Capítulo 24

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~ Luke e Iris ~
           

No pouco tempo que os quatro dormiram, enquanto passaram na colina, foi o bastante para descansar a todos, uma vez que, o sono e o conforto são dependentes do estado emocional, e eles estavam se sentindo muito bem, depois de todo o tempo que passaram juntos. Luke e Jhonny foram os únicos que ficaram acordados até o início da madrugada, no entanto, Iris e Rey, caíram no sono antes disso, muito pelo cansaço do dia, quanto pelos goles de vinho que tinham tomado. Os dois rapazes passaram um bom tempo conversando, colocando em dia os acontecimentos, e as preocupações que eles tinham sobre os eventos atuais, como também sobre o que estava por vir. Mas, não demorou, e eles acabaram adormecendo, se juntando a fogueira, ouvindo o som crepitante, e os estalos da madeira se desfazendo aos poucos, a faísca que voava pelo céu, junto a fumaça escura.

Quando a manhã se iniciou, eles já estavam de pé sobre a colina, observando da borda o nascer do sol, que vinha distante e que ia lentamente, cobrindo as planícies de pouco em pouco. A fogueira tinha se apagado naquele ponto, e as barracas estavam todas ao chão, prontas para serem guardadas, o violão de Jhonny descansava encostado em uma árvore, e em sua volta, a relva preenchida de orvalhos, em contraste com o céu azul escuro, e o sol alaranjado, parecia fazer uma imagem tão bela, se vista de longe; isso tudo porque no fundo, era possível observar, os quatro amigos reunidos, a olhar o horizonte.

- Enfim... – Disse Luke – É hora de voltar...

- Todos temos nossas vidas, não é? – Disse Jhonny.

- Sim... – Disse Rey logo depois – Eu preciso trabalhar, você precisa trabalhar... Luke e Iris, eles...

- Nós vamos embora... – Luke disse baixo, e depois se calou.

- Hm... – Suspirou Iris – Vocês são amigos a muito tempo, e eu acho que, de certa forma, o tempo cria uma barreira, que impede a amizade de se quebrar, mas essa barreira, também impede que nós sejamos sinceros com nós mesmos, e com os nossos amigos. Vocês têm que aprender a dizer adeus, porque é menos doloroso do que o ressentimento de não ter dito nada. Eu não sou daqui, mas apesar disso, tenho que dizer... – Iris olhou para os três – Eu vou sentir saudade dessa cidade, e de tudo que conheci aqui... Jhonny, Rey, Alice, Frankie e Mathias. Eu vou sentir saudade de cada um deles... mas levo, com felicidade, um pedaço disso comigo.

Luke olhou para os amigos, que pareciam impressionados com Iris.

- Hey... – Disse Luke – É hora de nos despedirmos, por um longo tempo, ou quem sabe, um tempo menor, não temos como saber. Iris tem razão, pois eu temia dizer adeus de novo, como fiz naquele dia... mas cá estamos, não estamos? É a prova de que nada é definitivo, e eu espero vê-los novamente.

Rey e Jhonny abraçaram Luke, e Iris observou o horizonte uma última vez. Em poucos minutos, eles desceram a colina de volta para o carro, e pelo caminho, Jhonny tocava alguns acordes no violão, tornando a descida calma e confortável. Quando eles chegaram no carro, depois de alguns minutos, Iris olhou mais uma vez lá para cima, onde suas lembranças ficaram guardadas, e se despediu delas. Quando o carro deu partida pela estrada, e a chuva de pétalas brancas caiu sobre eles, foi como se o lugar todo se despedisse deles, e eles se sentiram satisfeitos com isso. Na volta, Iris deixou Luke em casa primeiro, para que ele conversasse com os pais, sobre Alice e os ocorridos na escola, e ela levou Rey e Jhonny cada um, até a porta de suas respectivas casas. Iris queria dar espaço a Luke e sua família para tratar desses assuntos, além de que, ela queria conhecer a casa de Rey e Jhonny.

Assim que Luke foi deixado em casa, ele andou rápido até a porta; já era mais de oito da manhã, e assim que abriu a porta e entrou, ele deu de cara com os pais, que tomavam café, enquanto Alice parecia ter acabado de acordar, e cochilava no sofá, com a TV ainda desligada. Luke chamou a irmã, que ao vê-lo, soube do que se tratava, e os dois foram até os pais. Luke e Alice se sentaram, e ficaram juntos a mesa, enquanto os pais olhavam preocupados para eles.

E Se Pudéssemos Escolher a Felicidade?Onde histórias criam vida. Descubra agora