A porta aberta que ele deixou ao sair pareceu ser a resposta escancarada. Entrava até uma luz de fora.
Resolvi que aquela seria a minha saída.
Agora!
Agitei-me em pegar tudo o que precisava e jogar na minha bolsa, e disparei com ela em direção à porta — e a seguinte, de saída do escritório.
Não olhei para os lados, nem para trás. Simplesmente fui diretamente para onde tinham os elevadores, sem falar com ninguém. Era comum estar distraída com pensamentos então não ia ser a primeira vez que eu ia embora assim, não ia chamar a atenção.
Corri silenciosamente com o coração me preocupando de fazer barulho de tão alto que batia, e apertei o botão de chamar.
Fiquei inquieta aguardando... indescritível o quanto foi agonizante essa espera.
Ali era o 48º andar e, à esta hora, o movimento era bem pouco e os elevadores ficavam repousados na última garagem lá embaixo, até alguém requisitar.
Eu estava agitada, me segurando para não andar para um lado e outro e fazer algum barulho. Eram muitos andares para descer de escada, e sinceramente tinha um receio de adentrar nelas neste momento da noite e com um potencial perseguidor que me convidou para elas mais cedo...
As minhas orelhas ficaram quentes quando lembrei nisso.
O elevador estava chegando e que não tinha alguém atrás. Eu quase pulei de emoção.
Vou conseguir!
— Iana?
Bruno falou num tom surpreso e até alto me avistando parado ao longe, na saída do escritório.
Porra.
Eu não saí correndo e comecei a descer pelas escadas, mas juro que esse pensamento foi o primeiro que veio à mente. Eu estava acuada e com receio da forma que ele reagiria à minha atitude. Por enquanto eu não conseguia lê-lo, apenas ansiava delirante em escapar.
Bruno estava com a sua pasta pronto para sair, me encarando ainda. O som do elevador chegando desviou o olhar dele para o contador luminoso de andares. A porta começou a abrir e o seu corpo reagiu ansioso como se tivesse acabado de prever o meu movimento, mas não fiquei para entender.
Decididamente entrei rápida, apertei o botão do andar da minha garagem e o botão de fechar, repetidamente. Enquanto a porta começava a se mover, encostei-me na quina do elevador, na expectativa olhando para o vão da porta diminuindo.
Eu vou conseguir!
De repente, a mão dele apareceu entre as metades da porta, e ela voltou a abrir.
Ca-ra-lho...!
Seu corpo foi entrando sem muita pressa, até que vi o rosto de Bruno já buscando os meus olhos, no canto, em um silêncio sério que me fez sentir um vácuo. Eu não sabia se ainda tinha um corpo para tentar esconder.
Na frente da porta, olhou para o botão aceso de para onde o elevador ia, pressionou o de uma garagem mais alta que a minha, e então o de fechar as portas...
Quando subiu os olhos para mim de novo, o fez dando um passo em minha direção...!
Isso o deixava bem perto na minha frente, o elevador não era muito grande. Os andares começaram a diminuir devagar no painel que eu via por detrás de sua cabeça, e a tensão era indescritível. Percebi que ele mirou os números luminosos mudando pelo reflexo no espelho enquanto eu estava dura e tremia por dentro...
Então, ele deu mais um passo encurtando a nossa distância...!
Faltou ar.
Não tinha como dar mais outro, ele já estava praticamente o mais próximo possível sem encostar em mim. Nossa estatura não era tão contrastante, então estávamos conseguindo ver olho no olho...
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Gerenciando Paixões
RomanceEste não é um romance clichê. Esta é uma história quente, baseada em fatos reais, não recomendada para quem busca um conto de fadas. Você é Iana, uma mulher independente e no controle de sua vida. Ou era... Chega, então, um novo gerente na agência...