Monte Carlo, Mônaco - Agosto de 2020
Max, fica! Fica comigo, por favor! As palavras proferidas por Brenda não saíram da cabeça do piloto durante toda a noite. Logo após dizê-las a assistente pegou no sono devido aos remédios, mas Max ainda permaneceu, esperando Alex voltar com seus pertences e roupas para passar a noite no hospital.
O piloto não havia conseguido visitar Brenda, após o primeiro dia, sua mãe e irmã estavam em sua casa então tudo ficava mais corrido, porém dois dias depois ali estava ele, com um frio na barriga sem explicações.
- Posso entrar? - a dúvida em sua voz não combinava em nada com ele, mas não sabia se seria bem recebido
- Olá, Max - o sorriso na face da mulher transmitia uma alegria sem igual, ela estava radiante e linda - Pode entrar sim, pensei que tivesse me abandonado aqui - ela era graciosa, apesar de sempre arrumar motivos para o deixar bravo - o que seria de mim sem meu salvador, não é? Seria você meu príncipe? Cadê seu cavalo branco? - o deboche em sua voz o fez sorrir, ele estava com saudades dessas implicâncias, preferia a ver arrumando briga e discutindo do que no estado em que a encontrou
- Eu sou um príncipe, você sabe disso, só não sei se posso te chamar de princesa - o dar de ombros e a face arrogante a fizeram gargalhar, ela estava plenamente feliz pela presença do loiro - meu cavalo branco no momento é muito veloz e só aceita uma pessoa, a não ser que você queira ir sentada no meu colo - a malícia escorria pelos lábios grossos do rapaz, o sorriso safado não saía dali também e Brenda se pegou prestando atenção demais nisso
- Proposta tentadora, meu amor - a confusão pelas palavras em português proferidas por ela não passaram despercebidas - mas não quero andar a 300km/h com você - a negativa foi somente para andar no carro com ele e não para sentar em seu colo, notou o piloto
- Você choraria de satisfação em estar comigo - o duplo sentido da frase estava presente em cada letra, a conversa avançava ao modo Brenda e Max de ser
- Você vai poder sair amanhã já - por um momento Alex se sentiu confuso, Brenda não estava mais com a face emburrada de quando ele saiu, mas ao observar mais de perto notou que Max se encontrava no quarto, então tudo fez sentido - Hey, Max
- Hey, Alex. - Max não sabia se agradecia ou ficava chateado com a chegada do companheiro de equipe no quarto, a conversa estava tomando um rumo que o piloto não esperava - então amanhã a Brenda já sai? Ela está bem? - o interesse do piloto era notório e a preocupação em sua voz era tocante é incrivelmente fofa, pensava a garota
- Está sim, o mais complicado foram as fraturas no pé, mas nada que um gesso e depois uma bota ortopédica não resolvam, e, muletas, é claro - o descontentamento da garota era visível, odiava o fato de ter que depender de muletas
- Ah, pelo menos está tudo bem, na medida do possível - enquanto Max se aproximava do sofá que havia ali, os melhores amigos trocaram um olhar significativo, passando despercebido pelo loiro
- Cara, você tem como ficar aqui enquanto vou pegar umas roupas da Brenda no apartamento? - A mentira saiu facilmente pelos lábios do mais velho, pelo menos era uma mentira boa que não prejudicaria alguém
Ao receber a positiva do outro piloto, Alex seguiu para seu apartamento, onde sua família se encontrava no momento, deixando somente os dois no hospital, Max merecia receber algumas explicações, Brenda devia isso a ele.
- Eu tenho algumas explicações para te dar, Max - a voz da garota não estava mais alegre como antes evidenciando que o assunto não era leve - Eu vim de uma família de classe média-alta, minha mãe era brasileira e em uma viagem para Londres encontrou meu pai, eles namoraram e casaram, anos depois nasceu Breno, meu irmão e então cinco anos depois eu nasci, ter uma filha era o sonho dos meus pais, talvez isso tenha deixado Breno com raiva de mim. - o suspiro sôfrego dizia que a parte mais difícil estava por vir e Max não sabia se conseguiria escutar sem ser afetado - quando eu tinha 10 anos e ele 15 levei a primeira surra, ele me batia por eu simplesmente existir e ele me odiar, dizia que eu havia estragado tudo e merecia aquilo. Eu não entendia as coisas, como alguém que se dizia me amar estava me causando dor? Fiquei calada com medo do que meus pais poderiam fazer a ele. Então tudo continuou, até quando completei 15 anos e minha mãe viu tudo, viu sua filha que cada vez mais se tornava isolada apanhar de seu próprio irmão, eu estava aos prantos, todo meu corpo doía, então mamãe disse que chamaria a polícia, naquele momento, ao olhar para meu irmão, eu desejei ter forças para defender minha mãe - o choro de Brenda ecoou pelo quarto, fazendo o piloto a abraçar e aconchega-la em seus braços, como se a protegesse das lembranças - Breno pegou uma faca que estava na cozinha, se aproveitando do momento em que mamãe correu para me ajudar. Foram 15 facadas, dez nela e cinco em mim, ela morreu em minha frente, nós duas juntas sentindo nossa vida escorrer por nossos dedos. Quando acordei estava no hospital, meu pai estava ao meu lado e contou que chegou a tempo de me socorrer e manter Breno inconsciente até a polícia e ambulância chegar. Naquele momento não me importava que meu pai tivesse apagado Breno e ele estivesse preso, só me importava o fato de que éramos somente nós dois a partir daquele dia. Breno passou pelo julgamento e pegou 40 anos de prisão, eu e meu pai fomos testemunhas - o piloto acariciava o rosto de Brenda limpando suas lágrimas, ele queria que toda aquela dor fosse embora e o sorriso voltasse para os lábios dela - decidi me mudar para Londres quando consegui um intercâmbio da faculdade, quando conheci Alex também, meu pai quis ficar no Brasil, remoendo as lembranças de uma família que não existia mais. Quando a pandemia começou, voltei para o Brasil, para ficar perto dele e o convencer de morar comigo. Já estava tudo certo, então as visitas ao presídio foram liberadas novamente, ele quis ir mesmo com meus protestos, de acordo com ele, papai precisava dizer adeus a todo aquele sentimento ruim. Alguns dias depois nos ligaram da cadeia dizendo que Breno estava com o vírus, informando que meu pai deveria fazer o teste e ver se estava infectado, então papai começou a ficar ruim, ele havia contraído de Breno o vírus. Eu era assintomática e sobrevivi, mas ele não e mais uma vez Breno me tirou minha família, meu lar, me privando de estar com meu pai em seus últimos momentos e de o enterrar, pois eu ainda estava com o maldito vírus em meu organismo. Quando me curei, deixei tudo para trás e voltei para Londres, terminei a faculdade e fiz pós-graduação, tudo estava indo bem até que recebi a ligação de que Breno havia fugido da prisão há uma semana, foi quando tive aquela crise e você me acalmou. Porém ele me encontrou, conseguiu acesso ao meu apartamento e nem as aulas de boxe que eu fiz me ajudaram, pois ele me pegou de surpresa. Consegui me defender e sair sem muitos estragos, mas o ódio dele era tanto que me derrubou e conseguiu me bater para valer, só lembro de revisar um momento e me arrastar para o banheiro, sabia que meu pé estava quebrado, tudo doía como o inferno e eu só quis morrer, o resto você já sabe - Max não estava preparado para aquela história, a história de vida daquela garota irritante que implicava com ele toda hora, agora ele entendia o motivo de Brenda ser daquele jeito e isso machucou ele de formas que nem esperava.
Não haviam palavras para aquele momento, Brenda nem as queria escutar, então o abraço aconchegante do piloto serviram para acalma-la junto do carinho em seu cabelo e os beijos que ali eram depositados de segundo a segundo. Era libertador contar tudo aquilo para alguém que estava se tornando tão importante para ela, parecia que finalmente tudo estava bem.
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Olá meus amores, eu tô 😭😭😭 com esse capítulo, mas era preciso para vcs entenderem tudo.
Fiquei de postar ontem, mas minha vaca deu cria e tive q catar ela no mato e caí um tombo digno de vídeo cassetada, mas ok. Sofram comigo e amem esse casal maravilhoso 🥰
Amo vcs e até breve!
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Botsing❣ Max Verstappen
Hayran Kurgu"Botsing" é uma palavra holandesa e quer dizer "Colisão": embate entre dois ou mais corpos; choque. E foi exatamente isso o que ocorreu no exato momento em que Brenda Souza conheceu Max Verstappen, o piloto de personalidade explosiva que não aceita...