Se tem uma coisa que todos deveriam saber é: nunca diga que não pode ficar pior, porque sempre pode, e Draco aprendeu isso da pior forma. Voltando para o belo recesso de Natal que todos estavam vivendo, os casais curtiam o resto do feriado na aconchegante casa de Dominic, todos despreocupados com a Miller que espreitava pelos cantos e planejava sabe-se lá o que aquela mente perversa poderia criar. Fingia inocência aos olhos do irmão e dos demais, até Draco passou a se preocupar menos com ela, estava feliz demais para pensar no que se passa na cabeça daquele ser estranho.
Enquanto os adolescente despreocupados passavam seus dias uma carta estava sendo lida na Mansão Malfoy. Claro que a matriarca da família leu com felicidade e compreensão o que o filho lhe escrevera, e com certeza não pretendia mostrar aquele material comprometedor. Porém em um jantar silencioso não pode evitar comentar o quão genial parecia a Miller mais nova. Um comentário inocente, assim como a carta que havia sido enviada, mas qualquer coisa nas mãos de Perséfone Miller poderia se tornar uma arma poderosa.
Ao regressarem à escola tudo parecia ótimo, mas Miller trabalhava cuidadosamente em seu plano, tudo friamente calculado para que o resultado final fosse satisfatório. A garota se aproximou bastante dos sonserinos, sempre que podia exibia suas habilidades formidáveis e deixar bem claro para os colegas de casa que concordava com o temido Lorde das Trevas. Muitas cartas foram enviadas no final daquele mês, e logo a suposta Adrià Miller estava sendo convocada para uma reunião um tanto diferenciada.
Um sorriso vitorioso se apossava do rosto da garota enquanto fazia seu caminho até o local onde o suposto irmão costumava ler. Ao chegar sua máscara foi posta perfeitamente para enganar o garoto que se divertia com o livro que lia. Perséfone se jogou aos pés de Arthur chorado as famosas lágrimas de crocodilo. Aquilo assustou o rapaz, que largou o livro e se aproximou da irmã. No abraço de conforto de Arthur a garota soltou que comensais haviam entrado em contato com ela, querendo usar de suas habilidades para fins malignos, e não qualquer comensal, Lúcio Malfoy, que, de acordo com ela, havia entrado em contato por indicação do próprio filho. Uma mentira, muito bem contada, mas uma mentira, já que não havia influência de Draco naquilo, nem mesmo era Lúcio o homem que entrara em contato, mas afinal, quem apuraria os fatos com um comensal?
De início Arthur ficou cético de que Draco, que vinha tentando melhorar suas ações e mudar como pessoa, estivesse envolvido nisso. Porém a garota falava com tanta convicção, e não apenas com ele, mas também com todo o resto do grupo de amigos. Logo a desconfiança começou a reinar sobre eles, e foi então que tudo passou a desmoronar.
Malfoy viu diante de seus olhos tudo que havia construído desabando. Os amigos se afastando, boatos correndo por toda a escola, a garota Miller se vitimizando em público, manchando sua imagem. Com o tempo nem mesmo Harry confiava tanto assim nele, mesmo depois de todos os desabafos trocados na Torre de Astronomia, mesmo depois de tudo. Ainda havia na mente do grifinório a mancha de 6 anos de desconfiança e acreditar no loiro sob aquelas circunstâncias se tornava difícil, por mais que tentasse.
A gota d'água veio quando Perséfone, as escondias uma das mais novas comensais, achou uma certa carta após uma reunião na Mansão Malfoy. Modifica-la não foi difícil, e espalhá-la menos ainda. Foram retiradas todas as palavras de carinho sobre Potter, cruelmente substituídas por graves insultos, assim como foi incluído um belo trecho em que supostamente o garoto dizia que Adrià era uma ótima opção para "recrutamento".
Justo na manhã em que Draco pensou que não poderia piorar acordou com cópias da carta espalhadas pelos corredores, sua única opção foi fugir do linchamento que viria, sem nem ao menos poder tentar se explicar para Harry, explicar que aquilo ali não era o que realmente fora escrito naquele feriado de Natal.
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Um Entre Mil Perfumes
RomansaUma poção que exala um perfume floral, um cheiro comum, mas ao mesmo tempo único. Harry nunca poderia imaginar que de sua poção sairia um cheiro tão peculiar, ainda mais a quem ele pertencia. Poderia ser qualquer perfume entre mil ou até milhões, mu...