Eu: tu não vai para o baile acidentado não Gabriel, pelo amor de Deus- falo e ele da de ombros
Relíquia: para de me chamar de Gabriel caralho, oh, enche o saco- fala e eu paro de andar cruzando os braços na altura do peito com uma sobrancelha erguida- e eu vou pro baile sim, tu não é ninguém para mandar em mim não oh caralho, mina chata, só fica enchendo a minha mente baboseira, a toma no cu- fala e eu confirmo com a cabeça puta da vida já também.
Eu: tu que sabe Relíquia, eu já lavei das minhas mãos para tu, vai para o inferno atrás da defunta lá viu?!- falo e ele virou o demônio, ele me empurrou na parede e já colocou a mão no meu pescoço, ele tá vermelho de raiva, as veias do seus pescoço saltando para fora, só falta explodir
Relíquia: nunca mais fale assim da Samantha, você comparada a ela é ninguém, é um lixo, ele pelo menos servia para alguma coisa, já você só serve como marmita- fala e me joga no chão- VAZA DAQUI- grita e eu levanto do chão com algumas lágrimas no meu rosto
Eu: você ainda vai se arrepender amargamente disso Relíquia, anota aí o que eu tô te falando- falo e saio andando batendo a porta daquela porra, o meu irmão me olha preocupado e já vem na minha direção me pegando no colo como se eu fosse um neném
Menor: fica aí pra mim Cobra, se ele perguntar aonde eu fui fala que eu fui resolver algum b.ó- fala e o Cobra confirma com a cabeça também me olhando preocupado, o Grego passa pela gente igual um furacão e vai direto para a sala do Relíquia.O meu irmão sobe o morro para casa dele comigo no colo mesmo, assim que entramos ele tranca a porta e senta no sofá comigo no colo dele, ele me abraça forte e eu desabo em chorar no colo dele e ele só ficou calado me acalmando, igual ele fazia quando éramos criança.
Uma vez quando eu tinha dez anos, o Terror me humilhou na frente do morro inteiro e eu subi correndo para casa, meus pais estavam trabalhando e o Menor jogando videogame com o Cobra e o Grego, quando eu contei o que aconteceu ele apenas me pegou no colo e ali eu me permitia chorar, o Cobra foi no mercadinho comprar alguns doces para mim com o salário dele na fábrica, que não era muita coisa e o Grego foi dar uma surra no Terror e quando voltou comprou dois potes enormes de sorvete, um para mim e o outro para eles dividirem entre eles, nessa época já éramos bastante grudados, mas depois daquele dia não nos separamos por nada no mundo, somos os chamados quarteto fodastico, sabe?!Cobra: cheguei- fala entrando em casa cheio de sacolas e o Grego veio atrás com duas sacolas na mão e o rosto um pouco machucado.
Eles foram guardar os sorvetes no freezer e depois vieram me acalmar como sempre fazem, Deus não me deu apenas um irmão mais velho não, ele me deu três irmãos de presente e eu dou a minha vida por eles se preciso for, a minha vida pela deles e a deles pela minha, tô ligada que é assim.
Grego: vem cá, o filme começou- fala me puxando para sentar entre ele e o Menor, enquanto o Cobra sentou no chão na minha frente.
Eles colocaram Barbie e a escola de princesas para assistirmos enquanto comemos as guloseimas que o Cobra trouxe, comemos enquanto assistíamos em silêncio, o Menor abraçado comigo, o Grego me dando comida na boca e o Cobra fazendo carrinha na minha perna, minha vidas, com toda certeza desse mundo.
Cobra: vou buscar os sorvetes e as colheres- fala se levantando do chão e vai para cozinha, alguém bate na porta e o Menor vai ver quem é
Relíquia: cadê ela? Cadê a minha mulher?- pergunta exaltado, com certeza bêbado, drogado ou até mesmo os dois
Menor: o que tu quer com a minha irmã?- pergunta se exaltando também, eu apenas me levanto do sofá e vou andando até a porta descalça mesmo.
Eu: o que foi Relíquia?- pergunto já sem a menor paciência e com o coração pequenininho, pequenininho de tanta dor.
Relíquia: bora conversar, não quero ficar brigado com tu não- fala serinho e eu eu vejo os seus olhos pequenos e vermelhos, o bafo de álcool tá mais que perceptível
Eu: conversar para que? Para você me humilhar de novo? Para mim ficar mais destruída ainda por dentro? Não Relíquia, muito obrigada, mas eu já estou magoada o suficiente com você- falo e fecho a porta na cara dele mesmo, vou para o sofá e o meu irmão já me puxa novamente para sentar no colo dele e fica acalmando o meu choro novamente.
Cobra: cheguei com o sorvete- fala alegre mas logo me olha desanimado- e ela voltou a chorar- fala vindo até mim preocupado e deixa o sorvete em cima da mesa de centro com as colheres e vem tentar me acalmar com o Grego.[...]
Menor: você tem uma sorte para relacionamentos tóxicos- fala e eu forço um sorriso enquanto preparo a minha maquiagem
Eu: nem me fale- fala e ele força uma risada
Menor: você tem certeza que quer ir ao baile?- pergunta preocupado e eu confirmo com a cabeça
Eu: tenho sim, não posso parar a minha vida por causa do namorado problemático- falo e ele confirma com a cabeça e dá um sorriso de lado
Menor: é por isso que eu te admiro tanto, mesmo com problemas está erguendo a cabeça e se divertindo- fala dando um sorriso sincero e eu sorrio para ele
Eu: eu aprendi que nada pode ser forte o suficiente para acabar com a minha alegria, principalmente se for um macho muito mal amado que ainda sofre pela defunta da ex que só fez ele de gato e sapato- falo e o Menor sorri
Menor: então, hoje eu vou ser a companhia no baile- fala e eu dou risada
Eu: não é um baile de gala e eu não preciso de companhia, não vou ficar muito tempo, só vou beber um pouco, dançar um pouco e vou para casa- falo e ele sorri
Menor: te acompanho pô, uma irmão mais velho não pode mais se divertir coma irmãzinha caçula?- pergunta e eu dou risada
Eu: não pode, deve- fala e eu sorrio animada para ele.
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Valor a Fiel
Teen FictionLorena Ribeiro, uma jovem de 22 anos que depois de dois anos volta a morar no complexo da Penha, aos 20 anos ela foi traída pelo cara com quem ela era "casada" desde os 15 anos de idade, depois que descobriu a gaia meteu o pé da favela e seu ex mari...