Gerenciando Paixões

A relação do desejo

Eu formiguei quente com a expectativa, ouvindo aquela voz tão próxima e um olhar tão intenso... e os pés ficaram frios com a tensão.

Percebi um sentimento novo surgindo estando naquela posição com o meu tronco nú e cabeça largados em seus braços.

Eu estava vulnerável, mas ao mesmo tempo confiava nele...

Sentia tesão e estava...

Carente.

Fiquei consciente de que estava nas mãos de Bruno o meu destino naquele momento. E eu simplesmente o aceitei.

Ele manteve pressionado o seu dedão no meu lábio, parece que tentando descobrir algo enquanto o olhava e tocava.

Achei muito lindo vê-lo assim, com uma certa dedicação e delicadeza na forma de me tratar. Além de ele fazer eu me sentir preciosa, é como se eu fosse algo muito interessante e que ele quisesse descobrir mais...

Ele baixou a cabeça e pressionou o seu lábio suave e quente no mesmo lugar que estava o seu dedão - que tirou na hora, dando um beijo superficial e leve, parecendo de despedida...

Despedida?

— Não...
Por favor...
Não pare...

Minha voz era um gemido fraco e pidão. Ansiava por mais, mas eu não tinha forças para provocar ou fazer algo...

Eu comecei a sofrer ao sentir os leves distanciamentos físicos. Ele me fitou intensamente com dor e desejo, os olhos apertados. Parecia já estar arrependido do que nem havia feito ainda.

Bruno abriu um pouco os seus braços me dando mais espaço e fazendo um frio entrar através do ar que passou naquele indesejado espaço vazio crescente entre nós.

Suavemente, direcionou as suas mãos para desenroscar a minha camisa e liberar os meus braços ao mesmo tempo que aparava com os seus as minhas laterais, para me ajudar a não perder equilíbrio.

Foi gostoso sentir o cuidado dele no toque e movimentos...

Conseguimos me libertar.

Não que isso fosse algo de se comemorar no momento...

Respirei fundo. Senti um desequilíbrio ainda e acho que balancei a cabeça um pouco...

Bruno então me encarou, soltando a minha camisa em seu colo.

Colocou o seu braço com a mão apoiando a minha cabeça pela nuca, próxima dele, e a outra envolvendo as minhas costas. Senti o seu calor de novo naquela proximidade... Ele ainda estava sentado em cima das minhas pernas e com o tronco perto. Ambos sem estar vestidos na parte de cima...

O seu dedão alisou suave o canto do maxilar que alcançava com a mão de cima...

Ele sorriu derrotado, mas com uma expectativa clara no olhar...

— Nem consigo acreditar que você está mesmo mole nos meus braços e literalmente pedindo por favor por mim...

Ele falou com a voz apertada e em um ritmo que permitisse passar toda a profundidade possível do significado daquilo. Tirou o meu ar.

— Eu nunca imaginaria que teria um momento desses com você...
— É quase a realização de sonho...

Ele olhou e alisou mais o meu lábio ali... feliz.

Eu estava entregue ao seu encanto...

Encarou, então, os meus olhos de novo, mais suavemente.

— Você é linda!