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Monte Carlo, Mônaco - Agosto de 2020

A parada de um final de semana das corridas veio em boa hora para Brenda, a garota precisava colocar sua mente no lugar e planejar seus próximos passos, entrar em pânico não ajudaria em nada.

A garota pensava nas suas opções: Breno poderia estar em Mônaco, esperando uma oportunidade para a encontrar cara a cara, mas ele também poderia estar ainda no Brasil sem chances de sair de lá pela pandemia, ou também ter pegado o vírus e estar definhando em algum lugar, como ele merecia. Algumas dessas opções davam esperanças à garota, mas em seu íntimo algo a dizia que sua vida não seria tão fácil assim, não foi antes e não seria agora.

A escolha de deixar Alex fora desse assunto é algo que pesa na consciência da brasileira, se seu irmão soubesse de Alex e de sua família, certamente usaria eles contra ela e algo assim ela não poderia aceitar, o piloto ajudou-a em momentos sombrios de sua vida, não poderia retribuir os colocando em perigo, ela amava sua vida, mas amava ainda mais aquela família tão simples e paciente que havia a acolhido com muita alegria, se transformando no ponto de paz e tranquilidade da garota, para onde ela corria quando mais precisava.

Durante os dias de folga a garota saía sempre de tarde, quando várias pessoas estavam circulando por Monte Carlo, se por acaso Breno estivesse por ali, ela poderia chamar por socorro facilmente, alguém haveria de a socorrer, ela esperava.

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Max não conseguia esquecer da crise de pânico que Brenda teve no paddock, os olhos aterrorizados da garota entregavam que algo estava muito errado, aquele medo todo não era normal, não era o medo que algumas pessoas têm de altura, por exemplo, o sentimento que encontrou nos olhos da assistente era terror puro.

O piloto não havia dormido quase nada, eram pesadelos atrás de pesadelos, muitos com os olhos castanhos de Brenda. Max nunca foi um cara supersticioso, não acreditava muito nessas coisas, mas algo o dizia para ir ver a garota, ele sentia que havia alguma coisa acontecendo.

A mensagem enviada para Alex com uma desculpa qualquer foi prontamente respondida, contendo o endereço e número do apartamento da assistente, fazendo o piloto sair rapidamente de casa, com sua calça de moletom, camiseta lisa e um tênis preto que encontrou.

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A portaria do prédio largada sem alguém por ali fez um arrepio passar pela nuca do piloto, um lugar caro daqueles não deixaria sua portaria tão exposta assim, sem recepcionistas e seguranças.

O cheiro de cigarro estava em cada canto do apartamento de Brenda, pelo jeito o vício da mulher havia piorado durante os dias de folga, mas havia outra coisa no ar também, um cheiro mais forte, algo como ferro, observou o piloto ao adentrar o local.

A porta do apartamento estava escancarada e confirmando suas suspeitas de que havia algo muito errado, em frente a uma porta se encontravam um segurança e um funcionário discutindo algo.

- O que está acontecendo aqui? - a confusão era nítida na fala de Max

- Não sabemos, recebemos um chamado de um vizinho informando que havia algo errado com Brenda, ela sempre fora tão silenciosa, mas hoje estavam escutando uns barulhos altos e estranhos vindo daqui - a informação recebida deixou Max puto, se escutaram tudo isso por qual motivo ainda não haviam arrombado a porta?

- Ela está aí dentro? - a indignação e urgência estavam presentes na voz dele e a confirmação por parte dos funcionários o fez enxergar vermelho, mas ele sabia que precisava se manter tranquilo para ajudar Brenda, seja lá o que tivesse acontecido - Brenda? Sou eu, Max. Se você está escutando, se afasta da porta. - após o aviso, ele ainda esperou poucos segundos, dando tempo da garota se afastar, ao seu ver e se jogou contra a porta do que descobriu ser o banheiro do lugar

A cena a sua frente era algo que pegou o piloto desprevenido, nunca em sua vida esperaria encontrar a mulher desacordada e cheia de sangue ao redor, ninguém ali poderia dizer se ela estava viva ou morta e isso desesperou Max.

