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Relíquia: qual foi a sua?- pergunta e eu dou de ombros
Eu: o que Gabriel?- pergunto sem a menor paciência tirando os olhos do celular
Relíquia: pô, eu achei que vindo aqui hoje ia rolar aquele sexo gostosinho- fala e eu ignoro ele voltando a minha atenção pro celular
Eu: se você veio só para transar já pode ir embora então- falo e ele da risada negando com a cabeça, ele me puxa para levantar do sofá e deita no mesmo me puxando para deitar em cima dele- o que você tá fazendo?- pergunto confusa e ele pega o meu celular da minha mão jogando na mesinha de centro
Relíquia: só estou assistindo Netflix com a minha namorada- fala e liga a TV colocando em um filme qualquer.
Eu: me solta porra- falo e ele passa o braço pelas minhas costas
Relíquia: não- fala e eu fecho a cara.

[...]

Eu: short, esmalte, saia, mini blusa, brinco, bota de camurça, e o batom? Tá combinando! Uma deusa, louca, feiticeira, alma de guerreira, sabe que sabe e já chega sambando, calça o tênizin, se tiver afim, toda toda Swag, do hip hop ao reggae, não faço pra buscar aprovação alheia, se fosse pra te agradar a coisa tava feia, então mais atenção, com a sua opinião, quem entendeu levanta a mão, respeita as mina, toda essa produção não se limita a você, já passou da hora de aprender, que o corpo é nosso, nossas regras, nosso direito de ser, respeita as mina, toda essa produção não se limita a você, já passou da hora de aprender, que o corpo é nosso, nossas regras, nosso direito de ser, sim respeito é bom, bom, flores também são, mas não quando são dadas só no dia oito do três, comemoração não é bem a questão, dá uma segurada e aprende outra vez, saio e gasto um dim, sou feliz assim, me viro, ganho menos e não perco um rolezin, cê fica em choque por saber que eu não sou submissa, e quando eu tenho voz cê grita: "ah lá a feminista!", Não aguenta pressão, arruma confusão, para que tá feio, irmão! Respeita as mina, toda essa produção não se limita a você, já passou da hora de aprender, que o corpo é nosso, nossas regras, nosso direito de ser, respeita as mina, toda essa produção não se limita a você, já passou da hora de aprender, que o corpo é nosso nossas regras, nosso direito de ser, não leva na maldade não, não lutamos por inversão, igualdade é o "X" da questão, então aumenta o som! Em nome das Marias, Quitérias, da Penha Silva, empoderadas, revolucionárias, ativistas, deixem nossas meninas serem super heroínas, pra que nasça uma Joana d'Arc por dia! Como diria Frida: "eu não me Kahlo!", Junto com o bonde saio pra luta e não me abalo, o grito antes preso na garganta já não me consome: é pra acabar com o machismo, e não pra aniquilar os homens, quero andar sozinha, porque a escolha é minha, sem ser desrespeitada e assediada a cada esquina, que possa soar bem, correr como uma menina, jogar como uma menina, dirigir como menina, ter a força de uma menina, se não for por mim, mude por sua mãe ou filha! Respeita as mina, toda essa produção não se limita a você, já passou da hora de aprender, que o corpo é nosso, nossas regras, nosso direito de ser
Respeita as mina, toda essa produção não se limita a você, já passou da hora de aprender, que o corpo é nosso, nossas regras, nosso direito de ser- canto enquanto faço faxina, o Relíquia ontem ficou de saco cheio e meteu o pé para a casa dele.

Eu não sou idiota, ele que ele lute para conseguir o meu perdão, pô, tenho sentimentos, sou humana, porra, ele devia pelo menos ter cuidado com as palavras, pô ele me magoou. Ontem quando ele foi embora começou a chover muito forte, fiquei preocupada com ele? Claro, mas eu que não vou atrás dele para saber se ele ele está bem.

Menor: sentar- fala entrando na minha casa e eu já fecho a cara
Eu: o chão está molhado Pedro- falo e ele passa as mãos no cabelo aparentemente nervoso
Menor: o Relíquia sofreu um acidente- fala e eu já largo o rodo de lado
Eu: como assim?- pergunto indo para perto dele
Menor: ele tava subindo de moto para casa dele, ele perdeu o com na chuva e acabou caindo, o carro que ia atrás acabou atropelando ele- fala e eu saio da minha casa correndo pro bar da dona Marta
Eu: cadê o Gabriel?- pergunto desesperada e ela me olha com o rosto molhado
Dona Marta: ele tá no hospital minha filha, vamos lá ver ele- fala e saímos de lá correndo para o hospital do morro mesmo- em qual quarto o paciente Gabriel Vasconcelos está?- pergunta e a mulher lá nos olha com desdém
Atendente: desculpa, não posso falar- fala e eu olho a minha volta, vejo um vapor na entrada do hospital e vou até ele pengando a arma dele.
Eu: olha aqui queridinha, eu acho bom você me dizer aonde o meu namorado está, se não eu vou usar essa arma aqui para meter um tiro no meio da sua testa sua vagabunda- falo e ela arregala os olhos
Atendente: o paciente está no quarto quinhentos e dois no terceiro andar- fala e eu subo com a dona Marta para o tal quarto.

Entro correndo com ela e vejo o Gabriel todo machucado, corro até ele com a dona Marta e começo a passar o mão no rosto dele tomando cuidado com os machucados enquanto a dona Marta só chora.

Relíquia: o que tá pegando?- pergunta sonolento me olhando confuso
Eu: a próxima vez que você cair da moto e for atropelado eu te mato- falo e ele ri com a dona Marta
Relíquia: você que me expulsou da sua casa- fala e eu dou um tapinha de leve nele
Eu: próxima vez que você falar o que não deve para mim, eu que vou te deixar na merda desse hospital, mas faço questão de quebrar todos os seus ossos antes.

Valor a FielOnde histórias criam vida. Descubra agora