Rafael

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Está sendo uma tortura chinesa ficar com essa "demônia" ela faz de tudo para me provocar e me enlouquecer já fugi dela uma vez e se for preciso fujo novamente não darei esse gostinho para ela. Foi um tormento hoje antes de sairmos, pois assim que sai do banho ela está nua, sendo pressionada contra o armário pelo Cauã, que assim que sai do banheiro ele se afastou e foi para o chuveiro, ai a peste não satisfeita fez o mesmo comigo, mas quando ela pressionou o corpo contra o meu completamente nua, precisei controlar minhas mãos para não puxá-la para um beijo e fazê-la sentir o que causa em mim, fico pensando nela batendo uma para mim, depois pensar nela nua contra meu corpo e ai lembro dela no chuveiro no fundo sei o que ela quer é só uma aventura de ter nós dois, mas isso não daria certo.

Eu fugi dela a cinco anos atrás e não gostaria de ter que fazer novamente, mas se for necessário eu vou para outro estado onde possa levar meu truck pelo menos. No fundo não quero abandoná-la novamente, pois o Cauã disse coisas que eu nunca imaginei que ela tivesse sentido tanto a minha ausência.

Passeamos hoje, tiramos várias fotos show de bola e vi o celular dela e do Cauã em cima da cama, nossas senhas são iguais todas elas formam um W, tudo por causa do Whitesnake, no celular a da Mandy a tela de bloqueio é uma foto dela com os pais e na tela principal é a foto que nós dois estamos dando um beijo nela, por incrível que pareça no do Cauã é a última foto dele com a mãe e pai na tela de bloqueio e na principal é a mesma da Mandy e a minha na de bloqueio é uma de nós três na frente do truck e na frente do restaurante quando voltei de viagem e a da principal é a mesma da deles. Essa foto ficou linda, o sorriso dela é tão sincera quando está conosco que não sei se isso poderia acabar se algo acontecesse entra nós.

Jantamos, limpamos tudo e quando entro no quarto ela está deitada com um livro nas mãos, é um romance policial, ela curte livros de romance, mas nada muito meloso.

— Corrompidos — leio o título do livro e ela me olha por cima do livro e sorri.

— Esse lobão é de arrancar suspiros. — fala sorrindo voltando sua atenção para o livro.

O Cauã está sentado na cama com o celular, mas a pernas dela estão em cima da dele. Me deito ao lado dela e ela deita no meu peito e sinto o cheiro dela de morango tomar conta de mim. Passo o braço apoiando na sua barriga e ela continua lendo como se nada fosse estranho, mas imediatamente a mãe dela entra.

— Filha... — eu e o Cauã tentamos levantar, mas a filha da mãe permanece na mesma posição sem se mexer. — Aí meninos não precisam se preocupar, vim falar com a Mandy, amanhã eu e seu pai estaremos de folga, ele gostaria de levar os meninos em uma loja de música aqui da cidade e eu queria sair com você? Topa gastar um pouco do dinheiro do papai! — ficamos tão sem ação nem conseguimos responder.

— Claro mãe... Uhul. Vou comprar uma jaqueta nova e uma camisa xadrez, todo mundo já me viu com a do Cauã! — ela fala sorrindo para ele, que revira os olhos e ela acaba rindo mais ainda.

— Meninos, vocês vão amanhã com o Seiji? — ela direciona a pergunta a nós, mas o Cauã é mais rápido em responder por nós dois.

— Claro sem dúvidas, iremos nos divertir muito, depois vamos tomar uma cerveja!! — fala sorrindo e a mãe dela sai.

Sabe quando nós tínhamos 15 anos, logo que eles se mudaram todas as crianças da rua quiseram fazer aulas de canto com a Sra. Yumi Miazi, ela sempre foi muito atenciosa e muito educada, muitos da nossa escola também faziam aula com ela e o Sr. Seiji Miazi, muitos dos meninos eram para se aproximar da Amanda Miazi, a filha de dois japoneses, todos sabiam que ela era adotada e que nunca escondeu isso, ela sabia quem era a mãe biológica, mas nunca quis contato, ela sempre falou dos pais com muito orgulho. Ela sempre diz que não nasceu deles, mas que nasceu para eles. E honestamente acho mesmo que ela nasceu para eles essa personalidade dela, as paixões dela são coisas que os pais ensinaram. Eu tenho muito orgulho de poder dizer que eles são como uma família para mim.

Falando em família, você deve se perguntar onde está a minha, infelizmente minha família está no Cemitério da Saudade, em São Paulo, eles morreram quando eu estava viajando e fiquei sabendo do acidente deles, meus pais infelizmente morreram em um acidente de carro na Fernão Dias, um caminhão atravessou a estrada e pegou oito carros na contra mão, o carro dos meus pais foi o primeiro e eles morreram na hora. Eu tenho duas caveiras mexicanas dentro de um coração com as datas de vida e morte dos meus pais, ela fica no meu peito e infelizmente não pude me despedir deles, sei que não sofreram e eu sou imensamente grato por ter meus amigos, pois eles providenciaram um enterro digno para meus pais, eu não iria conseguir chegar aqui a tempo até porque eu estava na Tailândia quando isso aconteceu. E desde então eu tenho os pais da Amanda como se fossem meus também.

Mas vamos mudar de assunto, pois não quero entristecer ninguém, amo meus pais e agradeço muito por quem sou hoje, porque eles sempre foram pais maravilhosos! 

Três corações um ritmoOnde histórias criam vida. Descubra agora