Harry corria pelo castelo a procura de Hermione. Se sentia idiota por não ter colocado a garota na lista de pessoas que poderiam ajudar em seu plano, com certeza ela era uma ótima opção: não tinha relação próxima com nenhum dos envolvidos, estava sempre disposta a ajudar e era muito inteligente. Com certeza a candidata perfeita.
A encontrou lendo em uma das mesas mais afastadas da biblioteca, o lugar perfeito para se tratar daquele assunto. Potter se sentou à sua frente a assustando por um segundo, se acalmando logo depois, percebendo que era apenas Harry. Soltou o livro grande que lia na mesa, em seguida olhando para o amigo com um sorriso.
_ Oi, Harry, precisa de algo?
Perguntou sorridente, mas com uma leve preocupação no olhar. O garoto a sua frente estava suado e ofegante, imaginava que algo grave poderia ter acontecido para ter aparecido assim.
_ Na verdade sim.
Respondeu tentando controlar a respiração acelerada.
_ Diga.
Harry explicou tudo do início, desde o jogo de quadribol até a conversa que teve com MacGyver (citar o acontecido no dia anterior não era relevante, não ia expor Miller assim).
_ E desde quando você sabe flertar para ensinar a alguém, Harry? A caso não lembra como foi com a Cho?
Interveio Hermione em meio ao seu falatório acelerado.
_ Com certeza sei mais que ele.
Respondeu indignado e levemente envergonhado com as lembranças do fiasco que haviam sido suas tentativas com Cho no quarto ano.
_ Harry, qualquer um sabe flertar melhor que você, até mesmo ele.
Hermione se segurava para não rir da cara vermelha em irritação do amigo. Apesar do acontecido no quarto ano ele se sentia um especialista no quesito flertes, de onde tirou isso? Ninguém sabe.
_ Não vim aqui pra ouvir você falar o quão ruim sou flertando, Hermione! E pare de rir da minha cara, vim pedir ajuda não servir de palhaço!
Disse irritado enquanto a garota ria mais alto do que deveria em uma biblioteca, logo levando um breve sermão da bibliotecária, mas ainda rindo baixinho depois que a mulher se afastou.
_ Ok, Harry, vou tentar pensar em algo para te ajudar, mas veja bem onde está se metendo, estamos falando de Draco Malfoy, certifique-se de que ele é mesmo confiável.
Disse após finalmente deixar sua crise de risos de lado e se focar no assunto em pauta.
_ Eu tenho certeza de que ele é, conversamos muito esses tempos pra cá e ele não é uma má pessoa.
_ Mesmo assim, Harry, ele pode estar apenas te enganando, ter algum plano em mente de te sequestrar ou algo assim, não estou querendo acusá-lo, mas você tem que confessar que essa mudança repentina de comportamento é meio suspeita. Apenas tome cuidado.
Por mais que estivesse um pouco irritado pelas acusações feitas por Hermione, Potter tinha que concordar em alguns pontos, mas preferia ignorar esses fatos e apenas assentir para a amiga. Confiava em Draco, apesar de tudo o garoto vinha se provando ser alguém totalmente diferente do que imaginava e sentia que aquilo era verdadeiro, ou pelo menos queria que fosse, não queria pensar na possibilidade de ter se apaixonado pela idealização de alguém, tinha que ser verdade.
Com a confirmação de que Hermione o ajudaria se retirou da biblioteca para deixar a garota estudar. Ia se dirigindo a seu Salão Comunal quando decidiu mudar de rumo. O entardecer estava bonito e realmente precisava ir a um lugar calmo para processar algumas informações que ainda circulavam frescas em sua mente. Se dirigiu a Torre de Astronomia para observar o céu e pensar, apenas ele e o cantar do vento.
Se encostou no parapeito encarando o sol que se punha em uma mistura de laranja, amarelo e azul, em sua mente os acontecimentos do dia anterior martelando. Sentia que aquilo significava alguma coisa, que não acontecera por acaso, não sabia por que, mas sentia que algo estava por vir, e algo grande.
Se distraiu de seus pensamentos ao ouvir alguém entrar de maneira estabanada. Se virou para a porta, vendo Draco claramente abalado o encarando de volta.
_ Desculpa, não sabia que já tinha alguém aqui, vou para outro lugar.
Disse o sonserino já se virando para ir embora, porém foi impedido por uma mão em seu pulso.
_ Eu não me importo, pode ficar..._ disse Harry com uma expressão preocupada. Imaginava que o que perturbava Malfoy eram os acontecimentos do dia anterior, mas mesmo achando já saber o que ocorria resolveu perguntar_ o que aconteceu?
_ Nada... É besteira.
Respondeu baixando a cabeça, claramente não era besteira.
_ Não é não, seu rosto me diz isso. Anda Draco, me conta o que aconteceu, somos amigos, lembra? Você pode me contar, vou tentar te ajudar o máximo possível.
Draco suspirou, Harry tinha razão, agora eram amigos, não havia por que temer se abrir com ele.
_ É o meu pai... Ele me mandou mais uma carta falando sobre os Comensais e como quer que eu também seja um, só que... Eu não quero, Harry, não quero fazer parte disso, não quero machucar pessoas, não quero machucar você...
A última parte saiu como um sussurro, mas com o ambiente silencioso Potter conseguiu ouvir com clareza o que foi dito. A vermelhidão em suas bochechas foi inevitável e olhando para frente percebeu que o mesmo acontecia com Draco.
_ Diga isso a ele, não pode te obrigar a fazer algo que você não quer.
_ Não é tão simples, Harry. Não posso simplesmente dizer não, é minha obrigação como herdeiro.
Harry não sabia o que dizer, era um assunto delicado e difícil de se lidar, sentia que qualquer coisa que dissesse apenas pioraria tudo. Por isso optou por abraçar Draco em um gesto de apoio silencioso.
_ O que você decidir fazer, seja lá o que for, saiba que sempre terá meu apoio, vou fazer de tudo para te ajudar.
Sussurrou ao seu ouvido. Sentiu o abraço sendo retribuído e sorriu, em sua mente uma etapa se encerrava e a próxima tinha início, não foi do jeito que imaginou, mas nem tudo pode ser planejado.
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Um Entre Mil Perfumes
Lãng mạnUma poção que exala um perfume floral, um cheiro comum, mas ao mesmo tempo único. Harry nunca poderia imaginar que de sua poção sairia um cheiro tão peculiar, ainda mais a quem ele pertencia. Poderia ser qualquer perfume entre mil ou até milhões, mu...