Vinganças e estratégias

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Estava muito cansada. Esse longo dia está sendo tão tenso que nem me atentei às mensagens não lidas no celular. Quer dizer, as que não tinham sido de Bruno...

Peguei o celular para checar.

Apesar de tudo, fiquei um pouco frustrada por não ter uma mensagem de Renan. A falta do compartilhamento dos nossos dias era um sintoma não muito antigo do nosso distanciamento cada vez maior... E no caso dele, a própria falta da falta.

Eu não tinha o que lhe dizer, também não ia falar nada.

Já voltei a pensar em Bruno...

Deveria lhe mandar uma mensagem? Eu estava já com muito sono e exausta.

Bruno saiu vitorioso e por cima, hoje... Literalmente.

Arrepiei-me ao lembrar de seu olhar em mim voraz de cima da minha cabeça, com o meu queixo sustentado por sua mão encaixada no meu maxilar... Nossa.

Ele reforçou que me quer e, basicamente, que seu avanço depende de mim (além de, claro, ter se vingado muito bem de minha provocação...). Não sei se seria inteligente mexer nesse sentimento que ficou nele agora.

Então...

E se eu reforçá-lo?

Isso!

Vou evidenciar que ele não deve recuar.

Peguei o celular e lhe escrevi:

— "Você sabe que eu também."
Era essa a resposta que eu diria se você tivesse me deixado com algum ar ou capacidade para falar...

Respirei fundo. Era verdade e queria que ele soubesse disso.

— E isso foram alguns segundos em um elevador
Pena que alguém tem limites...
Poderia ter mais ;)

Ele está se vendendo...!

E provocando...!

Fiquei surpresa e ri com a ousadia.

Acho que mereço isso.

— Aquele show hoje pareceu o suficiente para a equipe de segurança do prédio...

Ri nervosa lembrando que os elevadores possuem câmeras.

— E para você?

Ai. Meu estômago apertou.

Senti um calafrio subindo pelo pés até a cabeça lembrando da adrenalina e anseio de todo o meu corpo querendo mais dele, e que nos fundíssemos lá mesmo, com ou sem espectador — isso não importava na hora.

— Quase.

— Por quê?

Notei que parei de respirar.

— Não queria que você parasse...

Agindo instintivamente e nervosa, fui simplesmente sincera respondendo enquanto sentia de novo, mas mais suave, várias daquelas sensações de expectativa.

— Ótimo saber
Era o que parecia
Mas se eu te desse tudo o que você queria, não seria uma vingança à altura. ;)

Comecei a ficar indignada, ansiosa, e ri nervosa, tudo ao mesmo tempo.

Paralisei por um momento, pois não tinha o que falar... Ele me pegou.

Pouco depois, ele continuou:

— E a sua situação? Já me quer tanto que não liga mais?

Que safado metido!

Ele parecia estar sem muitos dedos agora em provocar.

Gerenciando PaixõesOnde histórias criam vida. Descubra agora