O alívio em encontrar pulso naquele corpo tão delicado e fraco foi notório, o grito por uma ambulância seguiu logo depois, junto de uma lágrima intrometida que escapou pelos olhos azuis emocionados.

Max Verstappen não pedia muita coisa a Deus, geralmente se queria algo ele ia lá e fazia ou conquistava, mas ao ver os paramédicos agirem e trabalharem no corpo de Brenda, o piloto teve que mentalmente rezar e pedir para que Ele o atendesse e ajudasse naquele momento, a mulher tinha a vida toda pela frente e não merecia aquilo.

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Alex não sabia o que estava acontecendo com Brenda, a garota estava muito estranha ultimamente, a convidou para passar com ele e a família essa pausa, mas a mesma negou veemente, inventando inúmeras desculpas, então resolveu aguardar o tempo dela, se fosse algo importante ele logo saberia.

Só não estava preparado para receber uma ligação de Max, onde o mais novo informava que Brenda estava no hospital, sem mais informações.

Alex dirigiu pelas ruas de Mônaco como se sua vida dependesse daquilo, ele precisava saber como a amiga estava, precisava saber o que havia ocorrido.

Ao chegar no hospital e encontrar Max, ele soube automaticamente que a situação era mais séria do que imaginava. Em todo o tempo que esteve como companheiro de Max, ele nunca viu o piloto tão abalado, seus olhos estavam vermelhos, demonstrando que havia chorado, o rosto avermelhado também denunciava sua emoção.

- Cadê ela? - a falta de notícias matava Alex, era a vida da irmã que a vida deu a ele que estava em jogo

- Levaram ela à emergência e então eu não sei de mais nada - Max informou

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Max via nos olhos de Alex como ele tentava, há horas, juntar as peças e chegar a alguma conclusão, mas nada parecia certo ou se encaixar, não com a história que ele havia contado ao mais velho.

- Familiares de Brenda Souza? - mesmo não sendo da família de Brenda, o primeiro a se levantar foi Max, de tão angustiado que estava - ela passou por uma cirurgia no pé devida as fraturas múltiplas que sofreu, fora os hematomas ela está bem, estável e já acordou - apenas ao final da explicação do médico, os dois pilotos puderam relaxar minimamente

Quando adentraram o quarto de Brenda não puderam segurar o suspiro exasperado, Alex por realmente não saber a situação toda e Max por ter apenas visto a garota coberta de sangue.

- Eu sei que estou horrível, meninos - a voz fraca e a fala lenta demonstravam o quanto era difícil para ela estar proferindo qualquer palavra

- Você me deu um susto, Brenda, por favor nunca mais faça algo assim, não me esconda mais nada, não que eu saiba de algo, mas você vai falar tudo - o carinho de Alex no rosto da mulher fez encher os olhos dela de lágrimas, ela amava Alexander Albon, de todas as coisas que haviam acontecido com ela, ele certamente era a única que ela agradecia

- Eu estou bem, agora estou, podemos não falar sobre isso? Pelo menos não agora - o clamor da garota foi prontamente atendido, mas Max não perdeu a troca de olhares entre os amigos, eles não falariam do assunto enquanto ele estivesse ali, sabendo disso soltou um sorriso e se virou para sair

- Max? Fica! Por favor, fica comigo! - a voz suplicante e confusa da garota se fez presente, suplicante por querer com todas as forças que o piloto de olhos azuis permanecesse com ela e confusa pelo mesmo motivo

Max não teve como negar um pedido vindo dela, não naquela situação e também não em qualquer outra, ele queria ficar e ele ficaria até quando ela permitisse.

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OLÁAAA MEUS AMORES, corrida chata a de hoje né? Tô feliz pelo Max ter voltado a terminar uma corrida e ainda na P2, falador passa mal.

Capítulo cheio de mistérios para vcs, mas que eu gosto, meio masoquista, não?

Comentem muito sobre o que acharam que essa semana trago surpresas, espero que gostem 🥰

Amo vocês e se cuidem!! ❤️❤️

Botsing❣ Max VerstappenOnde histórias criam vida. Descubra agora