26. Dia do pai

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Estrelas.

Desde da sua infância que Peter era apaixonado pelo espaço, mas principalmente pelas estrelas. Essa paixão só aumentou depois da morte dos seus pais e do seu tio. Os adultos costumavam dizer que eles tinham se tornado em mais uma estrela do céu, e mesmo sabendo que isso não era verdade, o pequeno Parker preferia acreditar nessa mentira do que na dura realidade, a realidade em que ele nunca mais veria as pessoas que mais ama.

Agora lá estava ele, deitado no chão do seu quarto, observando o teto estrelado enquanto refletia em todas as mudanças da sua vida.

Era dia do pai, o primeiro de Tony e de Peter. O primeiro depois da morte do tio Ben. O primeiro que o jovem Parker iria comemorar com o pai. Ele sabia que provavelmente já o teria feito com Richard antes, mas não tinha quaisquer memórias desses momentos.

Por esse motivo Peter interrogava-se se deveria passar pelo cemitério, antes de começar a preparar o pequeno almoço do génio mais velho, porém algo o fez ficar.

As últimas semanas tinham sido muito duras. Muitas horas no cemitérios, pesadelos diários, sono perdido e para ajudar ainda tinha ficado doente, pela primeira vez depois de picado pela aranha radioativa. Essa tinha sido das piores partes. May viu-se obrigada a explicar o porquê do menino estar tão abalado, e mesmo que isso não fosse tudo era o suficientes para os médicos chegarem à conclusão que precisaram.  A exaustão psicológica misturada à falta de cuidado do adolescente para com o seu corpo tinha-o levado aquele estado. Por esse motivo, nessa semana, o pequeno Stark não foi à escola, ficando a maior parte do agarrado aos pais no quarto destes.

Ver Peter fora do quarto, ainda mais sozinho, era algo praticamente impossível de acontecer nos últimos dias, e talvez por isso tenha sido uma surpresa para Natasha ver o sobrinho, sozinho, a cozinhar num sábado de manhã.

-Senão é o meu sobrinho favorito.

-Olá tia! - o menino respondeu com um leve sorriso, enquanto colocava uma panqueca no prato. - Podes ajudar-me?

-Claro miúdo. O que precisas?

-Podes encher a caneca do meu pai? Afinal eu tenho autorização para entrar em laboratórios com materiais altamente perigosos, mas não posso tirar um simples café! - reclamou enquanto a ruiva atendia ao seu pedido.

-Fazer o quê? O ferro velho é assim mesmo. - a russa comentou, enquanto a caneca se enchia. - Suponho que estes preparativos sejam para o dia do pai.

-Como é que sabes?

-Sou uma espiã, bebé aranha, o meu trabalho é saber tudo. - Natasha explicou, verificando o seu telemóvel, antes de pousar a caneca no tabuleiro.

-Está tudo bem, tia Nath? - o jovem herói questionou quando viu a expressão da mulher mudar.

-Claro que sim. - respondeu sem desviar o olhar da tela.

-Sabes tia, não preciso ser um espião para saber que estás a mentir.

-Mas não é que a aranha traquinha acordou respondona hoje? -Natasha brincou, despenteando o pequeno Stark. - É bom ter o meu sobrinho de volta. Mas agora eu tenho de ir.  Se alguém perguntar, especialmente o Bruce, tu não me viste. Ouviste?

-Porquê?

-Não faças perguntas desnecessárias miúdo. - a russa ordenou, tirando uma faca de dentro do bolso e atirando ao menino. - Se te portares bem podes ficar com ela.

-Afinal, quantas facas tens?

-Um arsenal.

Peter caminhou suavemente pelo longo corredor até ao quarto dos pais. Semelhante ao dia da mãe, ele transportava um tabuleiro com um pequeno almoço especial. Panquecas, torta de café, e claro café. Afinal era de Tony Stark que se tratava, ele adorava tudo que contivesse café.

Irondad and SpidersonOnde histórias criam vida. Descubra agora