Capítulo 2

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~ Luke e Iris ~
       

Já era perto das onze da noite, faltando pouco menos de quinze minutos para isso. Luke deu espaço a ansiedade, deixando a tristeza de lado. Ao invés de uma pressão esmagadora em seu peito, quando ele pensava em sua família e amigos, o que acontecia na verdade, era uma estranha saudade, misturada com nostalgia e alegria. O ônibus estava escuro e ele via que poucas pessoas estavam por ali, além dele próprio. Luke manteve os olhos na estrada quase toda a viagem, e ele nem tinha percebido que a viagem durou mais de cinco horas, e ela ainda nem tinha acabado. Luke estava cansado, e seu corpo não aguentava mais manter a posição que estava, e então ele viu luzes a frente, olhando pela janela, seus olhos arregalaram, e o ônibus entrou em uma rodoviária.

Luke manteve os olhos imóveis, e sua ansiedade cresceu, era hora de descer. Ele só conseguia pensar nisso, e então o ônibus parou e o motorista desceu, as luzes acenderam e Luke se levantou, meio tonto ainda e um pouco dolorido. O fone em seus ouvidos soava alto e uma música começava, It Never Ends. E ele seguiu para fora, descendo os degraus. A rodoviária a sua volta e ele se perguntava o quanto distante podia estar de casa, e se era possível que através do tempo, ele já tivesse voltado para onde veio, em um futuro próximo, ou se tudo ficaria bem depois disso. Não tinha muitas pessoas na rodoviária naquele momento, como ele tinha percebido, e as luzes estavam um pouco apagadas. Luke pegou suas malas no compartimento do ônibus ao lado e olhou para o motorista que parecia meio sem o que fazer por ali.

- Onde eu pego a saída? - Perguntou ao motorista que olhou logo para ele, e Luke tirou um dos fones para ouvir bem.

- Ah... - Disse o motorista com uma cara de cansado - Você sobe pela direita, e vai sair no ponto.

- Obrigado... - Disse Luke - Boa noite.

Luke foi andando devagar, seguindo em frente, até que se virou para a direita, e uma escada o levou para a parte de cima da rodoviária, saindo numa espécie de ponto, onde os ônibus paravam para pegar pessoas para lugares diferentes da cidade, e para cidades vizinhas. Do outro lado porém, era possível ver vários carros estacionados, e algumas pessoas que chegavam subindo as escadas, vindas da parte de baixo de suas próprias viagens, se encontravam com quem os esperava ali. E alguém esperava por ele, e Luke passou a rua, percebendo que a divisória entre as duas ruas era uma espécie de calçada mais alta com muitas arvores pequenas. Luke se aproximou do carro que estava ali e olhou para o homem ao lado. A música tocava em seu fone, em volume médio agora, mas ainda permanecia a mesma de antes, Luke por algum motivo a tinha colocado para repetir. O homem sorriu para Luke, ele usava uma roupa preta bem reta e um chapéu, Luke presumiu que aquele homem fosse motorista da Família. O homem tinha cabelos curtos, olhos escuros, seu rosto era bem marcado, uma expressão difícil de esquecer.

- Você é, hmm... - Disse - Alfred?

O homem olhou para ele, o ajudando a pegar suas malas e as colocou no porta-malas do carro. A noite estava fria e muito estrelada no céu, embora Luke tenha sentido alguns pingos cair sobre seu rosto, ele não via nuvens aparentes no céu, e pensou se aquilo não era sua imaginação.

- Esse sou eu, e você é o Luke?

- Sim... - Disse Luke.

- Vamos, pode entrar no carro, não tenha medo. - Disse Alfred rindo - Vamos para a casa dos Olsen.

Luke entrou no carro, era um carro moderno, parecia novo e brilhava por fora, tal como o cheiro de novo por dentro, e o conforto que havia ao se sentar. O carro era preto e era de quatro portas.

- Esse carro é bonito, é o da família?

Alfred entrou e se sentou, ligando o carro e saindo para a estrada.

E Se Pudéssemos Escolher a Felicidade?Onde histórias criam vida. Descubra agora