Duas Vidas, Um só Propósito (CONCLUÍDO)

Capítulo 34❤

MATHEUS

É difícil abrir mão de alguém que você ama. É difícil deixar ir a quem tanto você quer que fique.

É inevitável e inesperado perder alguém, a gente fica perdido, e a única certeza em que podemos nos agarrar nessa reta final é que amanhã é um novo dia.

Zoe pediu para não olhar, eu até tentei mais ver seus gritos finais foi demais para um homem que está perdendo seu grande amor. Já estou esgotado. Quando os bips do monitor começam a diminuir a frequência, entro em modo desespero e solto sua mão, corro para chamar ajuda, de imediato Thomas e toda uma equipe adentra o quarto.

– Ela está tendo uma parada cardíaca. – disse ele já iniciando uma manobra de ressuscitação.

Zoe permanecia imóvel e aquilo me deixou atormentado. Ela estava mesmo me deixando.

– Façam alguma coisa, o coração dela está parando. – grito em meio as lágrimas.

– Matheus, quero que saia daqui agora. Eu prometo que vou fazer o possível para salvar ela, mas saia. – pediu Thomas, calmamente.

Dois enfermeiros se aproximaram de mim.

– Eu não vou sair desse quarto. Thomas, eu sou médico e é a minha noiva que está deitada nessa cama. Por favor, me deixe ficar. – suplico.

– Você conhece as regras, Matheus.

– Por favor!

Ele suspira fundo.

– Tudo bem.

Meu amigo continua com o processo de reanimação. Zoe continua não dando sinal.

– Os batimentos dela está em 15, senhor. – comunicou um deles. Arregalo os olhos.

– Apliquem 300 mg de Amiodarona. Rápido! – exclamo. Thomas confirma e assim os enfermeiros fazem.

Fico a todo instante olhando a situação, aquilo estava sendo doloroso demais. Prendo os olhos na tela e ao mesmo tempo nela, mas nada muda, tudo continua como estava. Nenhum sinal possível.

– Estamos perdendo ela, tragam o desfibrilador. – Thomas grita, ainda com as mãos no peito da minha namorada fazendo a massagem.

Os bips param, resta apenas uma linha na tela. Gelo.

O carrinho é posto ao lado da cama, com mãos ágeis Thomas se prepara para a reanimar. Ela está morrendo.

Olho para cima numa tentativa de buscar forças e não pensar no pior. Eu creio que Zoe vai ficar bem, ela não pode me deixar agora. Ela prometeu!

Deus, salva ela! – digo em pensamento.

– Carregue em cem... um, dois, três e, se afastem. – primeira tentativa. Meu coração acelera.

Seu corpo vem de impulso para cima e logo volta para a base da cama. Nada.

– Sem sinais vitais. – anunciou a enfermeira.

– Carregue em duzentos... um, dois três e, se afastem.

Mais uma tentativa falha.

– Agora estamos sem pulso.

– Vamos Zoe, reage. Você precisa me ajudar também, reage. – Thomas balançava a cabeça freneticamente.

Quando vejo que nada muda, viro de costas e reprimo os olhos. As lágrimas grossas caem, molhando toda a minha blusa. O som do monitor é ensurdecedor. Thomas repete o processo mais algumas vezes, mas sabemos que não está adiantando. Zoe estava mesmo me deixando.