22. VERDADE INQUIETANTE

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DANIEL DEU um passo para trás e tropeçou na cadeira.

— Isso é loucura. — ele sibilou. — Eu não sou Loki!

— Como punição por suas ações, Loki foi condenado para as profundezas do limbo, em lugar nenhum, permanecendo entre a vida e a morte por mais de mil anos.— continuou Zacarias Darwich mantendo o olhar sereno.— Sem a maçã de Iduna, o corpo dele entrou em decomposição e apodrecimento naquele inferno. Mas seu espirito... Senti a energia do espirito de Loki viva em você. Da mesma maneira que estou sentindo agora, Loki.

— Pare com isso.— ele agarrou a própria cabeça e apertou, com receio de surtar.— Não me chame assim. Meu nome é Daniel Darwich Amorim.

— Você não é o mesmo Loki. Mas ainda é o Loki.— o avô disse com suavidade.— O espirito dele é o seu. E, se olhar para dentro de si com mais atenção, confirmará o que digo.

Daniel queria abrir a boca e dizer algo em sua própria defesa, mas não havia nada a ser dito. As palavras de Regina repercutiam em sua cabeça sem parar. "Você não sabe o que é. Seu papel não é o de um mocinho."

— Posso sentir seu ódio e a fúria, sabia? Sempre teve esse outro lado, além do bom rapaz e do filho obediente, que é como fogo correndo em suas veias. Por isso aceitou os termos do testamento. Poderia ter pensando em tentar entrar em um acordo com sua mãe e com Claudia, mas você é raiva...— Zacarias ergueu uma das mãos fazendo menção de tocar o rosto do rapaz, mas o neto desvencilhou-se.

— Não se aproxime!

— Tudo o que eu fiz ate aqui, foi pra ajuda-lo a despertar seus poderes mais profundamente. Gostar deles.— seu avô alargou o sorriso, mas havia um lampejo selvagem no olhar.— E você já provou o gosto desse poder e vai querer mais agora.

Daniel deu uma risada amarga.

— Então você fez tudo isso, inventou esse sequestro da Enyo, só pra que eu fosse atraído ate aqui pra... o que? Me contar tudo? Por que não me contou a verdade antes? Por que não me contou quando eu ainda era criança? Por que agora?

— Seu corpo e mente ainda não era amadurecido o suficiente e você poderia ter se revelado sem nem mesmo se dar conta. O Conselho poderia ter decretado sua morte.

— Eu não vejo por que acha que eu ficaria do seu lado.— Daniel declarou desafiadoramente.— Eu já estou do lado deles.

— Sério? Acho que conheço você muito bem, independentemente do corpo em que esteja. Suas escolhas têm mais consciência de si mesmo e ficam escondidas, esperando para decidir por você, de acordo com a severidade de seu humor, sem nenhuma intenção de deixa-lo com qualquer controle consciente sobre a escolha.

Daniel encarou o avô e retrucou, ríspido e ironicamente:

— Isso tudo é bem convincente.

— Posso ajuda-lo a liberar todo o seu poder, Daniel. O fogo é a força mais poderosa e pode ser fortalecida de maneira que parece inimaginável pra você neste momento.— os olhos do avô brilharam com algo muito semelhante à loucura.— Você pode achar estranho, pode achar que vai contra tudo o que aprendeu, mas logo tudo entrará nos eixos e, antes que pense que tudo é ruim, posso assegurar que você estará pronto e aceitará o que é.

— Basicamente você quer dizer: "Queremos atormentar, então, se junte a nós, por favor"?

— Você realmente acha que o Conselho e a FBF deixarão você vivo, a essa altura, que, com toda a certeza, já sabem quem realmente você é? Aqueles monstros foram enviados para matar você, não seus amigos. Pense bem... você representa o caos e a destruição. É exatamente o que todos em Asgard temiam. O que todos os feiticeiros ainda temem.

As crônicas Darwich. Chave de CobreOnde histórias criam vida. Descubra agora