18. LEI E DESORDEM

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ASSIM QUE ele começou a pensar sobre incendiar os feiticeiros, relâmpagos estalaram contra os homens, derrubando-os e os deixando se contorcendo no chão. Do outro lado, estava Regina.

— Vamos cair fora.— ela abaixou as mãos, faíscas ainda crepitando por entre seus dedos.

— Pelo visto você também está conseguindo usar magia mesmo com a pulseira.— disse Daniel guardando a arma na cintura.— Arthur e Julia estão bem?

— Sim.— ela entrou, depois de se certificar de que ninguém mais estava por perto.

O que estava acontecendo? O que havia de errado com ele e com ela? Havia sido Regina ou ele a disparar o alarme primeiro? Deixando as perguntas para depois, Daniel estendeu os braços algemados. Regina aproximou-se de Tiago buscando o molho de chaves da cintura dele. Ela aproximou-se de Daniel e encaixou a chave com habilidade- geralmente as pessoas se atrapalhavam- , tirando as algemas.

Livre, Daniel nem raciocinou sobre sua atitude seguinte- o que vinha acontecendo com muita frequência. Ele agarrou Regina pela cintura e a colocou sobre a mesinha com uma bandeja com instrumentos cirúrgicos. Daniel pôs a mão na nuca dela e puxou os lábios de Regina em direção aos seus. Ela permitiu que ele o fizesse. Para o inferno sobre o momento ser propicio e não ser.

Tudo o que ele sentia por ela subiu à superfície num rompante, abafando as eventualidades anteriores. Ela parecia um ímã para Daniel, como se tivesse sido feita para ele – não sabia de onde aquele pensamento ridículo tinha vindo. Uma estranha e perigosa sensação de posse se instalou no peito dele, pensando nos dois. Ele nunca tinha sido possessivo com ela e agora aquele sentimento o estava queimando por dentro como uma brasa eterna.

Ah, droga, ele estava perdendo o controle. Ela tirava a racionalidade dele, o fazendo pensar em coisas idiotas, era aquilo. Que merda de feitiço aquela bruxa colocou nele?

Dane-se! Ele não iria cair mais na feitiçaria da dona daqueles olhos verdes malditos!

Buscando manter a calma, Daniel não conseguiu evitar estampar nos lábios o sorriso mais convencido quando Regina sentiu a picada no braço. Ela quebrou o beijo e olhou para ele exibindo a seringa contendo pouco menos da metade do líquido azul. Acertou um tapa na cara dele. O rosto do rapaz foi jogado para o lado com o impacto e apesar da dor, ele ainda mantinha o sorriso.

— Filho da...— ela mesma se interrompeu, o olhando de maneira acusadora.— Você fumou.— Não era uma pergunta.

Daniel deu de ombros e a puxou porta a fora. Ele foi surpreendido ao encontrar feiticeiros caídos, aqui e ali - as evidencias mostrando ser obra de Regina.

Eles percorreram os demais corredores sem encontrarem mais nenhum agente do FBF. O único som era o alarme ligado. Regina o guiou para o estacionamento, em direção a um carro. Arthur e Júlia estavam lá, ela abaixada no assento do motorista, cortando fios com uma faca e os amarrando novamente em uma nova combinação, fazendo uma ligação direta.

— Essa minha garota é uma ninja.— declarou Arthur, ao ouvir o motor ganhar vida.

— Vocês aprendem a usar armas e magia na Academia, mas não a roubar carros?— disse ela.

— Um desperdício, não?— sorriu Arthur.

Daniel entrou no carro, se acomodando no banco de trás ao lado de Regina. Júlia soltou a marcha e lançou o carro para fora do estacionamento.

Assim que saíram do estacionamento, descobriram o motivo para não terem encontrado mais nenhum feiticeiro no caminho. Diante dos olhos deles, a menos de vinte metros, caminhões, jipes e grupos de feiticeiros armados formavam uma barreira. Um muro alto cercava a base até onde os olhos não alcançavam.

As crônicas Darwich. Chave de CobreOnde histórias criam vida. Descubra agora