Pensando neles

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Ele não precisava saber de tudo, mas um dos motivos que eu ficava fiquei insegura e pensativa, é que a minha casa estava vazia.

Era tentador ele me deixar na porta tamanha era aquela atração que eu sentia no momento.

Sair dali era uma forma de evitar uma ação que eu pudesse me arrepender depois e machucar pessoas queridas, além de ainda poder provocar um escândalo na agência e comprometer a minha credibilidade como confiável...

Não vou mentir que o perigo de fazer algo proibido, escondido, e ainda mais com a intensidade daquela atração, era muito, muito, muito difícil de controlar. Mas eu tinha que fazer isso.

O desejo é momentâneo...
embora a vida também seja...

Nossa!

Como eu posso ficar confusa e me convencer de diferentes decisões, seja ela qual for.

Não existe preto ou branco, a resposta certa para um ponto de vista pode ser errada para o outro...

Essas questões todas passavam intuitivamente na minha cabeça de forma desordenada naquele momento.

O que eu sabia, é que era uma situação perigosa. Eu conseguiria controlar o meu desejo se ele me provocasse mais?

Respirei fundo. Olhei para ele.

— Eu quero! Mas... Eu tenho receio de onde eu poderia me deixar levar. Melhor não.

— Tem certeza?

Ver a expressão de frustração E sofrimento de algo que eu queria muito, era incrivelmente perturbador.

— Não. Eu não tenho certeza de nada agora, além do que eu quero...

O "eu quero" saiu com bastante vigor e olhei intensamente para ele.

Ele percebeu a seriedade do meu anseio e relampejou uma esperança. Sua postura mudou, ficando mais confiante.

— Você está com medo de mim?

— Sim! Na verdade, de nós.

A palavra "nós" ficou pairando no ar enquanto nos encarávamos e sentíamos o seu peso ardente.

— Eu consigo realmente pensar em vários possíveis "caminhos" a partir do momento em que você aceita entrar no meu carro...

A expressão dele abriu um pouco, embora ele estivesse cruzando os braços.

Seu  sorriso era largo e maroto. Ele continuou:

—  Eu só consigo ter medo da possibilidade de sermos vistos... porque todos os caminhos que consigo pensar com você, são... íntimos. Não são para ser compartilhados com mais alguém...

Ele deu pausas escolhendo as últimas palavras e parecia satisfeito e travesso me lendo enquanto falava.

O calor começou a subir pelos meus pés mais uma vez. Minha garganta apertou imaginando as possibilidades. Poderia ser no próprio carro ou a qualquer lugar que ele nos levaria.

Ele é atento e esperto. E eu transparente... Claramente ele percebeu uma fraqueza minha em relação à ele, e agora estava mais confiante e aproveitando a situação para me provocar... ele parecia se divertir vendo as minhas reações involuntárias.

Eu poderia sair dali correndo, ou poderia bater de frente com ele sem necessariamente ceder.

Respirei fundo.

— Tipo o quê?

Perguntei cruzando os braços também sorrindo agora e o encarando.

Ele ergueu as sobrancelhas e os olhos. Ficou surpreso com minha resposta!

Gerenciando PaixõesOnde histórias criam vida. Descubra agora