Dirigindo até perder o rumo

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— Eu estava pensando...
Tem sido um pouco difícil lidar com você no escritório...

Minha voz saiu trêmula nessa situação estressante — e pós uma situação deveras estressante também...

— Uhm! Para mim também tem sido difícil controlar algumas coisas...

—  Acho que entendo...
Você está me tirando um pouco do controle... 
...e isso está já afetando o meu desempenho.
Então pensei...
...por que a gente não se encontra em outro lugar?

O alívio de ter conseguido falar veio acompanhado de uma sensação de frio nos pés, pernas e formigamentos ansiosos. Não havia respiração.

Falei arrastando o som para preencher o vazio nas pausas e dar tempo de eu concluir o raciocínio antes de ele começar a fazer muitas perguntas do que eu estava lhe revelando ali...

— Mas é claro!

A resposta foi imediata e ele estava surpreso de verdade. Parecia que tinha ganhado um prêmio, o que me fez sentir mais segura e sorrir satisfeita.

— Mas... você poderia?

Simplesmente reagi sem pensar, tomada pelo desejo, adrenalina e com as orelhas em chamas:

— Só se for agora!

— Sério?

— Estou podendo agora e queria aproveitar esse momento para...
...te provocar pessoalmente.

Uau!

Sorri satisfeita e maliciosa de como saiu a minha ousadia. A orelha formigou quente. O estômago estava apertado e eu não sabia o que era ar e como continuava falando mesmo assim.

— Ah!

Ele pausou, ficou sem palavras!

Fiquei em silêncio degustando a sensação ao imaginar ele provavelmente sem graça...

— Vou adorar também te irritar pessoalmente e ver as suas caras....

— O que você quer é me irritar?

— Hahaha, Iana, Iana!
Entre outras coisas, talvez sim, a depender de sua reação...

— Que outras coisas?

Ele riu um pouco longo, parecia... Nervoso?

Como quando falei para ele que o achava leve e picante, como a nossa comida tailandesa...

Neste momento, segura à distância, senti-me poderosa.

— Ai! Você...

Ele falou esticado.

— A questão é: O que você quer, Iana?

— Agora...
...o que eu quero é te pegar...

Subconsciente falou e eu só percebi quando meu ouvi, o que apertou meu estômago e me fez gaguejar.

...p-para gente ir em um bar conversar um pouco...
... fora das tensões do escritório.

A quem eu queria enganar?

Estar sem fatores externos limitando as nossas ações seria inédito e extremamente tenso. Muito pior que no escritório.

Uhm... Só que esta tensão poderia ser boa...

Ouvi uma risada baixa de Bruno.

— Iana, então o que você está planejando é nos embebedar em plena Terça-feira?

Indagou com a voz desafiadora.

— Você planejou algo melhor para fazer?

Disparei quase indignada.

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