a cretina explodiu em risos. Revirei os olhos, mas sorri, sorri porque ela estava de volta...

Até quando?

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♤Duas mulheres e um segredo♤ 》Satzu《Onde histórias criam vida. Descubra agora