Capítulo 9❤

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ZOE

Ver ele indo embora causou dentro de mim uma descarga de sentimentos, uma intensa dor no coração foi o ápice para me fazer lembrar das palavras de mamãe e constatar um fato: Eu estou gostando do Matheus e isso é extremamente errado.

Quando ele se foi, não consegui mais comer e com isso, decidi sair logo a procura de um emprego. Eu até cogitei a ideia de aceitar a proposta dele, mas, presumo que não seja o certo no momento.

Já faz mais de uma hora que estou entrando e saindo de estabelecimentos e nada acontece. São sempre as mesmas perguntas e os mesmos comentários, no fim o desânimo vem.

“Tem experiência na área?”

“Você é muito nova, se ao menos tivesse alguma experiência!”

“Desculpas, mas você não atende o perfil no qual procuramos.”

Como eles exigem experiência se não são capazes de nos da uma chance? Experiência se adquire com oportunidades. Meus pés já estão doendo do tanto que andei, quando me encostei próxima a vitrine de uma loja para ver o calo que o sapato fez, vi algo que me deixou animada.

ESTAMOS CONTRATANDO!

– Bom dia, eu vim pela vaga de emprego. – falo a uma das atendentes.

– Só um instante.

Ela entrou na porta ao lado e demorou alguns minutos até que voltasse.

– Entre. Não esqueça de ter empatia, a sra. Angelle não costuma pegar leve. – avisou ela.

– Obrigada. – sigo até a porta e bato duas vezes antes de entrar. – Com licença!

Uma mulher de óculos estilo borboleta está sentada atrás de uma mesa de vidro, ela faz uma breve avaliação de mim e pela cara que fez, não fui muito bem vista.  

– Sente-se! Como se chama? – ela cruzou os braços por cima da mesa e em momento algum tirou os olhos de mim.

– Zoe Meirelles, senhora.

– Zoe, porque acha que devo da essa vaga a você? Já teve experiências com vendas? Tem boa comunicação? Não sei se você percebeu, mas minha loja é um lugar sofisticado e busco pessoas desse porte para trabalhar comigo. Acha que se enquadra?

Engulo em seco.

– Eu...

– Não sei porque Debora teima em me mandar gente desqualificada pra minha sala. – murmurou.

Angelle se põe de pé e caminha até a janela. Julgando sua postura, ela está preste a me exportar daqui, ou pior.

– Querida, eu vou ser breve com você. Minha loja busca pessoas que chamem a atenção do meu público e você não se encaixa muito bem no perfil que busco. O que as pessoas desse lugar acha que sou, uma mulher que da caridade?

– Eu não tenho experiência, mas posso ajuda-la na limpeza, faço qualquer coisa que a senhora mandar. – mendigo o emprego.

– Desculpe, se eu fosse você trataria de ir pedir esmolas em outro lugar. Olha menina, o poder foi feito para quem sabe usufruí-lo.

– Débora! – gritou, chamando-a.

– Sim, senhora.

– Tire essa garota da minha frente, por favor. Não me faça perder meu tempo com pessoas assim, já lhe avisei sobre isso. Da próxima vez que isso acontecer, se considere demitida, fui clara?

Duas Vidas, Um só Propósito (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora