12. DE CABEÇA QUENTE

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DANIEL SE virou na cama enquanto os raios do sol iluminava o quarto. Ele passou a maior parte da noite acordado, andando pelo quarto sem rumo, e depois se mexendo na cama, tentando deletar a imagem de Jonas beijando Regina faiscando diante de suas pálpebras.

Socar umas das portas do seu guarda-roupa e deixar uma marca na madeira foi a primeira coisa que Daniel fez quando entrou no quarto. Tinha doido. Mas a dor de imaginar que estava sendo traído superava qualquer outra.

Ele não fazia ideia de por que Regina não tinha simplesmente empurrado Jonas, nem como Enyo teria consigo flagra-los. Sua familiar deveria estar procurando Quilt e acabou por encontra-los.

Sua raiva e desorientação tinha sido tanta que não escutou mais nada o que Marcus disse. O Mestre percebeu sua perturbação visível e o dispensou. Deveria estar imaginando que Daniel estava perturbado com a reunião. Perturbado não era a palavra. Ele se sentia mal.

Ele pretendia investigar por conta própria quem era o maldito responsável pelas mortes de Isadora e Alex. Descobrir se era obra mesmo de sua mãe e Claudia. Precisava descobrir o que ocorrera a Enyo, que ainda não retornara.

Vinte minutos depois, Daniel já tinha tomado banho e vestido o uniforme e estava se sentindo um pouco mais composto. Esta bem, não tão "composto", já que a vontade dele era ir atrás de Jonas e esmurra-lo. E por aquela razão, o desgraçado e Regina eram as últimas pessoas que ele queria ver no começo da manhã. Não sabia qual seria sua reação.

O que infelizmente não foi o que aconteceu.

Assim que atravessou a porta pintada na parede sentiu duas mãos cobrindo seus olhos e imediatamente tomou consciência do perfume dela, como sempre os seus sentidos foram levados a uma sobrecarga. Merda!

Isso não o impediu de sentir um músculo em seu maxilar se contrair e seus lábios se apertaram em uma linha fina. Puxou as mãos de Regina de seu rosto e voltou-se para ela com a ferida o rasgando, o esmagando.

Regina abaixou as mãos lentamente, analisando o rosto dele.

— Você está bem?

Daniel sentiu seu pomo de adão subir e descer quando ele engoliu em seco.

— Sim.

— Você não me parece bem.

— É, eu sei.

A irritação e a confusão surgiram no rosto dela:

— Qual o seu problema? O que aconteceu?

Ele suspirou pesadamente.

— Eu vi você, Regina.— a raiva crescente o fez praticamente rosnar, embora em tom baixo.— Vi você com ele.— Daniel umedeceu os lábios e olhou para o teto tentando manter a calma.— Vi vocês dois... Ele beijou você e você não fez nada...— ele passou as mãos pelo cabelo, frustrado, e xingou para a parede.— Eu não esperava que você fosse me fazer de palhaço. Não sou nenhum palhaço e não mereço isso!— ele rangeu os dentes.

Regina não se moveu.

— Você me viu com Jonas.— disse ela, calma.

Pela primeira vez ele a encarou diretamente. Ela estava pálida e podia jurar ver dor nos olhos dela, raiva. Mas ela permaneceu calada. O silencio dela foi como um tapa na cara dele.

— Você é inacreditável. Não vai nem tentar negar.— ele respirou agitado.— Nunca esperaria aquilo de você.— ele mastigou as palavras.— Como você foi capaz?

Uma voz chegou até eles, vinda do outro lado.

— Que pena, Regina. Ele descobriu sobre nós.

As crônicas Darwich. Chave de CobreOnde histórias criam vida. Descubra agora