Duas Vidas, Um só Propósito (CONCLUÍDO)

Capítulo 6❤

ZOE

Acordei com meu despertador tocando Wake Me Up. Apesar de amar essa música, minha vontade é de jogar o despertador janela a fora. Eu detesto acordar cedo, mas pelo que vejo essa será a minha nova rotina de agora em diante.

Tomo um banho rápido e me visto as pressas, passo apenas algo no rosto pra tentar esconder as olheiras e prendo um cabelo num rabo de cavalo frouxo.

– Bom dia, dorminhoca. Já estava pra ir acordá-la. – disse Matheus, Reviro os olhos. Ele rir. – Já está pronta?

– Não tomei café ainda.

– Sinto muito, mas vai ter que deixar pra próxima. Caso contrário, vamos chegar atrasados e eu não posso permitir que isso aconteça.

– Não posso ficar sem meu café da manhã. – tento convencê-lo.

– Deveria ter acordado um pouco mais cedo então. – disse ele já caminhando em direção a porta.

Bufo.

– Da pra andar mais rápido, só temos quinze minutos pra chegar na faculdade. – gritou impaciente, já no elevador.

Entrei em seu carro e por incrível que pareça, isso não me deixou desconfortável. Apesar de Matheus ser grosseiro, de alguma forma eu consigo me sentir segura quando estou perto dele.

– Deveria mudar essa cara, não combina muito com você. – zombou ele.

– Costumo ficar assim quando estou com fome, então minha cara não vai mudar até eu me alimentar.

Matheus rir. Ele abre a mochila e tira de dentro uma barra de cereal.

– Toma! Não é uma refeição que substitua o seu café da manhã, mas da pro gasto.

Ele me entrega a barra de cereal e da partida no carro. Não digo nada, apenas como em silêncio. De vez enquanto ele me olha, me sinto estranhamente gostando desse pequeno gesto de cuidado comigo.

– Obrigado pela carona! – agradeço assim que chegamos no estacionamento da Universidade. – E obrigado pelo cereal, prometo que abasteço seu estoque outro dia.

– Você é hilária.

Ele balança a caneca achando graça do meu comentário sem noção. Deixo ele pra trás fazendo a trajetória até o prédio.

As pessoas ficam me olhando, talvez achando estranho me ver descer do carro do professor mais cobiçado do instituto. Alguns garotos me olham torto, apresso o passo pra tentar me esconder desses ângulos cheios de malícia sobre mim.

Me esconder de olhares masculinos sobre meu corpo se tornou algo comum nos últimos anos. Toda vez que percebo que isso está acontecendo, é inevitável as lembranças daquele dia não virem ao meu encontro para me atormentar.

Sentada em minha cadeira, agradeço mentalmente por a professora ainda não ter chegado, pelo menos aqui eu posso ter uns minutinhos de sossego. Duas garotas entram na sala:

– Parece que a professora não vem hoje. – disse a loira.

–  Ouvir dizer que os alunos do quinto semestre vão ficar com a gente. – Lorena está eufórica.

– Eles vão vim pra cá? – pergunto.

– Não sabemos ainda. – a loira cochicha algo em seu ouvido. – Você é a garota que veio com o professor Matheus?

Engulo em seco.

– Vocês são namorados? – Mary pergunta, me olhando de cima a baixo.

– Não, nós somos apenas colegas. Quem disse isso?