DEZOITO

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Uma semana depois...

— Está tão bem vestida, sairá hoje? — Sr. Joseph indagou a filha, que se aproximava vestida com um maravilhoso vestido de seda, cor rosa, cuja escolha de tal tonalidade levava-a a destacar ainda mais o tom moreno de sua pele.

Ian turner baixou discretamente o jornal e a averiguou, sem que ninguém notasse. De fato, Emily era belíssima! Contudo, nela havia o que mais ele repudiava em uma mulher: Frescura! Ela era tomada por imensas e diversas frescuras, certamente, muitíssimo mimada pelo pai. Que homem poderia suportar uma mulher com tantas manias e sentimentos terrivelmente fragéis? Oh, céus! Apenas sabia que ele não. Desejava uma mulher prática, que soubesse serviços domésticos e o ajudasse, assim como ele a serviria também. Os dois juntos em tudo e sem muitas diferenças entre si. Na verdade, ele sentiria pena do pobre homem que desposasse Emily Brown.

— Irei à casa de minha amiga. — a jovem respondeu ao pai. — Ela tem estado adoentada nos últimos dias.

“Ela possuía senso de misericórdia?” Ian perguntou-se.

— Josh, poderia acompanhá-la até a rua St. Claudes? — Joseph indagou ao sobrinho, que encontrava-se entretido no jogo de palavras cruzadas do jornal.

— Seria um prazer, contudo, meu caminho é completamente oposto ao endereço que minha prima irá, todavia... — ele mirou para o amigo ao lado —, Ian atenderá um paciente próximo da casa da Srta. Riley. Certamente, não se oporia a prestar uma cortesia à minha amada prima. 

O Sr. Turner, depois de ouvir a sugestão do caro amigo, planejou rapidamente possíveis maneira de matá-lo. Só podia ter jogado pedras na Cruz do Salvador!

— Seria um prazer — disse, afogando dentro de si todos os sentimentos de raiva.

O olhar estreito de Emily em sua direção, fazia-o saber muitíssimo bem que a sua verdadeira vontade — a de jogá-la no precipício — era claro para ela também. Que Deus os ajudasse naquela breve jornada matinal. Após as devidas despedidas e todas as palavras de cuidado por parte de seu progenitor, a Srta. Brown e o Sr. Turner partiram em um Cabriolé. Os primeiros minutos do trajeto fora feito em silêncio. A jovem donzela permaneceu calada, salvo quando o veículo dava uns fortes solavancos, por causa da estrada, e então externava um pouco de seu desconforto.

Um tempo depois, tomaram um pequeno atalho, cujos pedregulhos tornavam-se mais em abundância durante o estreito caminho. Com destreza, Ian salvou a roda de um buraco no trajeto, mas o cabriolé sacudiu e Emily se viu impulsionada para o lado e não pôde evitar cair fora do veículo. De fato, saiu literalmente as quedas, soltando um grito abafado e dando com os ossos nas terríveis pedras.

― Srta. Brown! ― Ian deteve o trote dos cavalos e desceu em disparada para socorrer a moça arremessada.

Emily mal ouviu o gritar do Sr. Turner, pois as têmporas lhe tiniam ao ritmo dos batimentos do coração, constando em seguida, uma dor intensa na região do glúteo até o tornozelo. Suspirou forte e, literalmente, viu as estrelas rondando-lhe a cabeça. Ian chegou esbaforido ao seu lado e exclamou:

― Pelos céus! Perdoe-me, senhorita. Não era de meu intento causar-lhe um acidente.  ― Tinha um tom de alarme em sua voz, mais intenso do que o necessário. Ao vê-la naquelas condições humilhantes, arrependeu-se de seus desejos outrora: Jogá-la de um precipício! Parece que havia desejado fortemente e o universo atendeu-lhe o maldoso pedido.

Emily não o respondeu.

Ele olhou-a, analisando que a condição não era nada adequada para uma dama. Esticou um pouco a saia e tentou pensar melhor no que fazer.

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