Mansão Miller

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Mais um mês havia se passado. Harry encontrava Draco todos os dias ao entardecer na Torre de Astronomia. Lá os dois conversavam, as vezes sobre assuntos banais do dia a dia e vez ou outra um desabafo ou segredos a muito guardados, Potter chegou até a comentar brevemente como havia sido sua vida com seus tios. Comentaram também do relacionamento que Draco havia tido com Miller, o que descobriu realmente chocou Harry.

Quem havia terminado o relacionamento fora Malfoy, não quis dizer exatamente o porquê, apenas comentou que não sentia o mesmo que Arthur e resolveu acabar com aquilo antes que fosse longe demais e machucasse os dois. Comentou também que depois do acontecido os dois viraram bons amigos e que Arthur estava até o ajudando com algo, não disse no que exatamente.

E assim, pouco a pouco, a segunda etapa do Plano de Aproximação se realizava, dando direito até a algumas indiretas na tentativa de dizer sem realmente dizer que se interessava pelo loiro. Muitas dessas indiretas vinham em forma de um pequeno ciúme sempre que Draco comentava de Miller ou qualquer outro garoto com um carinho extra.

Era novamente sexta e o grupo incomum de amigos estavam tomando café na mesa da Lufa-Lufa. Dominic falava algo sobre Herbologia e como uma planta de nome complicado era interessante. Alice ouvia atentamente, acrescentando coisas a descrição da planta de vez em quando. MacGyver comentava com Arthur alguma coisa sobre quadribol, outra parte do plano de Harry que parecia estar dando certo era a aproximação daqueles dois, andavam juntos praticamente o tempo todo e constantemente se excluíam do grupo em um assunto apenas deles, porém Miller ainda não demonstrava interesse romântico no garoto.

Já Harry mantinha mais uns de seus assuntos aleatórios com Draco. O assunto em pauta naquele momento era sobre a última vez que o diretor havia cortado sua barba, os garotos faziam suas apostas, em algum momento parariam o homem o perguntariam, mal esperavam para ver a cara de Dumbledore.

E assim o café se seguia, em um clima leve sem grandes revelações ou dramas, um dia calmo assim fazia falta de vez em quando. Pouco tempo depois o correio começou a chegar, várias corujas entrevam, mas em meio àquelas aves uma se destacava. Era um corvo grande, de uma pelagem preta azulada, olhos como duas pequenas esferas pretas, que carregava em suas patas uma carta preta com o brasão dourado inconfundível.

O corvo parou majestosamente a frente de Arthur, que o alimentou e pegou a carta com relutância, temia ser mais uma das cartas desagradáveis de seu pai, Natanael Miller. Suspirou aliviado quando viu que a carta não era de seu pai e sim de sua mãe. Como os amigos o olhavam com curiosidade resolveu ler a carta em voz alta, não tinha mais nada a esconder de qualquer forma.

Querido Arthur,

lhe enviei esta carta o mais rápido que consegui, aconteceu um milagre. Na madrugada de quarta-feira sua irmã despertou, ela estava confusa, mas bem, por mais que um pouco fraca.

Tive que arrumar várias coisas as pressas, realmente não esperava que isso acontecesse, por isso esta carta provavelmente chegará mais tarde do que queria. Peço que venha a casa imediatamente, em anexo mandei o bilhete que deve entregar ao diretor, sua irmã está ansiosa para vê-lo.

Mandei uma carta a seu pai também, mas ele não pode vir tão cedo, está ocupado com negócios, algo sobre uma remessa contaminada em uma de nossas fábricas.

Com carinho,

Violet Miller.

_ Art, essa é uma ótima notícia!

Exclamou Dominic abraçando o amigo.

_ Eu sei! Não tô nem acreditando!

Disse Arthur em um igual tom de animação. Aquela notícia era mais do que ótima, desde o acidente sonhava com o dia em que sua irmã finalmente acordaria e finalmente estava acontecendo. Porém logo seu sorriso de desfez, ocupando seu lugar uma expressão preocupada.

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