Comi aquela lasanha vagarosamente e inteira, mastigando devagar. O maxilar doía, mas ela pelo menos estava com um sabor bom. Os meus pensamentos estavam travados como se eu tentasse nadar quase inutilmente em um mar de pedras.
Isso ia passar, certo?
Respirei fundo, cansada. Deitei pesada na cama e fui olhar com calma o que tinha de novidade no celular.
Depois de alguns minutos vendo novas mensagens em grupos, minha mãe comentando que estava com saudades, umas coisas de trabalho de Cris... nada.
Senti um vazio. Nem Bruno, nem Igor, nem Renan.
Mas amanhã não vai ter jeito... Bruno estaria lá no trabalho.
Relembrei cenas da festa, mas o cansaço me fazia boicotá-las...
Vou dormir. Ainda preciso me recuperar, estou exausta — inclusive fisicamente.
...
O sono foi sem sonho. De novo... percebi que na casa de Igor foi assim também.
Encarei o teto sem animação. Nossa. Estava triste em levantar. Mas levantei.
O procedimento era o de sempre, mas eu sentia-me desenergizada e até impaciente com a minha própria lerdeza. Ao menos a fluidez do pensamento estava um pouco melhor agora.
No celular vi que ontem Igor respondeu 4h depois a minha mensagem:
— Bomm! Fique bem!
Senti um friozinho na barriga ao ver a sua foto e lembrar rapidamente dele me olhando de óculos escuros e mascando chiclete agitado, perguntando se eu gostava de estar com ele, naquele estacionamento vazio...
Nossa! Nem consegui processar isso ainda.
Eu não tinha muito o que dizer para ele agora.
Já para Bruno...
Eu mandei a mensagem para ele no Sábado sobre conversarmos e, embora ele tenha dito que achava bom, negou e não sugeriu quando poderia.
Ele estaria me evitando?
Não sou de ficar esperando a ação de outra pessoa, mas estava me sentindo insegura agora... estranho.
Terminei de me arrumar, tomar café, e fui dirigindo com cuidado para o trabalho.
Respirei fundo ao sair do elevador com as últimas memórias de Bruno no estacionamento... Parecia um passado distante, uma vida paralela, mas foi há 2 dias.
Um fim de semana deveras estranho, afinal.
Mas, bom... Precisava de algo diferente e talvez por isso me arrisquei tanto com várias novidades de vez.
Cheguei na agência com o corpo e passos pesados, mas silenciosa.
Olhei conscientemente para o canto que Bruno fica, ao ir beber água.
Ele estava de costas e não me viu entrar. Segui o meu rumo e analisei Marina sentada enquanto enchia a minha xícara.
Ela estava concentrada, tinha uma energia feliz e parecia animada de modo geral, mesmo que fazendo uma atividade aparentemente repetitiva e chata.
Marina era bem feminina e bonita. Estava com roupas florais, detalhe ou outro delicado e um pouco mais arrumada hoje... Seria efeito de Bruno? Parecia que não tinha problemas, então talvez estivessem bem e juntos...
Respirei fundo ruidosamente, começando a andar para fora da sala, e olhei de novo para Bruno.
Ele parecia meio desconfortável, se mexendo entre a sua posição e a da redatora ao lado, Elane. Ela era bem diferente de mim, bem magra, mais baixa, com uma forma sofisticada neutra de se vestir. Eu gostava dela.
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Gerenciando Paixões
RomanceEste não é um romance clichê. Esta é uma história quente, baseada em fatos reais, não recomendada para quem busca um conto de fadas. Você é Iana, uma mulher independente e no controle de sua vida. Ou era... Chega, então, um novo gerente na agência...