Chapter 8

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Karin me dá broncas e mais broncas e ameaça me despedir. Se ela realmente fizesse isso, não seria ruim, estou começando a ficar de saco cheio de ser paparazzo.  Eu passei a madrugada acordado atrás do tal cantor e nenhum flagra. Perca de tempo e dinheiro. Sorte que a Lizzie me preparou sanduíches naturais e me deu. Não precisei gastar com comida.

— Não sei. Você reclama, reclama e tudo mais, mas quando te ofereço trabalhos você nega. A Elle Lund estava aí surtando, dezenas fizeram dinheiro em cima dela e você não quis saber. Não sei o que devo fazer com você.

— Você está numa obsessão pelo cara lá. Essa é a verdade.

— O mundo inteiro o ama e eu sei que ele carrega um segredo.

— Suas suposições. — replico

Me levanto da cadeira, confesso que já estou entediado dessa conversa. Karin falou, falou e nada foi dito com clareza.

— Infelizmente está sem pagamento essa semana. Não trabalhou, nenhum furo de celebridades no mercado. Me desculpe.

— Tudo bem. Não trabalhei. É justo. — agradeço mentalmente por ter um segundo emprego nesse momento. Na verdade, eu poderia ter trabalhado, eu tenho minhas fontes e poderia conseguir alguns 'furos', porém ando desanimado com esse trabalho. Já estou há dois anos nisso e sinceramente, acho que estou exausto.

Eduardo adorará saber disso. Ele torce para eu deixar esse emprego de lado.

— Se quiser posso te adiantar, sabe que não me importo. — ela fala. Algumas vezes Karin já me emprestou dinheiro numa semana preta.

— Está sob controle.

☼♫

Pego as minhas correspondências na caixa do correio. A vida adulta é resumida em boletos para pagar, nada de empolgante.

Chego na frente do meu apartamento e noto que está aberto. Hoje não é sexta, então não pode ser a Lizzie. Ergo a sobrancelha desconfiado e entrei. Será que fui assaltado?

— Você chegou!— Elle Lund fala. Eu preferia ter sido assaltado. — Por favor, sem brigas. Eu estou em terapia e a minha psicóloga disse que seria desagradável para a minha melhora.

Apenas fiquei em silêncio tentando racionar.

— Trouxe almoço para você, Sushi. Eu sei o quanto você ama.

Minha barriga está roncando.  Não comi nada na rua. Olho para a barca de sushi na mesa e salivo um pouco.

—  Como foi o seu dia? — ela me pergunta, está sorridente, parece aquelas mulheres felizes de comercial de margarina. — Não sabia bem que horas você chegava.

— Como conseguiu entrar?

— A senhora proprietária. Ela disse que estava acostumada e que não se responsabilizaria por qualquer furto. — ela disse.

Me aproximei da mesa e pego um sushi, não resisto ao niguiri. Meu fraco.

— Senta Ollie. — ela pede e sentou-se em seguida. — Duas barcas. Tem Yakisoba na geladeira, você pode comer mais tarde.

Eu estou no automático, pela primeira vez em algum tempo, eu não sei como reagir a este encontro inusitado com Elle. Em dias normais, eu já a teria expulsado. — mas vai que isso crie de fato um gatilho nessa maluca.

— Fala algo Ollie. O gato comeu a sua língua?

— Ainda estou tentando absorver toda essa situação. — falei baixo e atônito.

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