Nem Tudo é o que Parece

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Era o sábado seguinte ao dia em que o Plano de Aproximação havia sido posto em prática. Estavam novamente reunidos na mesa da Lufa-Lufa tomando café, aquele sábado passariam em Hogsmeade. Tudo era normal, porém Dominic demonstrava uma preocupação incomum e Miller ainda não havia chegado para o café, que já estava quase no fim. Draco percebeu a preocupação do amigo, logo se preocupando também, se White, que era o que mais conhecia Arthur, estava preocupado era porque algo muito grave estava acontecendo.

_ Você sabe onde Art está, Dominic?

Perguntou encarando o loiro, que negou com a cabeça, começando a roer suas unhas em nervosismo.

_ O que você sabe, White?

Alice se pronunciou delicada como sempre era quando se dirigia ao lufano.

_ Não sei se deveria contar isso a vocês...

_ Agora vai ter que contar, acabou de nos deixar curiosos.

Disse MacGyver também tomando uma postura preocupada, algo nada bom estava acontecendo e definitivamente não queria que Arthur se machucasse ainda mais do que se machucara na semana anterior.

Dominic nada disse, apenas se levantou e caminhou para fora do salão, logo sendo seguido por seus amigos preocupados e curiosos, até mesmo Harry demonstrava algum interesse no assunto. Seguiram o garoto até a entrada do Salão Comunal da Corvinal, se surpreendendo pelo loiro saber a senha.

Logo que entraram os que não tinham familiaridade com a sala a admiraram maravilhados, mas não tardaram em se concentrar e seguir novamente Dominic até a região onde ficavam os dormitórios dos monitores. Era impressionante quantos cargos Miller tinha, um dos melhores alunos, ficando atrás apenas de Draco e Hermione, apanhador de sua casa e monitor, como o garoto conseguia? Se perguntava Harry, escondendo de si mesmo a leve inveja que sentiu por um momento.

White bateu na porta do quarto. Nenhum som foi ouvido. Tentou abrir a porta, mas estava trancada. Usou o feitiço de destrancar e rapidamente invadiu o quarto. Nele havia apenas uma cama, com seus lençóis em diversos tons de azul levemente bagunçados, uma escrivaninha de madeira escura, um criado mudo ao lado da cama com dois porta retratos em cima, uma janela com um pequeno banco de acolchoado azul e em cima dele um gato branco dormia tranquilamente.

Um pouco mais a frente da porta de entrada havia a porta do banheiro, que estava fechada e trancada. Novamente Dominic utilizou o feitiço para destrancar, deixando sua varinha cair no chão assim que a porta se abriu.

_ Arthur! Pelas barbas de Merlin, o que você fez?!

Gritou exasperado correndo para a banheira, fazendo barulho na água que se espalhava pelo chão. Os outros se posicionaram na porta, olhando a cena chocados. Miller se encontrava desacordado dentro da banheira, vestido com uma calça fina de pijama e uma camisa brande de botões, seus lábios estavam roxos, a água repleta de gelo da banheira escorria por todo banheiro e a varinha preta estava jogada ao lado da banheira.

Era uma cena chocante ver Dominic correr em direção ao amigo resmungando de forma arrependida que não deveria tê-lo deixado sozinho. O garoto tentou levantar, em vão, o amigo da banheira, logo olhando os demais em um claro pedido de ajuda. Juntos levaram o garoto encharcado e quase tão gelado quanto um cadáver até sua cama. White rapidamente o secou com um feitiço logo lançando outro para aquecê-lo, ainda se recriminando por algo que os amigos não entendiam.

Olharam estáticos quando o lufano se ajoelhou próximo a cama chorando baixo, ele sabia de algo, sabia o que havia motivado o garoto a tentar se matar de frio em uma banheira. Draco temia que fosse o motivo daquele surto, se sentia tão culpado que seu peito chegava a doer.

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