Valor a Fiel

5°

Chego só o pó, subo o morro quase me arrastando no chão, chego em casa mortinha e procuro a chave na mochila, vejo os meninos passando do outro lado da rua e ignoro, abro a porta e fecho a mesma trancando, subo pro meu quarto e jogo a bolsa num canto qualquer do quarto, vou pro banheiro e tomo aquele banho maravilhoso, saio pelada mesmo, moro sozinha e não sou obrigada a nada, vou pro meu quarto e vou direto pro guarda-roupa, visto só uma calcinha qualquer e um camisetão qualquer que eu roubei de um dos meninos, nem lembro mais, tanto tempo kkkk, passo perfume, desodorante e arrumo meu cabelo num coque bagunçado, vou pra cozinha e faço um miojo mesmo, m sento e como quase dormindo, escuto alguém batendo na porta e abro a janela da cozinha fazendo os meninos bom até mim.

Eu: o cês querem?- pergunto morrendo de sono
Grego: primeiro agente quer entrar- fala e eu nego com a cabeça
Eu: tô só de calcinha e morrendo de sono- falo e bocejo
Menor: são cinco e meia agora- fala e eu dou de ombros
Eu: caguei, aquele sexshop encheu mais que sei lá o que- falo morrendo de sono encostando a cabeça na janela
Cobra: deixa agente entrar vai- fala e eu nego com a cabeça
Eu: nem fodendo, falem logo o que tá pegando- falo já sem paciência
Grego: vai trabalhar amanhã?- pergunta e eu nego com a cabeça
Eu: vão detetizar lá amanhã e só vai ficar a gerente- falo plena e eles soltam um "ah"- mas falem logo caralho, eu quero dormir
Menor: calma caralho, oxe, o Relíquia tá fazendo um churrasco lá na casa dele, brota com a gente- fala e eu penso um pouco
Eu: tô cansada demais, vou acabar fodendo a vibe de vocês- falo e eles fazem careta
Cobra: se cuida então- fala e eles vão embora me deixando rindo, termino o meu miojo e lavo a louça.

Subo pro meu quarto e me jogo na cama apagando na mesma hora.
...

Acordo com o sol na minha cara e uma treta na porta da minha casa, vou no banheiro e pego um balde de água gelada, desço na cozinha e jogo até umas pedras de gelo no balde, subo pra janela do quarto e viro o balde na cabeça das gurias, Menor, Cobra, Grego e Relíquia que tavam perto tentando separar a briga dou um pulo pra trás pra não se molhar e as duas doidas me olham putas.

Eu: TEM GENTE TENTANDO DORMIR NESSA CARALHA PORRA, EU QUERO APROVEITAR MEU DIA DE FOLGA PRA DESCANSAR DESGRAÇA, QUEREM PERDER O TEMPO DE VOCÊS BRIGANDO POR CAUSA DE MACHO, MASSA, VÃO BRIGAR NA PORRA DO PUTEIRO OU NA FRENTE DA CASA DO CARALHO DO MACHO DE VOCÊS, É NA MINHA PORTA NÃO PORRA- grito puta e volto pra dentro fechando a janela.

Pego o banheiro e vou pra toalha, ou ao contrário, tô com sono, não tô raciocinando direito não, faço meu xixi numa boa, dou aquela mongada matinal, me seco, dou descarga, lavo a mão, prendo meu cabelo num coque bagunçado mesmo, tiro a minha calcinha botando no sexto de roupas sujas e a camiseta eu deixo num canto do banheiro, tomo um banho demorado porém bastante relaxante, saio e me enrolo na toalha, pego a camiseta e volto pro meu quarto, vou até o guarda-roupas e guardo a camiseta dobradinha bonitinha pra mim usar pra dormir de novo, sou obrigada a nada! Visto uma conjunto da CK de estampa militar, um short jeans claro desfiadinho e um vans preto.

  Passo perfume, desodorante e arrumo meu cabelo num coque bagunçado mesmo, fico de cara limpa porquê sou obrigada a nada, coragem dessas gurias que vivem com vinte quilos de reboco na cara desde a hora que acordam, essa coragem eu tenho não!
Arrumo meu quarto bem de boa, abro a janela pra arejar um pouco, coloco carteira, celular e fone no bolso traseiro do short, pego a chave de casa e saio trancando a porta bem plena, desço pra padaria numa boa e quando chego vejo geral lá, até o Relíquia.

Cobra: minha vida chegou finalmente- fala e eu me benzo
Eu: sai de grude Victor, credo, pior que cera quente quando gruda na perna- falo e eles dão risada, quando falo eles não incluo o Relíquia porquê aquele ali não sorri nunca- o seu Gilberto quanto tempo- falo sorrindo pro padeiro- me vê dois reais de pão de sal, cinco de mortadela e cinco de mussarela- peço e ele vai pegar o meu pedido
Grego: fez café?- pergunta e eu nego com a cabeça
Eu: vou fazer assim que chegar em casa- falo e o Relíquia sai sem nem falar nada- o que ele tem?- pergunto confusa
Menor: ele não gosta de você- fala e eu o olho sinica
Eu: não me diga, se você não me dissesse eu nunca ia descobrir isso, olha- falo irônica e ele da risada- só não sei por que ele me odeia- falo pegando o meu pedido e dando o dinheiro pro seu Gilberto
Grego: você é ex do cara que matou a filha dele, aliás, você que transformou o cara que matou a filha dele num monstro, quer dizer, a sua falta- fala e eu me arrepio
Eu: credo- falo me benzendo- fui nessa- falo e subo pra casa.

Tava quase perto de casa quando eu vi a coisinha ruim da Victoria na mesma calçada que eu, assim que ela me viu atravessou pro outro lado da rua no medo mesmo, nunca toquei o dedo nela, mas tô devendo uma surra bem dada nela, assim que chego em casa destranco a porta e entro, tranco a porta novamente e vou pra cozinha, abro a janela e encho a chaleira de água colocando a mesma pra ferver, coloco o filtro de papel no coador e apoio numa vasilha de ferver leite numa faquinha mesmo, coloco o pó do café lá e enquanto a água ferve eu cortando os meus pães, passo requeijão, coloco duas fatias de queijo e duas de mortadela, faço o café rapidinho e como numa boa mesmo, termino lavo a louça e vou pra sala, ligo o som no último volume e coloco uma música qualquer do MC Maneirinho.