~ Luke e Iris ~
Dois meses depois...
No trabalho de Luke, em uma terça feira comum, um pouco abafada; o garoto encara focado o papel sob seus braços, e segurando alguns lápis de cor com a mão esquerda, ele os repousa. Na mão direita, Luke segurava levemente um lápis de cor canela, com o qual começa a sombrear as bordas da face de seu desenho. A tarde estava calma no local de trabalho, e senão pelo chefe de Luke que hora ia e vinha atendendo pedidos que chegavam no e-mail (pedidos todos relacionados a logotipos e marcas) nada acontecia. Luke mantinha sua atenção na pintura, com uma espécie de expressão, que permeava com força suas ações, e através desse grau, que exigia bem mais de suas linhas do rosto, ele demonstrava autêntica paz. Por sua vez, Rey, distante dali, teve seu tempo liberado por algumas horas, em um intervalo de seu treinamento, ao qual ela já estava empenhada a pelo menos um mês e meio, e para manter seu amigo informado, ela ligou, e já fazia mais de três semanas desde a última vez que falara com Luke.
Luke em seu trabalho, que já tinha feito grande parte do que devia, como recolocar nas vitrines, celulares e alguns acessórios, ainda permanecia parado sobre o balcão, pintando seu desenho. O telefone de Luke tocou, e ele atendeu com certa rapidez, deixando cair sobre o desenho, seus lápis; no entanto, permaneceu a retocar com a cor canela, as bordas de seu desenho.
- Alô, Rey... – Disse ele – A quanto tempo, o que tem feito?
“Luke, desculpe. Eu não tive tempo, e nem cabeça para ligar nas últimas semanas. O treinamento está bem puxado, e as vezes, a gente tem que prestar serviço também, em coisas simples”.
- Não se preocupe, eu entendo... mas, e então? – Perguntou ele, à medida que se virava, olhando a folha – Como vão as coisas, entre você e o Jhonny?
“Na verdade, vão muito bem”.
- É mesmo? Ao que se deve isso? – Perguntou curioso, uma vez que a distância entre Jhonny e Rey era um obstáculo, principalmente depois que ela começou o treinamento.
“Bem, se lembra que lhe falei, assim que comecei a namorar com Jhonny, sobre o evento que eu presenciei na casa dele? Sobre a polícia pedir ajuda a ele, sobre um caso?”, Luke respondeu que sim, “Então, basicamente, depois disso, assim que comecei o treinamento, um pouco depois de me habituar; um oficial lembrou de mim, o mesmo que foi a casa de Jhonny e ele, pediu que eu falasse com ele, e foi oferecido ao Jhonny uma espécie de cargo, de ajudante aqui, em alguns casos. Então, desde então o Jhonny tem estado muito na delegacia, e a gente passa um tempo juntos, em raras ocasiões, quando eu saio do campo de treinamento, e vou á delegacia, resolver algum problema com os oficiais. Além de que, quando volto para casa, nos fins de semana, quando não tem nenhum trabalho. Eu costumo ir embora com o Jhonny, pois ele vem me buscar”.
- Hm... – Resmungou Luke – E o Jhonny, como ele fica no meio dos policiais? Algo de estranho?
“Está falando dos momentos súbitos de estranheza e ansiedade?”, Luke confirmou, “Ora, acontecia no início, quando eu o via por lá; eu não sabia ao certo o motivo, mas depois de um tempo, ele parou de fazer isso. Acho que era mesmo ansiedade”.
- Por assim dizer... – Disse Luke, e Rey ignorou o tom – Mas, é muito bom... – Continuou Luke – Que essa questão toda tenha diminuído, mesmo que um pouco, esse obstáculo temporário entre vocês.
“Eu concordo”.
Luke e Rey continuaram a conversa por um tempo, levando os assuntos debatidos antes, em frente e afins.
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E Se Pudéssemos Escolher a Felicidade?
RomansaA história de Luke. Um garoto que se vê obrigado a partir de casa, pois sua família não pode pagar pelos seus estudos e nem mais sustenta-lo. Ele é aceito por um programa social que escolhe jovens com potencial para ir morar na casa de alguma famíli...