Out from under(Completo)

Past 4

Londres

— Oliver. — Elle me fala. — Eu quero aprender essa música.

— Foi mal. — digo. Vai completar um mês que saí com ela e nos beijamos, desde então todo final de semana a encontro, nos beijamos até os lábios ficarem dormentes. — Você está aprendendo muito bem, pegou bem rápido.

— Fico ensaiando em casa, mentalmente. Queria ter um teclado ou algo, mas é complicado.

— Você é incrível Elle, mesmo sem um instrumento por perto.

— Que nada. Sou apenas esforçada. O meu batom está todo borrado, vão perceber. — ela tenta limpar os lábios, falhou. A ajudo limpando, passo meus dedos traçando os lábios dela.

— Bem melhor. — digo. — Quer sair esse final de semana?

— Eu tenho que ir no aniversário de uma amiga amanhã. Deixamos para o próximo.

— Elle... — pauso. Tento tirar a timidez que existe em mim. Estamos há quase um mês assim e não sei bem o que somos. Bem, eu sei o que ela significa para mim. Estou viciado na Elle e em seus lábios. Fico sonhando com ela todas as noites, escrevo o nome dela no meu caderno durante as aulas de álgebra. — O que estamos vivendo?

Ela me olha confusa, aparentemente não entendeu a pergunta.

— Estamos juntos?

— Juntos em qual sentido? —talvez eu não fui claro, mas não posso forçar a barra.

Elle por favor, namore comigo.

— Eu gosto de você. — essas foram palavras difíceis de dizer, mas sinto ter tirado um peso sobre mim. Confessar faz bem, isso é o que meu pai diz.

— Você gosta de mim Oliver?Achei que eu era apenas uma diversão para você. — ela exibe um tom triste em seu rosto.

— Claro que não. Por que pensa assim?

— Olha a nossa realidade, você é de uma família rica. Parte do seu destino já está traçado, vai ter tudo nas mãos. Eu, Hm... — ela pausou. Uma coisa que percebi sobre Elle é que ela não gosta de lembrar de sua posição social. De alguma forma isso a envergonha. — Eu sou de a classe diferente.

— Eu não penso dessa maneira Elle. Gosto de você e não pela sua posição financeira. Não me importo com isso, — estou um pouco nervoso. — É isso o que você pensa de mim?

— Não. Claro que não Ollie. — Sua mão desliza pelas teclas do piano.

Eu pego no meu bolso um papel com algo que escrevi. — Leia, que dizer... tente cantar no ritmo que eu tocar, é uma música que escrevi para você.

— Pra mim? — ela lê o papel admirada. — Que linda, você escreveu, nossa.

— Quer tentar? — sugiro.

— Claro.

O seu sorriso é algo que não dá para esquecer. É como um arco-íris em um dia nublado, quando eu o vejo, eu sei que vai ficar tudo bem, não importa o quão merda está o meu dia, quando te vejo sorrindo, eu sei que nada me atingirá.

Garota, esse seu sorriso é capaz de me enlouquecer. Você tem esse poder garota, sim, não sei que tipo de magia você usa, só sei que eu gosto.

Não sei como você faz, só sei que eu gosto.

Só sei que gosto...

— Que linda. Fez pra mim?

— Sim. O meu pai costuma escrever poemas, eu não sou bom naquilo, tentei, mas não deu certo. Então, tentei escrever algo que desse pra você cantar, sei que gosta.

— Amei. É perfeita. — Elle levantou-se e sentou-se em meu colo. Fiquei sem reação, seus lábios carnudos e macios provocam os meus lábios. Sua língua passa provocante sobre mim. — Você é incrível Ollie. — ela me beija provocante.

Agora sei como os homens perdem as cabeças pelas mulheres, elas são algum tipo de deusas capazes de nos controlar.

Sua boca encostou no meu ouvido. — Obrigada. — ela sussurrou levando embora boa parte da minha sanidade.

☼♫

Angelique está no meu quarto. Estamos fingindo que lá fora não está acontecendo uma briga entre nossos pais. Acho que a minha irmã está mais acostumada e paciente com as brigas. Eu fico incomodando.

— Apenas mamãe grita?

— Eles alternam. Ontem foi papai, hoje ela e assim vai. — minha irmã aproximou-se de mim, eu estou com computador. — O quê está comprando Olli?Um teclado? Você já não tem um piano?

— Fica na sua. — coloco a mão no rosto dela tentando afasta-la.

— Parece caro. Você tem esse dinheiro? — desde pequena, Angelique é curiosa em tudo que faço, esse deve ser o fardo de ser o irmão mais velho. Sou a inspiração dela e alvo constante de perturbação.

— Claro. Ao contrário de você, eu economizo a minha mesada. — finalizei a minha compra do teclado. Jean me deu o endereço da Elle. Adoraria ver a expressão de surpresa que ela fará.

Elle merece.

— Você está todo bobo Olli. Uma bobão apaixonado. — minha irmã me caçoa. Faço por merecer.

Apenas sorrio do comentário dela.

— Espero nunca ficar assim com você. Eu ficaria louquinha. — ela faz um gesto com o dedo girando.

Eu sempre achei que livros de romances e filmes do gênero sempre exageram sobre retratar relacionamentos, mesmo eu tendo o exemplo do meu pai em casa. Agora percebo que não, é real. E hoje me tornei o que tinha medo. Um fodido apaixonado.