Cinza

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Bruno afastou o rosto e encontrou os meus olhos com os seus brilhantes. O meu coração estava acelerado. Forcei-me a respirar fundo.

Ele observou interessado o meu peito inflando. Isso me deu alguma confiança da minha influência sobre ele...

— Uuhmmm... — Fiz um grunhido manhoso. — Não seria a primeira vez... Você não vai me dizer mesmo?

A minha voz saiu apertada e sensual devido ao tesão que sentia ainda, e de novo, forte por ele. Avancei devagar e beijei o seu pescoço lentamente, como se isso pudesse fazê-lo mudar de ideia.

Bruno respirou fundo. Disse:

— Não... Gosto de irmos nos desvendando sem pressa. — Sua voz foi arrastada e ele sorriu orgulhoso.

Voltei a me encostar sozinha no banco e cruzei os braços, frustrada. Apertei as sobrancelhas quase indignada, encarando-lhe séria. Acho que fiz um bico.

Bruno riu mostrando os dentes. Isso e a sua bochecha e olhos apertados em consequência, fez eu sorrir boba de imediato. Era lindo vê-lo assim, amolecia o meu coração...

Descruzei os braços e coloquei uma mão em seu rosto quente, atraída pelo seu brilho alegre.

— Estou gostando do que estou conhecendo de você, aos poucos. Não é como se eu achasse que não teremos tempo pra isso. — Eu disse sem pensar.

Bruno ficou sério. Essa frase simplesmente saiu e poderia parecer ironia, mas, sinceramente, não era. Eu não queria provocar medo ou pressa, estava simplesmente manifestando que... eu notava alguma solidez confiável e natural entre nós.

— Também. — Respondeu logo e, aparentemente, preocupado. — O seu tempo está tranquilo agora?

— Sim!

Ele pegou a minha mão do rosto e a segurou. Disse:

— Sei que gosto de estar com você.

— Eu também! — Eu estava derretendo com uma alegria aconchegante por dentro...

— E não consigo pensar em um motivo para não continuar.

Fiquei surpresa com a sua constatação. Instintivamente, abracei-o de repente, forte. Senti bem o seu calor e maciez gostosa...

Respirei fundo o seu cheiro e apreciei conscientemente esse momento na minha caixa de memórias mental.

Afastei-me e fitei os seus olhos, um pouco arregalados, e sobrancelhas arqueadas. Bruno parecia atordoado com a minha ação. Falei:

— Então, somos dois!

Ele rapidamente puxou para si a minha cabeça, colocando a mão por trás. Então, encostou os seus lábios nos meus...

O seu beijo estava começando a ficar familiar para o meu corpo, mas não deixando de ser intenso e mexer comigo. Era de língua, profundo, gostoso e fluía macio... Senti um peso caloroso descendo por dentro do meu corpo até o estômago, e irradiou deliciosos formigamentos para a virilha...

Os movimentos estavam vagarosos e, de repente, ficando superficiais... Quando percebi, estávamos lambuzando os nossos lábios com eles mesmos e a língua enquanto pescávamos olhares prazerosos um do outro, provocando vários arrepios e vontade de mais...

Uau, que intimidade animal e deliciosa. Fiquei sem ar...

Fui parando, devagar. Inclinei a minha testa para a sua boca e puxei o ar profundamente. Bruno, então, encostou os lábios molhados nela, dando-me um leve choque. Fiquei ali apoiada, respirando fundo mais uma ou duas vezes, para pensar.

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