Capítulo 35❤

1.5K 189 26
                                    

MATHEUS

Dizem que o suicidas querem morrer, mas essa é a verdade mais mentirosa que contam por aí. Ninguém quer morrer, as pessoas apenas querem acabar com as suas dores. O que fere por dentro é a única coisa que motiva um ser humano a querer se atirar de um prédio ou fazer o que estou preste a fazer.

Respiro fundo.

Não era esse o fim que eu planejava para da a minha vida. Não mesmo. Olho para a porta lembrando de como eles ficarão quando eu não estiver mais aqui, o choro do luto agora já não será mais por um, mas sim por dois. Eu não quero ter que fazer isto, mas ficar aqui sem a Zoe é tortura demais.

Pressiono o cacto do vidro entre os dedos para me acostumar com a dor. É doloroso, mas não mais que perder a minha noiva. Solto o vidro no chão quando meu telefone toca, era minha mãe. Meu coração acelera.

Porque trancou a porta?

– Mãe.

Meu filho, já faz um tempo que você está aí dentro. Meu coração está palpitando, abra essa porta, Matheus. Você não está pensando em fazer nenhuma besteira, está? – posso ver o quanto ela apreensiva.

– Mãe, está tudo bem comigo. Eu só preciso... – reprimo os olhos. – Eu só preciso de um tempo para me despedir dela. Não está sendo fácil.

Eu sei que não, querido.

– Eu te amo, mãe. – desligo.

Olho novamente para a porta enquanto que uma lágrima desce, busco novamente a ponta do vidro e posiciono diante do pulso.

Morrer? Não, não é como se eu tivesse medo da morte, eu apenas não quero está aqui quando isso for acontecer. Dizem que morrer dói, mas o que acredito mesmo é que deixar quem você ama para trás é a parte mais dolorosa de todo o processo.

Minha alma está quebrada. Fecho os olhos e viro o rosto, não posso me ver fazendo uma crueldade dessa comigo mesmo. Nos próximos dois minutos foram tentando criar coragem para tal, quando finalmente a crio, meu coração acelera ao sentir uma mão quente segurar a minha.

– Não, não faça isso. Eu estou aqui. Eu voltei!

ZOE NARRANDO:

O que significa o sofrimento? O sofrimento nos leva a vários questionamentos angustiantes, como: se Deus é bom, por que ele permite passarmos por determinadas situações? Será que Deus é verdadeiramente soberano sobre doenças incuráveis? Ou como posso encontrar paz de espírito ou até mesmo um propósito para viver em situações que podem alterar toda uma vida?

Eu estava diante de uma escuridão, mas como num piscar de olhos, eu contemplava a luz reluzente que acredito ser o céu. Eu o vejo. Sim, era ele mesmo. Jesus!

 Suas vestes eram alvas como a neve e em seu rosto era como se fosse uma bola de fogo, era um brilho que chegava a arder até mesmo meus olhos, o que me impossibilitava de o olhar por muito tempo. Jesus estendeu a mão para mim, as marcas nelas me trazem lembranças da cruz.

– Vem! – Ele me chama.

Dei os primeiros passos em sua direção, eu me sentia ainda menor. Ao me aproximar sinto a textura quando seguro sua mão, isso tudo parece tão irreal. Tudo a nossa volta era branco como um clarão, vozes como de muitas águas entoavam uma melodia que nunca foi ouvida antes.

Que lindo! – foi o que pensei quando avisto o grande imenso coral de anjos.

Espera! Então é isto o que as pessoas veem quando morrem? Porque se essa é a visão, não á porque chorarem lá na terra. Eu deveria está arrasada como estava a minutos antes,  mas eu me sinto feliz porque estou com o meu Jesus. Ao caminhar ao seu lado, mais a frente eu vejo um trono e a sua frente estava as doze tribos.

Duas Vidas, Um só Propósito (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora