Três corações um ritmo

Cauã

Quando a mãe dela oferece para irmos com o Sr. Seiji sei que ela quer conversar com ela sem nenhum de nós dois para descobrir algo. Algo que não existe porque lutamos para que continue assim porque se depender dessa peste seriamos um trio amoroso não posso nem chamar de "casal" porque seriamos os três.

Ela sai do quarto e nós encaramos a Amanda e ela está de cara lavada segurando seu livro como se nada tivesse acontecido e quando ouvimos batidas na porta quase jogo ela da cama, porque juro se for o pai dela e ele nos vir deitados como se fossemos um "casal" e me lembro muito bem ele olhando para nós sério quando nos conhecemos "mantenham as mãos longe!", sinto até um arrepio quando me lembro desse dia.

— Posso entrar crianças? — Tcharam é o Sr. Seiji que está na porta.

— Claro pai! — ela grita deitada na cama, eu já estou em pé mexendo na minha mala e o Rafael está sentado no pé da cama, mexendo no celular. — O que podemos te ajudar? Está com fome!! — ela fala sorrindo, pois sei que ela está com fome, ela é um saco sem fundo.

— Não filha, o bife que o Rafa fez me deixou satisfeito vou dormir sorrindo hoje... Eu queria chamar os meninos para tomar uma cerveja comigo amanhã. Topam meninos? — ele fala sério para nós dois, desviando os olhos para o Rafa e para mim vez ou outra. Nós nos levantamos na hora e sinto um frio na espinha me dominar.

Eu tenho o pai dela como um pai para mim, ele me ajudou, ajudou minha família. Sabe família é um assunto meio complicado, pois a minha família se desfez quando minha mãe descobriu um câncer de pulmão, devido ao cigarro, é uma consequência triste, mas inevitável.

Minha mãe faleceu quando eu tinha 20 anos, eu estava fazendo o curso de gastronomia junto com o Rafa, minha mãe já estava internada a quase seis meses e eu sempre que ia visitá-la levava o que preparei na aula para ela experimentar e me dar sua crítica eu amava ouvir o que minha mãe falava da minha comida. E quando eu estava na aula, não atendia meu celular, então deixei o número da Amanda para o caso de emergência do hospital, pois ela ainda não estava no curso de gastronomia ela estava fazendo o curso de Administração que o pai pediu. E quando ela invadiu a cozinha da universidade me procurando vi em seus olhos cheios de lágrimas que algo de ruim tinha acontecido, larguei tudo no meio e sai correndo e quando vi os dois estavam atrás de mim, o Rafa me levou na moto dele e a Amanda mesmo não tendo habilitação levou minha moto para minha casa, lá pegou um vestido que ela amava na minha mãe e pegou uma roupa para mim e meu pai. Quando eu cheguei no hospital com o Rafa e não vi a Amanda, fiquei apavorado que algo tivesse acontecido com ela, mas não deu nem 40 minutos depois ela chegou lá com uma mochila me abraçou e quando os médicos vieram finalmente falar conosco, eu vi nos olhos deles que nunca iria ouvir minha mãe criticar minhas comidas como eu sinto falta até hoje de ouvir "Cacazinho, você precisa colocar tempero nessa comida, para de fazer comida de fresco!" "meu pequeno príncipe , use e abuse de temperos menos do sal, pressão alta mata" " Amém hoje você me trouxe uma comida temperada, pegue todos os meus cadernos de receita e abra um restaurante e coloque os pratos que você mais gosta lá, faça eles como se fossem para mim, não irei poder provar e brigar se fizer cagada, mas estarei de olho em você...Eu não ficarei aqui por muito tempo meu amor, mas estarei sempre cuidando de você.. Por favor se case com a Amanda ela é uma mulher poderosa e nunca deixará você sofrer por mim, se fortaleça com ela!". E quando os médicos nos falaram que ela teve uma parada cardíaca, mas conseguiram reanimá-la, refizeram os exames e encontraram metástase no rim esquerdo, fígado e mama seria um milagre ela resistir, ela já estava em um estágio avançado no câncer de pulmão e isso ajudou para que isso acontecesse. Nós a enterramos e o pior de tudo foi não conseguir arrumar minha mãe para ser enterrada, mas a Amanda fez isso por mim e eu nunca poderei agradecer como ela merece por tudo que fez comigo, depois que minha rainha foi embora. Meu pai ficou depressivo e infelizmente tirou a própria vida um ano depois, eu não o condeno eu mesmo não estava conseguindo viver sem minha mãe, imagine ele que morava na casa onde construíram uma vida, criaram um filho, viveram sua história de amor. E um ano depois o Rafa estava lá vestindo meu pai para eu enterrá-lo junto com minha mãe e eles finalmente descansaram juntos, como sempre foi.

Mas agora vou voltar a realidade. Fomos até a loja estávamos lá vendo alguns instrumentos e tal, após fomos para um bar tomar uma cerveja e aí veio a bomba.

— Vou direto ao ponto menino... — ele foi tão direto que o Rafa quase engasga. — Quem está namorando a Amanda? Ou os dois estão? Contém a verdade.

O mundo caio aos meus pés. 

Desculpem a demora de publicar os capítulos, eu andei bem atrapalhada com o final de ano e foi uma verdadeira bagunça.... Mas agora voltamos com a programação normal ... Toda quarta-feira teremos capítulo !💕