Capítulo 10

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~ Luke e Iris ~
     

Na hora do velório, Luke estava no fim da ponte que levava até a escada para o terreno da mansão, que seguia o caminho até além dos muros para a costa da colina. Luke recebeu a ligação de Jhonny.

- Alô... como vão as coisas? - Perguntou, e ele repousou as costas no parapeito.

"Está tudo bem, eu acho". Luke conhecia bem a voz de Jhonny, e ele não estava nada bem.

"Estou aqui também, Luke". Dessa vez a voz de Rey, e Luke levantou as sobrancelhas, curioso e feliz, embora bastante chocado.

Luke se virou olhando novamente para o lado da costa, inquieto com a conversa.

- Hm, que bom. É ótimo saber que vocês estão juntos. E eu peço perdão a você, Jhonny. Por não ter estado contigo aí - Luke sentiu um incomodo muito grande com essa realidade, e sua inquietação aumentou.

"Você de certa forma, sempre está comigo, Luke".

"Com nós". A voz de Rey logo depois, e Luke sorriu.

- Obrigado... - Disse ele, um pouco mais calmo, porém a visão do horizonte e o céu da tarde, confirmava a distância dele de seus amigos.

O tempo ia passando, Luke tinha noção de que eles já estavam no cemitério, conforme o silêncio dominava, e ele apenas ouvia os passos através da chamada e via a tarde escurecer, com a partida do céu.

"Luke..." a voz de Jhonny, Luke ouviu após, um engasgar falhado, e o engolir do choro, Luke abaixou a cabeça pensativo e triste.

- Sim... - Disse ele.

"Estão descendo o caixão" a voz de Rey, por um momento Luke novamente deixou-se impactar por aquilo, uma felicidade passageira em pensar no como a relação de ambos se aprofundou em tão pouco tempo.

Luke olhou para o céu, viu o sol se ponto no horizonte.

- Sabe, é interessante. O nome de sua mãe, Clarice. Vem do Latim, Clarus. E significa luminosa, ilustre. A que é brilhante... - Luke observou novamente o céu laranja se esconder da eminente escuridão - Porém... é um tanto belo, irônico, triste e poético até. Que uma pessoa cujo nome significa luz, seja enterrada ao pôr do sol. Como se sua luz se apagasse do mundo, pelo menos hoje - Quando Luke terminou de dizer essas palavras, ele sentiu o calor descer molhado pela face, ele estava chorando. Não um choro forte, mas algumas lágrimas, tão simbólicas quanto suas ações barradas pela distância e as circunstâncias.

Depois daquilo, nada muito significativo foi dito, e com o fim do enterro, Jhonny e o pai foram conversar com os familiares, e Luke ficou por alguns instantes com Rey do outro lado da chamada.

- Como ele está, de verdade...? - Perguntou Luke hesitante.

"Ele vai ficar bem, eu sei que se preocupa. Mas, não precisa Luke, vamos conseguir passar por isso".

O silêncio novamente, e Rey sorriu para si mesma.

"Está tudo bem, Luke... eu sei que você disse a ele, que eu o amo".

- Me perdoe, eu lamento muito, eu não sabia o que dizer naquele momento, se eu estivesse aí, eu o teria agarrado firme, e não soltaria até que tudo passasse.

"Eu não sabia o que fazer Luke, essa foi a parte mais difícil para mim. Eu fiz exatamente o que você faria, porque me doeu tanto saber que ele estava sofrendo. E eu nunca foi boa com essas situações".

- Eu...

"Luke, escute, você é uma pessoa, e não pode evitar, pois em algum momento você vai falhar e você vai cometer erros. Mas longe disso, eu tenho é agradecer, obrigada por ter contado a ele a verdade sobre meus sentimentos, pois acho que eu nunca o teria feito. Obrigada por proporcionar a chance de estar com ele nesse momento, Luke, você fez o bem. Você pode ter falhas, mas eu nunca as vi, e ao meu ponto de vista, você fez o que devia fazer".

E Se Pudéssemos Escolher a Felicidade?Onde histórias criam vida. Descubra agora